Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Na América Latina e no Caribe, quase metade das famílias perderam renda

 

A pandemia revelou a face mais cruel da desigualdade, castigando as populações da América Latina e do Caribe com aumento do desemprego e da pobreza, aponta pesquisa do Banco Mundial e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Sob o desgoverno Bolsonaro, o Brasil foi um dos mais afetados, ao lado de Colômbia e Equador. Segundo o levantamento, a taxa de emprego na região é de 62%, quase 11% abaixo do nível pré-pandemia, em janeiro de 2020.

Mais da metade das famílias não conseguiu recuperar os níveis de renda, mesmo com a adoção de programas de transferência de renda. A insegurança alimentar praticamente dobrou, saltando de 12,8% para 23,9% no período.

“A pandemia ressaltou as desigualdades pré-existentes na região, onde os grupos mais vulneráveis ​​e mais pobres foram afetados de forma desproporcional”, reconhece o diretor Regional do PNUD para a América Latina e o Caribe, Luis Felipe López-Calva, no comunicado à imprensa distribuído pelo Banco Mundial. “A pesquisa permite tomarmos o pulso da região e propor soluções baseadas em evidências ”, avalia López Calva.

“A qualidade dos empregos disponíveis também diminuiu, assim como o número de horas de trabalho remunerado por semana”, aponta o relatório. De acordo com o documento elaborado pelas agências, as taxas de emprego em alguns países da América Latina e do Caribe tiveram uma recuperação discreta, caso de Guatemala, Nicarágua e El Salvador. Nesses países, as taxas de emprego ultrapassaram os níveis anteriores à crise.

De modo geral, o emprego formal caiu 5,3% na região, enquanto o trabalho autônomo cresceu 5,7%. “Os números apontam para uma deterioração da qualidade do emprego disponível”, detectou a pesquisa. “Mesmo entre a população ocupada, os resultados da pesquisa regional identificaram queda nas horas semanais de trabalho remunerado, de 43 para 37, confirmando essa tendência negativa”.

Mulheres são mais afetadas

Os resultados da pesquisa também demonstram que a crise afetou particularmente as mulheres, que têm duas vezes mais chances de ficar desempregadas devido à pandemia do que os homens. “A situação é agravada por um aumento nas responsabilidades domésticas das mulheres, incluindo supervisão de crianças em educação remota, e uma maior incidência de problemas de saúde mental”, aponta o relatório das agências.

Segundo o relatório, as mães de crianças pequenas (de 0 a 5 anos) foram as mais atingidas: 40% das trabalhadoras maiores de 18 anos com filhos de 0 a 5 anos perderam o emprego antes da pandemia, em comparação com 39% das mulheres em geral e 18% dos homens.

Escolaridade e emprego

O aumento da informalidade está associado diretamente ao maior impacto que a pandemia teve sobre trabalhadores com menor escolaridade (homens e mulheres). 35% dos trabalhares com apenas ensino fundamental ou menos perderam o emprego, ante 28% dos empregados com ensino médio. Já os que possuem ensino superior foram menos afetados, com o desemprego afetando 19% dos trabalhadores.

(Agência PT de Notícias/ Banco Mundial)

Fim do sonho, volta à realidade

Se fosse apenas uma simples operação matemática, dir-se-ia que Jair Boçalnaro muda de partido a cada quatro anos de sua trajetória como homem público.

Sem maiores aprofundamentos em um levantamento comparativo com os mais notórios nômades partidários do fisiologismo tupiniquim, pode-se afirmar que Bozo está entre os mais saltitantes.

Sua filiação, consumada hoje, no Partido Liberal, representa a decadência formal do ocupante do mais importante cargo na estrutura da república brasileira, após dois anos atuando como outsider.

Boçalnaro não conseguiu assumir o controle da legenda que usou para eleger-se presidente, embora isto seja apenas um detalhe, na medida em que estava onipresente em todas as legendas conservadoras.

Com efeito, sua ascensão foi fruto de um mega conluio entre toda a direita brasileira, cujo norte era primeiramente impedir o retorno do PT ao governo, nas eleições de 2018, mesmo que o mote da sordidez fosse a 'escolha difícil'.

Boçal também não conseguiu fundar seu próprio partido, dada sua irrelevância como liderança política; chefes de bandos existem muitos no país, todavia, nenhum que tenha vivido nas sombras da política até ser bafejado pela circunstância.

Síntese da sordidez golpista de 2016, foi o que as forças reacionárias tinham à mão para neutralizar o retorno do PT ao governo, daí pra frente seu protagonismo esteve sempre entre a farsa e a tragédia, sendo o maior símbolo local da desgraça que se abateu sobre o mundo.

O reinício dessa sua mais recente trajetória partidária desnuda para os incautos toda sua desimportância, mesmice e paradigma daquilo que há de mais torpe na cena política, mas isso agora parece não mais contar, já que Bozo perde a cada dia mais um naco do seu protagonismo.

Ironicamente, seu sucessor na galeria das novidades velhacas que a direita brasileira sempre tira das suas prateleiras para assombrar o povo brasileiro é um ex empregado do atual governante, alguém que foi enxotado do staff oficial como carreirista, desmascarado pelo STF como um embusteiro no exercício da justiça.

Não importa. A mídia partidarizada, reacionária e venal continuará pintando o malfeitor com as mesmas tintas reluzentes com que pintou o corrupto coronel de barranco, Fernando Collor de Mello, como emissário da modernização; e mais recentemente o larápio e drogado Aécio Neves como o anjo neoliberal que nos livraria das garras petistas. Eis aí o resultado. 

Derrota do negacionismo


Antes tarde do que mais tarde, ou nunca. O governador Helder Barbalho acerta quando cobra comprovante de vacinação pra quem pretende ingressar em espaço público ou privado.

Só assim o negacionismo torpe será combatido e o programa de vacinação avança no rumo de sua complementação em todas as regiões do estado, com todos os paraenses em situação de segurança sanitária.

Quem nega a vacina não tem direito de frequentar um shopping center, um cinema, muito menos alegar o direito constitucional de ir e vir, quando neglicencia o cumprimento de norma que regulamenta esse direito durante uma pandemia.

Que essa proibição seja pra valer é o mais sincero voto de quem cumpriu todas as recomendações emanadas da Organização Mundial de Saúde, contidas nos decretos municipais e estaduais a respeito de isolamento, vacinação e demais recomendações.

É preciso, enfim, que se tenha respeito pela memória dos mais de 600 mil brasileiros, fatalmente vitimados por essa terrível praga que devastou o mundo neste século, sem qualquer contemporização com os achaques mórbidos desse genocida que ocupa a presidência do país.  

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Governo desgraçado. Apenas 26% das crianças de 2 a 9 anos têm acesso a três refeições por dia

 

O número de crianças que conseguem ter acesso ao café da manhã, almoço e janta no Brasil caiu drasticamente. Entre 2020 e 2021, período crítico diante da pandemia da Covid-19, apenas 26% das crianças de 2 a 9 anos de idade conseguem realizar as três principais refeições do dia.

Os inúmeros retrocessos e o descaso do governo de Jair Bolsonaro que colocou o Brasil de volta no Mapa da Fome, que negligenciou o Coronavírus e deixou milhares de desempregados são comprovados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) do Ministério da Saúde, que realizou a coleta de dados.

Em 2020, o índice de acesso às refeições foi ainda pior, com 21% de crianças. Conforme o Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância (NCPI), as crianças das famílias mais pobres são as mais afetadas devido à perda de emprego durante a pandemia.

O SISVAN é uma ferramenta de monitoramento da situação alimentar e nutricional da população atendida nos serviços de Atenção Básica no Brasil, que monitora as famílias atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Alimentos processados

O levantamento também mostra que a quantidade de crianças que consome alimentos ultra processados (85%) é maior do que a quantidade que come frutas (77%) e verduras (66%).

Esses indicadores se mantiveram estáveis nos últimos anos, reforçando a ingestão de guloseimas e bebidas açucaradas que, ano após ano, é maior que a de alimentos naturais.

Legado do PT no combate à fome

A segurança alimentar e nutricional dos brasileiros sempre foi premissa para o Partido dos Trabalhadores (PT). As políticas de combate à fome como o programa social Fome Zero, lançado em 2003 pelo presidente Lula, levaram o Brasil a sair do Mapa da Fome, anunciado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

No governo de Dilma Rousseff, em 2015, 76% dessas crianças que hoje passam fome realizavam pelo menos três refeições por dia. No ano do golpe, quando Temer assumiu em 2016, esse número caiu para 42% e em 2019, com Bolsonaro, apenas 28% das crianças conseguem ter acesso ao café da manhã, almoço e janta.

Conforme a FAO, em 2018, 14% da população brasileira, ou 29 milhões de pessoasnão tinham condições de acesso a uma dieta saudável. Com Bolsonaro no poder, a situação só piorou.

Em 2014, a fome moderada ou severa atingia 11% da população brasileira. Em 2019 (também antes da pandemia), esse índice chegou a 16%, e, em 2020, a impressionantes 24% (1 em cada 5 brasileiros).

(Agência PT de Notícias)

As idas e vindas da 3ª via

E o cordão da terceira via cada vez aumenta mais. Mal perdeu a indicação privata para João Dória Jr, eis que o governador gaúcho é paparicado para sair candidato pelo União Brasil. 

União ... , como se sabe, é a fusão entre DEM e PSL que carece de um nome com a visibilidade nacional que o governador do RS tem de sobra, depois da exposição midiática na disputa tucana.

Caso isto ocorra, a aquiescência de Eduardo ao assédio do novo partido, então, teremos pela terceira via Ciro Gomes, João Dória Jr, Sérgio Moro e Eduardo Leite correndo contra o tempo em busca de viabilidade eleitoral.

É verdade que uma pesquisa, divulgada neste fim de semana, dá conta que Boçalnaro desabou em sua aceitação popular, pela primeira vez, para abaixo dos vinte pontos percentuais, o que acende uma luz verde no fim do túnel da terceira via.

Todavia, isto não garante muita coisa na medida em que são quatro pretendentes disputando um quantitativo atualmente com  mesmo potencial do que o atual presidente tem em seu inferno astral eleitoral atualmente atingido.

Claro que alguns arranjos podem enxugar o número de pretendentes, sendo os principais o conchavo entre Dória Jr e Moro e a até aqui improvável desistência de Jair Bolsonaro, a fim de dar algum sentido ao até aqui sombrio futuro político de Carluxo. Promete!  

domingo, 28 de novembro de 2021

A cumplicidade entre mídia venal e toga bandida


Lavajatismo politiqueiro mandou às favas a honestidade que se deve ter ao fazer análises de conjuntura. A ordem superior deve ser, tudo que vem do Moro deve ser exaltado.

Até o general Santos Cruz, candidato a candidato a vice na provável chapa encabeçada pelo "juiz ladrão", virou campeão de votos, embora não haja notícia disponível que dê conta dessa popularidade.

E haja ex togados ingressando no Podemos, reforçando a expectativa que o mote da campanha dessa camarilha deve ser o combate a corrupção, embora seus respectivos passados indiquem o contrário.

Desmascarados pelo Supremo Tribunal Federal como falsários do Direito; desnudados pela operação Vaza Jato como malfeitores que usavam seus cargos e suas prerrogativas funcionais para delinquir, agora contam com a mídia comparsa pra tentar apagar a história.

É provável que o advogado de dupla nacionalidade(brasileira e espanhola), Tacla Duran, venha até ao Brasil para ratificar as denúncias que fez anteriormente mostrando relação bandida do ex juiz Moro com um certo escritório de advocacia, este beneficiado por vil tráfico de influência.

Mas, o que pode mesmo  rasgar definitivamente essa fantasia midiática de honestidade dos farsantes a jato é o fundo que tentaram criar, em benefício próprio, quando tentaram capturar mais de R$2 bilhões de ativos da Petrobras, criando para si uma arapuca argentária que lhes financiasse o carreirismo político.

Claro que as gangues midiáticas tentarão blindar em seus noticiários qualquer menção a esses fatos, todavia, tanto as campanhas de candidatos adversários do "juiz ladrão" e seus bandidos togados quanto as redes sociais de grande influência poderão manter os tais assuntos em evidência, mostrando ao povo brasileiro o embuste do candidato e sua mídia cúmplice.


A miséria que nos atormenta


Segundo dados do IBGE, divulgados pelo Sindfisco, três milhões de paraenses dependem do auxílio emergencial para sobreviver; 1 milhão depende(dependia) do Bolsa Família e 1 milhão passa fome.

Quase metade da população paraense vive abaixo da linha da pobreza, mais precisamente 40% de nossa população, esta estimada em oito milhões e setecentos mil habitantes, segundo os últimos dados disponíveis, de 2018.

Enquanto isso o lucro da mineradora Vale, somente no primeiro semestre deste ano, chegou a R$75,1 bilhões; enquanto  a renda per capita dos paraenses está em média na casa dos R$806,76, dados de 2020, a terceira menor do Brasil.

Por isso, quando o jornal da família do governador ufanisticamente ressalta a "solidez da economia paraense", escudado em números aparentemente grandiosos, na prática pífios, em razão de renúncias fiscais de eficácia duvidosa, nosso quadro social encarrega-se de desmentir esse ufanismo.

Seguramente deve ser esse o maior pecado do atual governante paraense, de deslumbrar-se com números reais decepcionantes, quando comparamos com aquilo que temos potencial de arrecadar e distribuir entre uma população miserável que vive em um solo e  possui um subsolo gerador de imensa riqueza.

Diante dos impactos ambientais causados na Amazônia, particularmente cá no Pará, por um modelo de desenvolvimento predatório, do ponto de vista ambiental; e excludente sob a ótica sócio/econômica, já está bastante atrasado o debate público que modifique essa realidade e encare de forma corajosa e inovadora esse problemão que nos envergonha, que o atual governador acha ser aceitável. Não dá!  

sábado, 27 de novembro de 2021

Lula contra Bozo

Ao apostar que Boçalnaro é, hoje, seu principal adversário na disputa presidencial do ano que vem, o PT acerta em cheio no confronto, bem como age corretamente ao deixar de lado o "juiz ladrão".

Tanto isto é verdade, que até as cabeças coroadas da direita brazuca admitem a polarização Lula/fascismo, com larga margem de vantagem para o petista, daí já haver alguns movimentos para que o atual presidente não concorra a novo mandato.

Os arrependidos, não de protagonizarem o golpe sórdido de 2016, mas da 'escolha difícil' por Boçalnaro começam a tecer retórica labiosa de que o atual inquilino do Planalto não tem a menor chance de derrotar Lula, daí ser necessária sua desistência.

Realmente, a taxa de rejeição do 'capetão' já ultrapassou a barreira dos 60% dos entrevistados, porém, os demais pretendentes direitosos que se lançaram à aventura da disputa presidencial não ficam muito atrás, sendo que todos eles possuem índices de rejeição bem próximos ao dele.

Mas, para além dessa taxa de rejeição, há a política econômica desastrosa e fracassada que fez voltar a fome em escala privata aos lares tupiniquins, coisa que as gangues midiáticas empenhadas em impedir a volta de Lula omitem, como se a desdita boçal não abrangesse também o agiota e ladravaz Guedes.

Tentar edulcorar um patife ex empregado de Boçalnaro, carimbando em sua testa o caráter de 'novo', é desdenhar do feeling do povo brasileiro, ora escaldado com o ardil canalha de 2016, que tirou o PT e colocou em seu lugar camarilhas de malfeitores que nada mais fizeram até aqui a não ser assaltar o erário.

Claro que o 'era só tirar o PT' deu com os burros nágua na medida em que significou retrocesso diante de 13 anos de governos exitosos de caráter eminentemente popular, cujo êxito serviu ainda para mostrar que uma outra governança, que incluísse os pobres no orçamento público, era não só possível, e sim a única alternativa para este país. Será possível derrotar isto sem golpe institucional?  

Será que hora de trocar a segurança sanitária por carnaval?


Ao creditar na conta da vacinação de 80% da população de Belém a segurança para que haja carnaval de rua, o prefeito Edmilson Rodrigues incorre no mesmo erro que governantes de outras regiões.

Não há caso mais emblemático que o de Israel, saudado pela Rede Globo como o primeiro país no mundo a vacinar quase integralmente toda a sua população; ontem o governo decretou estado de alerta por conta da covid.

Depois da Delta, eis que uma variante oriunda da África do Sul atormenta o mundo e remete todos os quatro cantos do mundo à necessidade de seguir um conselho singelo da Organização Mundial de Saúde: a pandemia não acabou.

Homem da ciência, um humanista, alguém intelectualmente privilegiado o prefeito de Belém sabe que não são os resultados estatísticos no combate ao vírus que garantem o êxito nessa luta, mas a vigilância constante contra as mutações desse terrível inimigo.

Que o prefeito de Belém reflita por mais tempo, antes de cantar vitória contra um inimigo tão traiçoeiro quanto letal a fim de que possamos  manter Belém com números tão favoráveis, nessa luta que já nos privou da convivência com tanta gente querida que se foi.

O carnaval pode esperar, assim como nossa maior alegria deve ser atualmente evitar que mais entes queridos percam essa batalha, afinal, já atravessamos dias terríveis para negligenciarmos e fraquejarmos quando tão próximos de vencer essa batalha estamos. É isso. 

O indisfarçável desamor do governador pela leitura


Mesmo com a prefeitura de Belém anunciando um bônus de 200,00 aos professores da rede municipal, para que participem da Feira do Livro promovida pela SECULT, o governador do estado manteve-se glacialmente inflexível quanto à concessão aos docentes da rede estadual.

Para esses, o credlivro segue sendo igualmente de 200,00, mostrando que quando se trata de assuntos que demandem cultura, raciocínio e atividade intelectual o governador quer a mais absoluta distância afetiva, preferindo proximidade com atividades, digamos, mais pragmáticas e de resultados eleitorais concretos.

Nada deve ao antecessor, sob esse aspecto, tanto que manteve o valor do credlivro congelado ao longo desses três anos que governa, seguindo os oito anos anteriores da gestão do professor de economia o tecnocrata Simão Lorota, este igualmente distante daquelas atividades pedagógicas cujo tema central é o humanismo.

Ressalte-se que foi a governadora Ana Júlia Carepa a responsável pelo último reajuste dado à concessão de um bônus para que docentes da rede estadual possam comprar livros naquela feira, Ana deixou o governo em dezembro de 2010; de lá pra cá, ficou só a sensação de sua venturosa passagem nesse aspecto, caso contrário, ainda estaríamos com o credlivro a 150,00. 

 

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

PEC dos Precatórios: por que o PT é contra e o que propõe


 Jair Bolsonaro gosta de dizer que a PEC dos Precatórios, atualmente em discussão no Senado, tem o objetivo de transferir renda para os mais pobres por meio do programa Auxílio Brasil. Então, por que o Partido dos Trabalhadores é contra? A resposta é simples: porque esse não é o objetivo do governo com a PEC dos Precatórios. E, para não ser enganada, a população brasileira precisa entender muito bem o que o ex-capitão está armando com essa proposta de emenda à Constituição.

Para explicar o que de fato está acontecendo, o PT no Senado realizou, na quarta-feira (24), uma live com a ex-ministra do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome Tereza Campello e com o economista Bruno Moretti, assessor técnico do partido. Na conversa, os dois explicaram que o texto atual da PEC tem quatro graves problemas:

1) não prevê ajuda a todas as famílias que hoje sofrem com a fome. Na verdade, deixará de fora, no mínimo, cerca de 27 milhões delas;

2) não garante recursos para além de 2022, ou seja, as famílias que forem contempladas no Auxílio Brasil devem perder renda assim que as eleições do ano que vem passarem. Aqui, é preciso prestar atenção: o governo mente quando diz que está tomando medidas para garantir que seja permanente! (leia mais abaixo);

3) a PEC abre espaço para que o governo conte com aproximadamente R$ 100 bilhões a mais o orçamento do ano que vem, mas, desse total, só metade (cerca R$ 50 bilhões) vai para o Auxílio Brasil. Do restante, a maior parte vai para as emendas de relator, aquelas com as quais Bolsonaro está comprando o apoio de deputados e senadores para aprovar o que quer e não sofrer o impeachment; e

4) coloca esse dinheiro na mão de Bolsonaro por meio de um calote nos precatórios, que são dívidas que a Justiça já mandou o governo pagar. Com isso, por exemplo, professores de vários estados deixarão de ter reajuste e pessoas com direito ao benefício de prestação continuada (BPC) continuarão sem receber.

Vamos entender melhor cada um desses quatro pontos e também a proposta do PT para essa questão.

A PEC exclui milhões de famílias

Como já foi dito, a PEC prevê cerca de R$ 50 bilhões para financiar o Auxílio Brasil, o programa que Bolsonaro criou para acabar com o Bolsa Família e usar eleitoralmente no ano que vem. Segundo o próprio governo tem dito, isso será suficiente para atender, em 2022, cerca de 17 milhões de famílias, pagando a cada uma R$ 400.

Ora, como já dissemos aqui no site várias vezes, esse número é muito menor do que os 43,9 milhões de famílias que recebiam o auxílio emergencial ou o Bolsa Família até outubro. Agora em novembro, o Auxílio Brasil atendeu apenas 14,5 milhões, deixando 29,4 milhões de fora. Mesmo que o número de atendidos suba para 17 milhões, ainda serão abandonadas 26,9 milhões de famílias. 

“O governo diz que essas pessoas não precisam mais. Mas não há como saber isso. Nós tivemos uma pandemia, a economia não se recuperou, o desemprego continua altíssimo e a maior parte dessas famílias ou não arranjou emprego ou está fazendo bico e ganhando muito menos do que ganhava antes”, denunciou Tereza Campello.

O auxílio de R$ 400 só está garantido até o fim de 2022

As famílias que não forem excluídas e ficarem no Auxílio Brasil não devem continuar recebendo os R$ 400 assim que as eleições passarem e chegar janeiro de 2023. Isso porque os recursos da PEC dos Precatórios só garantem o pagamento até dezembro do ano que vem.

Diante das críticas a essa manobra claramente eleitoreira, o governo incluiu na PEC um trecho que acaba com a obrigação de apontar uma fonte de compensação (definir claramente de onde virão os recursos) para tornar o benefício permanente. 

Porém, além de ser um drible na Lei de Responsabilidade Fiscal, esse trecho não passa de uma promessa vazia. Afinal, convenhamos, o governo dizer que tem autorização para fazer algo é muito diferente de realmente fazê-lo, que, neste caso, seria apontar de onde sairá o dinheiro e deixá-lo reservado para pagar o auxílio em 2023. “O que o governo colocou no relatório foi apenas uma possibilidade de não haver uma fonte de compensação para esta renda ser permanente”, alertou Bruno Moretti.

Só metade do dinheiro vai para os mais pobres

Moretti apontou outra “malandragem” inserida pelo governo na PEC dos Precatórios. Para entendê-la, é preciso saber que os cerca de R$ 100 bilhões que a proposta acrescenta ao orçamento vêm de sua formas: uma parte vem da mudança da fórmula de cálculo do Teto de Gastos e outra, do atraso no pagamento dos precatórios.

Só que o texto proposto pelo governo só prevê para o Auxílio Brasil a parte obtida por meio da nova forma de calcular o limite do Teto. Já os recursos oriundos do atraso dos precatórios não vão para esse fim e servirão para outras despesas, incluindo as emendas de relator.

“O texto pega só a parte da fórmula de cálculo do teto e diz que essa parte específica será usada em gastos sociais. Mas o atraso de precatórios, que abre espaço de mais de R$ 40 bilhões, não é claramente destinado a essas finalidades. E por que não? Porque o governo quer destinar a outras finalidades”, explicou Moretti.

O calote será dado em professores e pobres

O uso do dinheiro dos precatórios para finalidades escusas torna a PEC extremamente perversa quando se observa em quem o governo quer dar calote. Moretti lembra, por exemplo, que R$ 16 bilhões são dívidas do antigo Fundef, que poderiam ser usadas em 2022 para dar reajuste a professores.

“Fica uma sensação de que o credor do precatório, que é o nome técnico da pessoa para quem o governo deve, é um sujeito abstrato. Não! É o sujeito que ganhou na Justiça o direito a um precatório alimentar ou a um benefício de um salário mínimo da Previdência, é o profissional da educação que vai deixar de receber o valor ao qual ele tinha direito”, exemplificou Moretti, frisando que tudo isso torna a PEC passível de ser questionada mais tarde no Supremo Tribunal Federal (STF).

O que o PT propõe?

Tereza Campello ressaltou que a manobra fiscal que o governo está fazendo, recalculando o Teto de Gastos e propondo um calote na sociedade brasileira, é a prova de que o Teto de Gastos não deveria existir. “Todo esse processo só evidencia que nós sempre estivemos certos aos criticar a Emenda Constitucional nº 95, que criou o Teto de Gastos”, disse a ex-ministra.

Bruno Moretti acrescentou que, por isso, a proposta do PT é a de que a lei fiscal brasileira passe por uma revisão. “A gente defende uma revisão estrutural dessas regras fiscais, que hoje só impedem que o pobre vá para o orçamento, como diz o presidente Lula”, afirmou o economista. “O Teto de Gastos não tem paralelo com o resto do mundo, não acompanha o debate fiscal. Se acompanhasse, seria simples: a regra teria de ser flexível para lidar com casos como o atual, de aumento da pobreza e da fome.” 

Sem o Teto de Gastos como se tem hoje, torna-se possível socorrer todos os mais pobres, acrescentou Moretti. “O governo poderia dizer que, dadas as circunstâncias atuais, precisa de X bilhões para não excluir as milhões de famílias que estão ficando de fora”, disse.

Em resumo, a PEC defendida pelo PT é uma que preveja recursos para todas as famílias e só para elas, e não para emendas de relator. Com a revisão das regras fiscais isso poderia ser feito sem driblar a Lei de Responsabilidade Fiscal e com absoluta transparência. Mas o governo Bolsonaro não quer isso. Quer manter o Teto como está, com o pobre sempre fora do orçamento, e usar de gambiarras na hora em que precisar de recursos para comprar parlamentares e fazer programas eleitoreiros.

(Agência PT de Notícias)

Desaprovação de Bolsonaro aumenta em todos os Estados e é maior no Nordeste e Sudeste

 

Foi divulgada nesta sexta-feira (26) mais uma pesquisa que mostra o derretimento da popularidade de Jair Bolsonaro (Sem Partido). Segundo levantamento da EXAME/IDEIA, 66% dos nordestinos desaprovam o governo do atual presidente, enquanto no Sudeste esse número é de 54%.

Para vencer as eleições de 2022, essas duas regiões são consideradas essenciais, já que concentram quase 150 milhões de habitantes, o equivalente a 70% da população brasileira, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além da maioria dos habitantes destas regiões desaprovar o governo Bolsonaro, os números mostram que o percentual cresceu. No início do ano, era de 40% no Nordeste e 33% no Sudeste – o que representa alta de 26% e 21%, respectivamente.

No Sul, o percentual de rejeição é de 50%, no Norte, 47%, e no Centro-Oeste, 47%. O percentual de pessoas que não estão satisfeitas com o governo aumentou em todos os Estados em relação a janeiro de 2021.

No recorte por escolaridade, quanto maior o nível, pior é a aprovação do presidente, chegando a 61% entre os com ensino superior. Por renda, o sentimento negativo está na casa dos 50% em todas as faixas salariais, sendo maior entre aqueles que ganham mais de 5 salários mínimos (60% desaprovam o governo).

Para minimizar a má reputação, Bolsonaro tem feito viagens ao Sul e Nordeste. Nos últimos três meses, de 25 de agosto a 25 de novembro, ele esteve no Nordeste, pelo menos, em sete viagens oficiais, de acordo com levantamento da EXAME. A mesma quantidade de viagens – sete – do presidente teve como destino o Sudeste, no mesmo período.

(Revista Forum)

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

“O feijão tá caro, o arroz tá caro. Traz de volta o Lula e manda embora o Bolsonaro”

 

O uso de mentiras e desinformação tenta desviar o foco da realidade: nos tempos de Lula, o povo comia, havia emprego e perspectivas de futuro. O combate à fome e à miséria era o principal objetivo de um governo democrático, participativo e de concertação social, que colocava os pobres no centro do orçamento e fazia a economia crescer com distribuição de renda e diminuição de desigualdades. A situação é diametralmente oposta ao cenário de destruição dos tempos de Bolsonaro. O fim do Bolsa Família, substituído por um programa sem fonte orçamentária e sem duração assegurada é um exemplo disso, criticado ao redor do mundo. Não há distorção de falas que consiga esconder os fatos reais trazidos pelos dados.

Em 25 de novembro de 1946 Josué de Castro lançava a obra “Geografia da fome”, em que afirmava que a fome era fruto da ação humana e da condução econômica do país. Na época, as principais correntes teóricas atribuam a miséria às condições naturais e climáticas. A Geografia da Fome se tornou uma obra ícone não apenas dos estudos sobre a fome, mas principalmente para quem, como Lula, tinha como objetivo acabar com a fome no país. A partir das políticas e programas implantados por Lula e por Dilma Rousseff, o Brasil saiu do mapa da fome da ONU em 2014.

No Brasil de Bolsonaro, a inflação descontrolada – principalmente dos alimentos -, desemprego nas alturas e ausência de aumento real do salário mínimo levam ao triste quadro de volta galopante da fome e da miséria. Pesquisas apontam que 85% dos brasileiros deixaram de consumir algum alimento desde janeiro de 2021.

A realidade cruel importa por Bolsonaro é de uma inflação ainda maior para os mais pobres. A inflação acumulada dos últimos 12 meses ficou em 9,67% para os brasileiros que ganham acima de oito salários mínimos, mas foi de 10,63% para os mais pobres, que ganham entre um e três salários. É uma diferença de quase um ponto percentual. Já para a faixa que ganha entre três e oito pisos nacionais, o índice foi de 10,38%

Em uma comparação direta de preços, o preço médio do quilo das carnes coxão mole, coxão duro e patinho, em outubro de 2011, era de R$ 15,94. Em outubro de 2021, o preço quase o triplo: R$ 44,02. Os dados foram levantados pelo Dieese e se referem a São Paulo. Segundo o Datafolha, 67% dos brasileiros deixou de consumir carne vermelha desde o início do ano. Imagens de pessoas na fila para receberem doações de ossos se juntam a vídeos de pessoas revirando o lixo de supermercados e açougues para conseguir comer. Nas palavras de Lula, “comer carne não deve ser um privilégio”.

Em sua sanha negacionista por disseminar ódio e mentiras, Bolsonaro não tem tempo para se preocupar com a fome que volta a assolar o Brasil. Mais de 19 milhões de brasileiros passam um dia inteiro sem comer, e 116 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar. Pessoas esperam horas em filas para receberem doação de ossos de boi (no estado brasileiro que mais exporta carne bovina) e cidadãos se desesperam ao perceber que a alta nos preços tirará a carne, o frango e o ovo de suas mesas. Enquanto isso, em sua melhor versão Maria Antonieta, Bolsonaro, aquele que jamais fala em fome, parece falar: “se não têm carne, que comam picanha a R$ 1800 o quilo”.

O preço médio do quilo do arroz em São Paulo em 2011 era de R$ 1,86, enquanto o do feijão era de R$ 3,45. Em outubro de 2021, os preços são R$ 4 e R$ 6,91, respectivamente. O aumento foi de 100% para o feijão e 115% para o arroz. Segundo o Datafolha, 36% das pessoas parou de comer feijão e o arroz deixou de aparecer nas panelas de 34% dos brasileiros desde janeiro de 2021.

Nas redes sociais, tem muita gente chamando o Lula de volta. Desde agosto tem viralizado no TikTok uma dancinha com o som feito pelos MCs Lil e Koban. “O arroz tá caro, o feijão tá caro. Traz de volta o Lula e manda embora o Bolsonaro”.

Em outubro de 2021, um litro de leite custava R$ 5,18. Em outubro de 2011, o preço era R$ 2,49. O aumento foi de mais de 108%. Em seu discurso de posse como presidente da República, Lula afirmou: “se, ao final do meu mandato, todos os brasileiros tiverem a possibilidade de tomar café da manhã, almoçar e jantar, terei cumprido a missão da minha vida”. Infelizmente, com Bolsonaro, a fome voltou a ser uma realidade para grandes parcelas da população. O povo não tem nem mais comida para o café da manhã: 41% dos brasileiros precisou cortar o consumo de pão, item mais básico do cardápio matutino.

É o que mostra levantamento realizado pelo Datafolha entre 13 e 15 de setembro de 2021. Segundo a pesquisa, 51% das pessoas cortou o consumo de sucos, 46% parou de consumir leite, queijos e iogurte e 41% parou de comer pão (francês, de forma ou de qualquer outro tipo). Ou seja: tomar café da manhã não é mais possível.

A inflação descontrolada no país é ainda mais grave no setor alimentício: a alta de alimentos chega a 17% no acumulado de um ano.

(lula.com.br)

Dolarização dos preços dos combustíveis faz inflação disparar novamente

 

A desordem econômica promovida pelo desgoverno Bolsonaro faz o país retroceder décadas no combate à inflação. Divulgado nesta quinta-feira (25), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 1,17% em novembro. Essa variação é a maior para o mês desde 2002, quando FHC perdeu o controle sobre a carestia e o índice chegou a 2,08%. O indicador é considerado a prévia da inflação.

Embora o número seja 0,03 ponto percentual (pp) abaixo da taxa registrada em outubro (1,20%), o acumulado no ano (9,57%) chegou à fronteira dos dois dígitos, marca já batida no acumulado em 12 meses – 10,73%, acima dos 10,34% registrados no período anterior. Em novembro de 2020, a taxa havia sido de 0,81%.

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em novembro, mas a dolarização dos preços administrados pela Petrobras, mais uma vez, foi o principal “combustível” da carestia. Além dos impactos diretos dos reajustes nas refinarias, ainda há os indiretos sobre os custos de toda a cadeia produtiva nacional.

A maior variação (2,89%) e o maior impacto (0,61 pp) sobre o IPCA-15 vieram dos Transportes. Em seguida, vieram Habitação (1,06%) e Saúde e cuidados pessoais (0,80%), com impactos de 0,17 pp e 0,10 pp. Juntos, os três grupos contribuíram com 0,88 pp no índice de novembro, o equivalente a cerca de 75% do total.

O resultado dos Transportes (2,89%) foi influenciado, principalmente, pela alta nos preços da gasolina (6,62%), o maior impacto individual do mês (0,40 pp). No ano, o combustível acumula alta de 44,83% e, em 12 meses, de 48,00%. Também houve altas nos preços do óleo diesel (8,23%), do etanol (7,08%) e do gás veicular (2,59%).

Ainda em Transportes, os preços dos automóveis novos (1,92%) e usados (1,91%) seguem em alta, assim como os das motocicletas (1,26%). Outro destaque foi transportes por aplicativo (16,23%), vítimas diretas da dolarização dos preços da Petrobras, que já haviam subido 11,60% em outubro.

Sintomaticamente, no grupo Habitação (1,06%), a maior contribuição foi do gás de botijão (4,34%), cujos preços subiram pelo 18° mês consecutivo, acumulando 51,05% de alta no período iniciado em junho de 2020. Também em Habitação, a alta do gás encanado (0,88%) é consequência do reajuste de 6,90% nas tarifas no Rio de Janeiro (2,78%).

A energia elétrica (0,93%) teve variação menor que a de outubro (3,91%) e contribuiu com 0,05 pp no índice do mês. Desde setembro, está em vigor a bandeira tarifária Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.

Todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em novembro. A maior variação foi a de Goiânia (1,86%), com resultado puxado pela energia elétrica (10,93%) e pela gasolina (5,87%). O menor resultado ocorreu na região metropolitana de Belém (0,76%), onde houve queda nos preços da energia elétrica (-2,05%) e do açaí (-9,30%).

Problema mundial, inflação é pior na América Latina e, particularmente, no Brasil

Agência de notícias norte-americana destinada ao mercado financeiro, a Bloomberg emitiu esta semana um relatório sobre “a inflação mais alta do mundo”: a latino-americana. “Enquanto a região emerge da pior crise econômica em dois séculos, também enfrenta um cenário de baixo crescimento e inflação acelerada”, diz a matéria, apontando a inflação anual do Brasil (10,7%) como a segunda mais alta da região.

Conforme a reportagem, grandes bancos de Wall Street projetam que o custo médio de vida na América Latina encerre o ano acima de 10%, o maior índice global. Também preveem que a pressão sobre os preços ao consumidor se estenderá ao longo de 2022.

A projeção do Citigroup para a região (10,6%) é acompanhada pelo Morgan Stanley, que vê inflação acima de 10%. A mediana das projeções de economistas consultados pela Bloomberg aponta para uma inflação média de 11,9% e 10,4% neste ano e no próximo na América Latina, de longe o ritmo mais rápido do mundo.

O ciclo de arrocho monetário em que a maioria dos bancos centrais da América Latina, inclusive o do Brasil, embarcaram teve pouco efeito sobre as crescentes expectativas de preços, no entanto. Além dos gargalos no transporte marítimo global e custos mais altos das commodities, diz a matéria, outra questão específica para a região é a profecia autorrealizável das expectativas de que as coisas só vão piorar.

“Choques de oferta não são realmente algo que seja possível combater com política monetária”, explicou André Loes, economista-chefe para a América Latina do Morgan Stanley. “A América Latina tem um histórico de inflação mais longo do que a maioria, e isso causa um impacto relevante nas expectativas. As pessoas ainda lembram daqueles anos.” No Brasil de Jair Bolsonaro, “aqueles anos” foram há duas décadas.

(IBGE/ Agência PT de Notícias)

Um péssimo serviço prestado à população


E a Cosanpa do Barbalhinho segue atormentando a população com constantes, diárias e prolongadas faltas de água nas torneiras, mas dizendo 'poderia ser pior'.

Conversa pra camarão nadar de costas. Não é porque há anúncios diários informando a respeito dessa odiosa privação de um bem necessário, que isso absolve a companhia.

Naturalizar a falta é reconhecer que nada foi feito além do péssimo serviço que reinava no governo anterior, constatando-se que tudo continua como dantes e sem perspectiva de melhora.

Por sinal, aquele anúncio da suspensão do abastecimento em 22 bairros foi pontual, todavia, a suspensão em si é a coisa mais natural no cotidiano das pessoas, sem que o governador palanqueiro dê explicações.

Chega dessa desculpa já esfarrapada pelo uso continuado do sucateamento dos equipamentos, chega de colocar a culpa apenas no desperdício, chega de falatório a respeito de herança maldita como justificativa pela situação atual.

São três anos, às vésperas do quarto ano de governo, que a atual gestão nada mais faz além do que admitir publicamente não ter feito porra nenhuma para melhorar a situação do abastecimento de água à população paraense, notadamente a da RMB.

Pior é que condomínios de luxo e classe média não sofrem com esse transtorno diário imposto aos demais mortais, pois têm a seu dispor sistemas próprios de abastecimento, embora a captação seja da mesma Cosanpa; apenas não há interrupção no fornecimento, daí a indiferença governamental. Não dá!

Antes que seja tarde


O portal OESTADONET trouxe postagem, na data de ontem, que está a merecer providências das autoridades competentes, bem como manifestação veemente de repúdio da classe política paraense.

É que o ex vice governador, ex secretário de educação(pasmem!), Helenilson Pontes, foi acusado pela ex esposa de ter invadido o apartamento onde ela esteve, em São Paulo, acompanhando uma filha em tratamento de saúde e vandalizado o ambiente.

Segundo Priscila, a ex esposa, Helenilson aproveitou sua ausência e, ao lado da namorada, invadiu o apartamento e deletou sua presença documental ao lado das filhas, deletando fotos, arquivos, álbuns e tudo mais que registrasse a presença da mãe ao lado das filhas.

Procurado pelo citado portal, o ex queridinho político de Simão Lorota optou pelo silêncio, clara e sórdida tática de rábula para eliminar a presença da genitora ao lado das filhas e, mais adiante, acusá-la de ausência na educação das meninas e assim garantir pra si a guarda delas.

Tal ardil é feminicídio psicológico na medida em que sua estratégia jurídica pra brigar pela guarda das filhas na justiça parte da eliminação afetiva da mãe da vida das filhas, não importando os fatos concretos na relação entre elas, somente importando pra ele triunfar a qualquer custo e machucar a mãe.

Quem tenta eliminar psicologicamente a presença de alguém é bem capaz de ir adiante pra eliminar fisicamente seu desafeto, caso a primeira opção dê errado, por isso espera-se que parlamentares, governantes, ex aliados e todos os demais integrantes da classe política paraense manifestem-se a respeito do assunto, antes que o pior venha acontecer.  

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

FAO: Bolsonaro já aumentava a fome antes da pandemia

 

Sete anos depois de publicar o relatório que anunciava a saída do Brasil do Mapa da Fome, a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) constata que o país caminhou para trás e permitiu que a falta de comida voltasse a castigar a população. 

O retrocesso, alerta a entidade, iniciou-se antes da pandemia de Covid-19. Segundo a agência, em 2018, 14% da população brasileira, ou 29 milhões de pessoas, já não tinham condições de acesso a uma dieta saudável. Já o governo de Jair Bolsonaro só piorou a situação.

Em 2014, a fome moderada ou severa atingia 11% da população brasileira. Em 2019 (também antes da pandemia), esse índice chegou a 16%, e, em 2020, a impressionantes 24% (1 em cada 5 brasileiros). “É um enorme salto”, afirma o economista-chefe da FAO, Maximo Torero, em entrevista ao UOL publicada nesta quarta-feira (24). O site destaca que os dados da FAO são ainda conservadores, pois o IBGE já apontou que esse índice chegou a 35% em 2020.

Auxílio emergencial insuficiente

Assim como não é possível culpar a pandemia pelo aumento da fome, também não dá para jogar a responsabilidade na falta de alimentos. Mesmo na pandemia, o Brasil continuou produzindo comida de sobra. O problema, alerta a FAO, são a falta de políticas sociais e a gritante desigualdade, apontada recentemente por Lula como um dos principais desafios a serem vencidos nos próximos anos.

Ao jornal Valor Econômico, Torero explicou que a pandemia acentuou a desigualdade e fez com que uma enorme parcela da população passasse a não ter mais como comprar comida. E as ações do governo Bolsonaro – praticamente limitadas ao pagamento do auxílio emergencial de forma descontinuada e em valor cada vez menor e para cada vez menos pessoas – não foram capazes de proteger essas pessoas.

E agora, 29,4 milhões de famílias excluídas…

A análise de Torero confirma o que vem dizendo a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello, segundo quem a fome começou a voltar ao Brasil a partir do golpe de 2016, com os governos Temer e Bolsonaro desmontando as políticas públicas que garantiam a segurança alimentar. Quando a pandemia chegou, encontrou o Brasil já totalmente despreparado. 

“Nós tivemos um desmonte das políticas públicas, como o Programa de Cisternas e o Programa de Aquisição de Alimentos; o salário mínimo parou de ser valorizado; houve a destruição e o desmonte da CLT, com impactos generalizados na renda dos brasileiros; e o desmonte do Suas (Sistema único de Assistência Social)”, elencou Tereza, no mês passado, em audiência pública na Câmara dos Deputados. “Não é a pandemia que agrava o quadro, é a desproteção social, a desorganização das políticas públicas, que nos impediu de construir uma agenda que, mesmo com a pandemia, protegesse os brasileiros”, completou.

O pior é que Bolsonaro, agora, insiste no ataque aos mais pobres e piora a situação. Ao acabar com o Bolsa Família e o auxílio emergencial de uma só vez, ele retirou os benefícios de mais de 29,4 milhões de famílias, sem nenhum tipo de avaliação da situação. “Essas famílias foram excluídas num corte raso, sem que nenhuma avaliação fosse feita. Essas famílias foram excluídas sem que ninguém avaliasse se elas continuam precisando, se elas estão passando fome, se elas conseguiram achar emprego”, alertou a ex-ministra, na última segunda-feira (22), em audiência pública no Senado. 

“O governo sabia, desde abril, depois desde agosto, quando foi renovado, que o auxílio emergencial ia ser interrompido. E o que deveria ter sido feito, que é o mínimo de seriedade que se exige? Essas famílias deveriam ter sido informadas, convidadas a se cadastrar, para que a gente pudesse ter uma transição séria para o fim do auxílio emergencial e a volta do Bolsa Família ou início de qualquer outro programa. Isso não foi feito. As famílias foram eliminadas sem nenhuma avaliação profissional”, denunciou a ex-ministra. 

(Agência PT de Notícias)