Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Fim do sonho, volta à realidade

Se fosse apenas uma simples operação matemática, dir-se-ia que Jair Boçalnaro muda de partido a cada quatro anos de sua trajetória como homem público.

Sem maiores aprofundamentos em um levantamento comparativo com os mais notórios nômades partidários do fisiologismo tupiniquim, pode-se afirmar que Bozo está entre os mais saltitantes.

Sua filiação, consumada hoje, no Partido Liberal, representa a decadência formal do ocupante do mais importante cargo na estrutura da república brasileira, após dois anos atuando como outsider.

Boçalnaro não conseguiu assumir o controle da legenda que usou para eleger-se presidente, embora isto seja apenas um detalhe, na medida em que estava onipresente em todas as legendas conservadoras.

Com efeito, sua ascensão foi fruto de um mega conluio entre toda a direita brasileira, cujo norte era primeiramente impedir o retorno do PT ao governo, nas eleições de 2018, mesmo que o mote da sordidez fosse a 'escolha difícil'.

Boçal também não conseguiu fundar seu próprio partido, dada sua irrelevância como liderança política; chefes de bandos existem muitos no país, todavia, nenhum que tenha vivido nas sombras da política até ser bafejado pela circunstância.

Síntese da sordidez golpista de 2016, foi o que as forças reacionárias tinham à mão para neutralizar o retorno do PT ao governo, daí pra frente seu protagonismo esteve sempre entre a farsa e a tragédia, sendo o maior símbolo local da desgraça que se abateu sobre o mundo.

O reinício dessa sua mais recente trajetória partidária desnuda para os incautos toda sua desimportância, mesmice e paradigma daquilo que há de mais torpe na cena política, mas isso agora parece não mais contar, já que Bozo perde a cada dia mais um naco do seu protagonismo.

Ironicamente, seu sucessor na galeria das novidades velhacas que a direita brasileira sempre tira das suas prateleiras para assombrar o povo brasileiro é um ex empregado do atual governante, alguém que foi enxotado do staff oficial como carreirista, desmascarado pelo STF como um embusteiro no exercício da justiça.

Não importa. A mídia partidarizada, reacionária e venal continuará pintando o malfeitor com as mesmas tintas reluzentes com que pintou o corrupto coronel de barranco, Fernando Collor de Mello, como emissário da modernização; e mais recentemente o larápio e drogado Aécio Neves como o anjo neoliberal que nos livraria das garras petistas. Eis aí o resultado. 

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