Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Fernando Brito expõe a carestia do Judiciário brasileiro

despesajudiciario

Do Valor, hoje:
“As despesas do Poder Judiciário no Brasil equivalem a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Somados a esse percentual o orçamento do Ministério Público, de 0,32% do PIB, e mais 0,2% do custo das defensorias públicas e advocacia pública, o gasto total com o sistema de justiça no país chega a 1,8% do PIB, ou R$ 121 bilhões. Esse sistema consome 0,2% do PIB na França, 0,3% do PIB na Itália, 0,35% do PIB na Alemanha e 0,37% do PIB em Portugal”.
Números espantosos, que este Tijolaço, há quase dois meses, destacou, a partir do estudo do professor Luciano Da Ros, publicado na última edição da revista do  Observatório de Elites Políticas e Sociais do Brasil,  e que vão subir fortemente se os deputados derrubarem o veto presidencial ao reajuste do Judiciário.

Embora o nível de remuneração médio dos servidores do Judiciário (R$  15.723, segundo Boletim de Pessoal do Ministério do Planejamento) possa não revelar injustiças com servidores mais humildes da carreira, não é com reajustes lineares que isso vai ser corrigido dentro de um quadro de justiça social.

A quantidade de servidores nesta área não pode crescer como vem crescendo – e aumentar o quantitativo de servidores é iniciativa deles próprios.  Enquanto o número de servidores ativos do  Executivo cresceu 24% de 2002 para cá (cerca de 1,6% ao ano), enquanto o do Judiciário (o federal) cresceu 69% e o MPF aumentou 131%!

Será que é mais importante elevar assim o número de serventuários e em escala muito menor o de professores e de médicos?

O estudo do professor Da Ros mostra que temos cinco vezes mais servidores por habitante, em todos os níveis do Judiciário, do que Chile, Colômbia, Inglaterra, Itália, por exemplo.

Com a expansão desta forma – sem que isso signifique uma mudança de qualidade na prestação de serviços – dos seus quadros de pessoal, sem que haja alteração em ritos demorados, excludentes e repetitivos (embora isso só preocupe em casos criminais)  não há possibilidade de sustentar a viabilidade de melhores padrões de vencimentos generalizada.

Enquanto – a começar pelos juízes – o Judiciário não achar que não tem deveres de austeridade e continuar auto-distribuindo benefícios e penduricalhos aos seus mais elevados integrantes, como o imoral auxílio-moradia indiscriminado.
(Tijolaço)

A conta secreta, os moralistas sorrateiros e a ladroagem dissimulada

Suíça envia ao Brasil dados de conta secreta de Eduardo Cunha

Autoridades da Suíça enviaram para o Brasil dados de uma conta secreta do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O volume de recursos -que está sendo mantido em sigilo- foi bloqueado pelas autoridades suíças.

Cunha é alvo de um inquérito aberto pelo Ministério Público suíço, em abril deste ano, por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público da Suíça bloqueou uma conta que teria como beneficiário o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A descoberta da conta ocorreu após a realização de um pente-fino nas transações de operadores do esquema de corrupção na Petrobras.

No início da semana, o jornal O Estado de S.Paulo revelou que os suíços abriram investigações criminais contra os lobistas Fernando "Baiano" Soares e João Augusto Henriques, apontados como operadores do PMDB no esquema na estatal petrolífera. Os dados da conta secreta que teria Cunha como beneficiário já foram repassados ao Ministério Público Federal no Brasil, assim como os detalhes de quem fez depósitos. As autoridades suíças prometeram divulgar mais informações até esta quinta-feira, 1º.

Condenado na Operação Lava Jato, Fernando Baiano fechou acordo de delação premiada e confirmou o relato de outro lobista, Julio Camargo, de que o presidente da Câmara teria recebido propina de pelo menos US$ 5 milhões por contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras. Cunha, que já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro, nega participação em irregularidades.

Henriques, também preso, revelou como eram as indicações políticas na Diretoria Internacional da Petrobras, controlada politicamente pelo PMDB, segundo a força-tarefa da Lava Jato. Ele afirmou à Polícia Federal que abriu uma conta na Suíça para pagar propina ao presidente da Câmara. Segundo ele, a suposta transferência para Cunha está ligada a um contrato da Petrobras relativo à compra de um campo de exploração em Benin, na África. Os suíços tentam rastrear essas contas, a fim de identificar os destinos dos recursos e o motivo do pagamento.

Novo delator

O Ministério Público da Suíça já havia anunciado na semana passa que abriu investigações contra o ex-gerente da área Internacional da Petrobras Eduardo Musa, novo delator da Operação Lava Jato e que também citou o presidente da Câmara. Seus ativos já foram bloqueados e procuradores tentam traçar o destino e origem do dinheiro que alimentou suas contas. No Brasil, Musa afirmou que chegou a ter US$ 2,5 milhões no banco Cramer e admitiu ter usado também o Credit Suisse e o Julios Baer.

Musa ainda disse à força-tarefa ter ouvido de Henriques que "quem dava a palavra final" em relação às indicações para a Diretoria Internacional da Petrobras era o deputado Eduardo Cunha.

No total, a Suíça anunciou a existência de US$ 400 milhões bloqueados nas contas do país, entre eles o valor de Musa. Andre Marty, porta-voz do Ministério Público suíço, indicou que a investigação "foi aberta e que seus ativos foram congelados".
(Os Amigos do Presidente Lula)

Aécio dá azar!

:

O cambaleante Aécio Neves parece que deu azar para os seus "famosos" apoiadores nas eleições do ano passado. O "cantor" Latino teve pena de prisão decretada por não pagar pensão de seu filho; o "ator" pornô Alexandre Frota foi processado após se jactar de um estupro; e o lutador Anderson Silva foi pego no antidoping. Agora, outra "celebridade" que até postou um vídeo em apoio ao tucano está encrencada. Na semana passada, a Procuradoria da Fazenda Nacional bloqueou na Justiça R$ 188,8 milhões do jogador Neymar, sob a acusação de sonegação de impostos.

Em nota, o craque da seleção brasileira e do Barcelona negou que tenha cometido o crime e disse que ocorreram apenas lacunas na declaração sobre sua venda ao time espanhol. A Receita Federal, porém, garante que a sonegação foi de R$ 63,6 milhões e cita, entre outros fatos, a omissão de rendimento de fontes com publicidade e a "omissão de rendimentos oriundos de vínculo empregatício pagos pelo Barcelona". x

Segundo reportagem da Folha, "foi pedido o bloqueio dos bens do jogador, das empresas e de sua família porque o débito cobrado pela Receita representa mais de 30% do total de seu patrimônio, avaliado pelos seus advogados em R$ 242,2 milhões. Ou seja, haveria um risco de que o valor não fosse pago. Surpreendentemente, apenas R$ 19 milhões desse total estão no nome do jogador, sendo o restante de posse de seus pais, Neymar Santos e Nadine, e de três empresas da família... Os bens bloqueados são apenas aqueles permanentes, como imóveis e carros. Os ativos financeiros, dinheiro em contas em bancos e aplicações, por exemplo, continuam disponíveis para o jogador e sua família".

Os advogados do jogador até tentaram impedir o bloqueio dos bens. Alegaram que não havia risco de falta de pagamento já que eles têm bens suficientes para a cobrança, e o jogador é uma figura pública, cujos rendimentos estão expostos. Mais do isso, argumentaram que não houve tentativa de transferir os bens para escondê-los do Fisco. O desembargador Carlos Muta, porém, rejeitou esses argumentos. "A Receita vem investigando Neymar desde sua transferência para o Barcelona, quando foram pagos € 40 milhões pelo clube espanhol pelos direitos do atleta, em operação que enganou o Santos. Desde então, auditores do Fisco de Santos e advogados do jogador têm travado uma verdadeira batalha jurídica. Agora, a Receita conseguiu uma vitória", descreve a Folha.
(Altamiro Borges)

Os facínoras e suas versões

ecutiva do presidente da Odebrecht
Nome de Richa é citado em emails apreendidos pela PF na Lava Jato


Este documento vale mais que mil palavras insidiosas da imprensa cúmplice do banditismo privata, cujo furor moralista obedece apenas o rito golpista da direita brasileira, incluso, repita-se, seu braço midiático, na tentativa de voltar ao poder e classificar como arroubos a necessidade de termos um estado marcado pela transparência de seus agentes.

Assim como o senador tucano Aécio Neves foi citado com todas as letras como protagonista do esquema ora investigado sob o comando de um juiz paranaense altamente suspeito; assim como o também tucano senador Álvaro Dias é blindado da divulgação de suas relações promíscuas com o doleiro Alberto Youssef; o demo Agripino Maia e até o "homenageado" post mortem, Sérgio Guerra, está envolvido na ladroagem seletivamente investigada, agora é o governador do Paraná, outro tucano altamente suspeito de ter arrombado os cofres da receita do Paraná  a fim de bancar sua reeleição, que vê-se encrencado na tal Lava Jato.

Enquanto isso, sendo vítima de denúncias desacompanhadas de qualquer documento que comprove seu envolvimento no caso, o ex-tesoureiro do PT mofa na cadeia, certamente vítima do rito jurídico/macabro engendrado pela mente doentia e criminosa do ministro Gilmar Mendes, para quem todo aquele ocorrido foi iniciativa de petistas, embora o início de tudo tenha sido originado por iniciativas de um governo do qual Gilmar era empregado. Gilmar busca obsessivamente a consolidação do clássico crime perfeito, concebido na  cinematografia hollywoodiana, em que não só o assassino é poupado da investigação, mas um suspeito é fabricado a fim de pagar pelo crime cometido por outro.

Ficando na esfera do cinema, mas recorrendo a outro gênero, tão caro à indústria do entretenimento estadunidense, o western, temos tudo devidamente escudado na célebre frase dita no clássico "O Homem que Matou Facínora" a fim de explicar o triunfo da versão sobre os fatos na explicação da ascensão do senador Ransom Stoddadrd, se a versão suplantou os fatos, então, publique-se a versão. É só isto que faz a mídia criminosa e partidarizada.


É hora de reagir contra a disseminação do ódio ao Lula

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

A assessoria de imprensa do Instituto Lula soltou a seguinte nota;

Em seus dois mandatos, Lula chefiou 84 delegações de empresários brasileiros em viagens por todos os continentes. A diplomacia presidencial contribuiu para aumentar as exportações brasileiras de produtos e serviços, que passaram de US$ 50 bilhões para quase US$ 200 bilhões, e isso representou a criação de milhões de novos empregos no Brasil. Só uma imprensa cega de preconceito e partidarismo poderia tentar criminalizar um ex-presidente por ter trabalhado por seu país e seu povo.

Há uma repetitiva, sistemática e reprovável tentativa de alguns órgãos de imprensa e grupos políticos de tentar criminalizar a atuação lícita, ética e patriótica do ex-Presidente Lula na defesa dos interesses nacionais, atuação que resultou em um governo de grandes avanços sociais e econômicos, com índices recorde de aprovação.

Temos a absoluta certeza da legalidade e lisura da conduta do ex-presidente Lula, antes, durante e depois do exercício da Presidência do país, e da sua atuação pautada pelo interesse nacional.

Foi mais uma resposta ao Partido da Imprensa Golpista(PIG), que repisou pela enésima vez a acusação dessa atividade diplomática confundindo-a com lobby. Vale dizer, qualquer outro presidente, de qualquer outra República, pode fazer essa movimentação menos o Lula, pré condenado pelo crime de usurpação do poder divino conferido aos "bem nascidos", daí o que faz não ter valor político, ético e administrativo a Juízo dessa malta.

Com efeito, qualquer explicação torna-se inútil, assim como inútil é qualquer tentativa de mostrar minuciosamente tudo aquilo que o Brasil ganhou em termos de divisas com empresas brasileiras operando em outros países. Importa, sim, que isto não é tarefa de governante com o perfil de Lula, de resto, fora dos padrões impostos pela burguesia nacional.

Assim, Lula continuará sendo alvo do ódio, do preconceito e do moralismo abjeto dessa malta ignara que, apesar dos privilégios que a vida lhes concedeu para serem menos obtusos, vê no ex-presidente a imagem do país que os envergonha. Definitivamente, não é uma escola que corrigirá esses defeitos. Os mesmos terão que ser confrontados cada vez mais com a tolerância, com a injustiça social que tira da maioria da população para beneficiá-los, enfim, com a democracia duramente conquistada pra ser vilipendiada por aqueles que admitem a expressão como ornamento de dicionário.

Para tal, caminhamos celeremente pra viver uma situação em que o único remédio pra curar esse mal é o povo nas ruas a fim de evitar qualquer retrocesso. Na Venezuela, tivemos o exemplo de como a força popular foi capaz de inibir o golpismo da direita inconformada com a perda de privilégios. Custou vidas, mas parece ser esse o preço a pagar para consolidar a liberdade, as conquistas sociais e a superação do legado privata, que nos colocou como uma das nações mais desiguais do planeta. Se não desejamos esse maldito revival, então, mãos à obra!   

Na ONU, Raúl Castro denuncia clima golpista na América Latina

O presidente de Cuba, Raúl Castro denunciou na Assembleia da ONU o clima de desestabilização contra governos democráticos da América Latina.

Ele usou seu discurso para defender o governo da Venezuela das iniciativas desestabilizadoras de alguns setores, e também o governo do Equador, nação que vem sendo “alvo do mesmo roteiro” opositor. Por outro lado, também usou seu palanque para celebrar as conquistas sociais alcançadas pela presidenta brasileira Dilma Rousseff e expressou seu apoio à demanda dos países caribenhos por uma reparação pelos anos de escravidão que parte de sua população sofreu.

Raúl exigiu da comunidade internacional que busque na pobreza e na desigualdade a origem dos conflitos gerados pelo colonialismo e pelo assalto aos recursos das populações nativas, pelo imperialismo e pela divisão das esferas de influência. Em seu primeiro discurso numa Assembleia das Nações Unidas (ONU), Castro – que não se esqueceu da luta dos argentinos para recuperar a soberania das Ilhas Malvinas –, lembrou que a primeira meta traçada pela organização era a de preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra e edificar uma nova forma na qual os países pudessem se relacionar, favorecendo a paz e o desenvolvimento. Porém, muito pelo contrário, o resultado foi que os conflitos se multiplicaram. “Desde então, passaram a ser constantes as guerras de agressão, a intervenção em assuntos internos dos Estados, a derrubada de governos soberanos através da força ou dos denominados ‘golpes suaves’”, afirmou Castro, insistindo em que a militarização do ciberespaço e o uso das tecnologias da informação e das comunicações para agredir a outros Estados de forma disfarçada e ilegal são inaceitáveis.

O mandatário cubano lamentou que o compromisso inicial da ONU, de promover o progresso social e elevar o nível de vida dos povos de todos os países, continue sendo uma quimera, e contrapôs a situação das 795 milhões de pessoas que sofrem com a fome no mundo com as cifras dos gastos realizados na área militar, que alcançam 1,7 milhão de dólares. Após reivindicar a conformação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a declaração da América Latina como zona de paz, o líder cubano enumerou uma lista de gestos de solidariedade do seu país para com as nações da região.

Castro não perdeu a chance de usar suas palavras para criticar a União Europeia, cujas políticas são responsáveis, segundo ele, pelas ondas migratórias provocadas nas últimas semanas, com refugiados que se deslocam em massa desde países do Oriente Médio e do norte da África. “A União Europeia deve assumir de forma plena e imediata as suas responsabilidades para com a crise humanitária que ajudou a gerar”, sentenciou.

Ao mesmo tempo, condenou as distorções a respeito da promoção e proteção aos direitos humanos para validar e impor decisões políticas. E se colocou ao lado da Rússia, país com o qual os Estados Unidos mantêm diferenças claras sobre como solucionar a crise na Síria e a ocupação de territórios na Ucrânia. Reclamou inclusive que Porto Rico, nação associada aos Estados Unidos, “possa ser livre e independente, depois de mais de um século submetida à dominação colonial”. Castro valorizou o acordo nuclear entre os países do ocidente com o Irã, condenou o militarismo, a pobreza e o consumismo, e opinou que os países têm diferentes responsabilidades em relação às mudanças climáticas – tema que com o qual o seu irmão Fidel já se preocupava em 2000, segundo ele mesmo recordou ontem.

Na primeira visita do presidente de Cuba aos Estados Unidos em mais de 50 anos, ele se reuniu em Nova York com o ex-presidente estadunidense Bill Clinton e com o governador e o prefeito novaiorquinos, Andrew Cuomo e Bill de Blasio. Depois, teve um encontro com um grupo de empresários e executivos locais encabeçado pelo presidente e pela vice-presidenta da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, Tom Donohue e Jodi Bond.

O líder cubano agradeceu o apoio quase unânime recebido por parte da comunidade internacional em favor do fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos sobre Cuba há mais de meio século, e antecipou que a ilha seguirá apresentando o projeto na ONU até conseguir uma vitória e anular a medida. Nesse sentido, Castro insistiu em que não haverá relações normais com os Estados Unidos até que se termine o bloqueio, se devolva o território ocupado pela Base Naval de Guantánamo, que se interrompam as transmissões ilegais de rádio e televisão desde Miami, os planos desestabilizadores e se compense a ilha pelos danos humanos e econômicos que ainda sofre. Visando a reunião de hoje, com Obama, somente a posição sobre o embargo parece ter um ponto em comum.

As palavras do chefe de Estado cubano provocaram muitos aplausos do plenário de presidentes, e Raúl Castro foi incisivo, embora menos que Fidel. Em apenas 15 minutos, seu discurso esteve longe do tempo normalmente utilizado por seu irmão em sua primeira intervenção na Assembleia Geral da ONU em 1960 – que marcou um recorde, ao falar por 269 minutos, com uma mensagem de crítica contundente contra os Estados Unidos –, e apontou seus questionamentos às políticas imperialistas, sem mencionar diretamente nem os Estados Unidos nem o presidente norte-americano Barack Obama.

Entretanto, o mandatário cubano aproveitou sua primeira aparição diante da Assembleia para analisar os contrapontos que mantêm com os Estados Unidos, apesar da aproximação diplomática. Agora o contexto é outro, devido ao processo de descongelamento das relações, embora as diferenças ideológicas continuem. Castro as expôs com claridade, num ato que demonstra o regresso da ilha ao cenário maior da política mundial.
(Carta Maior)

A deplorável encenação moralista


O que mais estarrece em Aécio Neves é o cinismo com que ignora a realidade, que o condena moral e politicamente no passado no presente e no futuro. Para ele, fora o criminoso noticiário da mídia conservadora e partidarizada, não há vida ativa, não há fatos e muito menos responsabilidades inerentes ao desempenho de cargos públicos. Pode ter sido cometido o mais hediondo crime, no entanto, se não mereceu destaque nessa mídia nefasta, então, trata-se de um não fato consolidando-se o status dos beneficiários dessa iniquidade como acima da lei.

FHC, Aécio, Serra e outros menos votados entrarão terão um enorme destaque negativo na história do país pela quantidade de malfeitos cometidos contra o povo. Estarão lado a lado com a trupe atrapalhada do fujão D. João VI e seus gastos irresponsáveis para bancar um séquito de parasitas fugidos de Napoleão. Terão, igualmente, os chefes da privataria tucana, que responder perante o juízo da posteridade por terem desmanchado parte do estado brasileiro retardando o desenvolvimento nacional e ceifado milhões de vidas pela fome decorrente dessa aventura flibusteira.

Mas continuam deitando falação e encenando indignação às tratativas do atual governo na montagem de um novo ministério a fim de enfrentar o golpismo em curso. Alheios à memória recente da política nacional, quando promoveram a mais degenerada artimanha política pra dar mais quatro anos de mandato ao depravado FHC, comprando parlamentares a R$200 mil por cabeça, seguem repetindo a farsa moralista daquela velha direita, que tanto ensaiou até nos lançar na aventura golpista de 1964. E tudo devidamente respaldado pela ação criminosa da mídia cúmplice e parece que saudosa dos tempos em que a atividade política vivia uma longa noite escura. Definitivamente, não se deram bem com o clarão da democracia.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

PT em alerta contra as manobras da direita pela volta do financiamento privado nas eleições


PEC que retoma doações empresarias a campanhas não passará, diz líder
Foto: Waldemir Barreto /Agência Senado


O líder do Partido dos Trabalhadores no Senado, Humberto Costa, garantiu, em pronunciamento no plenário nesta terça-feira (29), que a bancada petista vai resistir e apoiar a manutenção do já anunciado veto da presidenta Dilma Rousseff em relação ao financiamento privado de campanhas. O financiamento de empresas privadas a partidos e candidatos já foi rejeitado pelo Senado, por 36 votos a 31, quando da votação da matéria na Casa, no final de agosto.

“O Senado tem de se somar ao Supremo Tribunal Federal, nesse movimento por uma verdadeira reforma política que o Congresso ainda não fez”, disse

O líder lamentou que o Supremo Tribunal Federal tenha sido o responsável por capitanear a verdadeira reforma política. Foi a Suprema Corte que decidiu, por 8 votos a 3, proibir que empresas,continuem interferindo no processo eleitoral.

“Quero crer que o Senado derrotará essa PEC vinda da Câmara e que a presidenta Dilma, em absoluta consonância com a decisão final do Supremo e com a vontade de 80% dos brasileiros, aporá um veto sobre o que a Câmara aprovou em relação a doações de pessoas jurídicas, a campanhas e candidatos, para que sepultemos de vez essa prática nefasta”, pediu.

Humberto mostrou-se preocupado com as notícias que dão conta de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria fechado um acordo para colocar em votação a PEC aprovada pela Câmara o mais brevemente possível. ”Isso não contará – sob nenhuma hipótese – com o apoio do PT, da sua liderança, e tenho certeza de que não contará com o apoio de vários outros líderes, até porque, menos de 15 dias atrás, foi feito um acordo de lideranças, para que essa PEC só viesse a ser apreciada depois do dia 2 de outubro, exatamente para que não interferisse no processo eleitoral do ano que vem”, esclareceu.

E garantiu que não abrirá mão de cobrar o que estabelece o Regimento Interno do Senado e que não aceitará a eliminação do prazo exigido para que o texto seja votado no plenário. ”Não faz sentido que nós queiramos votar algo que vai contra a decisão do Supremo, que vai contra o acordo de líderes recentemente feito, que vai contra a posição da maioria do povo brasileiro que hoje sabe que a raiz maior da corrupção neste país é exatamente o financiamento das campanhas eleitorais”, lembrou.

O líder explicou ainda que, com a decisão do Supremo, a vedação da doação de recursos empresariais para as campanhas já valerá para as eleições de 2016.

“Isso vai garantir uma imensa contribuição à reforma das nossas instituições políticas e dando um largo passo para melhorar o nosso regime democrático”.
(PT Senado/ Agência PT)

Atraso travestido de modernidade. Trabalhadores em situação análoga à escravidão são resgatados no Rock in Rio

 
Fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgataram 17 trabalhadores que atuavam no Rock in Rio em situação análoga à escravidão. A operação ocorreu no último domingo (27), envolvendo vendedores da empresa Batata no Cone, que comercializavam batatas fritas na multidão. Segundo auditores do MTE, a empresa Rock World, promotora do festival, é igualmente responsável pela situação, de acordo com a legislação vigente sobre o assunto.

“A responsabilidade da empresa promotora, por força da Súmula 331 do TST [Tribunal Superior do Trabalho], é objetiva e solidária. Certamente o Ministério Público do Trabalho, com base em nossas autuações, deve firmar um TAC [Termo de Ajustamento de Conduta] ou mover uma ação civil pública”, adiantou a auditora-fiscal do trabalho Márcia Albernaz de Miranda.

Coordenadora do projeto Trabalho Escravo Urbano no Rio de Janeiro, Márcia Miranda disse que alguns trabalhadores praticamente pagavam para trabalhar, "pois os ganhos que tiveram foram inferiores ao dinheiro que gastaram para se sustentar".

Segunda ela, são trabalhadores vulneráveis, pois muitos são de outros estados. Acrescentou que, nessa condição, há uma vulnerabilidade econômica e geográfica que os expõem a uma exploração indigna do ser humano.

"Eles ficaram alojados em uma favela vizinha ao Rock in Rio. Alguns dormiam no chão, sem condições sanitárias e asseio. Foi cobrado de cada um R$ 200 por semana. Um dos trabalhadores ganhou cerca de R$ 1 mil, mas, no fim, fazendo as contas do que ele gastou com passagem de ônibus, alojamento, alimentação, água potável e atestado de saúde ocupacional, saiu devendo R$ 1.580.”

Conforme os fiscais do MTE, os trabalhadores ganhavam R$ 2 por cada cone vendido a R$ 14, mas se voltassem com algum tinham de pagar. Outra denúncia é que os documentos de identidade e trabalho deles ficaram retidos com a empresa. Eles trabalhavam de duas da tarde à meia-noite e meia.

Nesta segunda-feira (28) foram feitos a rescisão de contratos e o pagamento de verbas indenizatórias, além da entrega das guias de seguro desemprego aos trabalhadores resgatados.

Para o MTE, o artigo 149 do Código Penal estabelece como elementos que caracterizam o trabalho análogo ao de escravo: condições degradantes de trabalho, jornada exaustiva, trabalho forçado e servidão por dívida.

As empresas Batata no Cone e Rock World foram procuradas por telefone e por e mail, mas não se pronunciaram sobre o assunto.
(Agência Brasil/ Brasil de Fato)

Rede

Senador Randolfe Rodrigues (ex-Psol/AP)

Deputado Federal Alessandro Molon (ex-PT/RJ)
Deputado Federal Miro Teixeira (ex-PROS/RJ)
Deputado Federal Aliel Machado (ex-PCdoB/PR)
Deputados Federal João Derly (ex-PCdoB/RS)Deputado Distrital Claudio Abrantes (ex-PT/DF)

Deputado Distrital Chico Leite (ex-PT/DF)
Deputada Distrital Luzia de Paula (ex-PEN/DF)
Vereadora Heloísa Helena (ex-Psol/AL)
Vereador Jefferson Moura (ex-Psol/RJ)
Esta é a relação dos parlamentares que já fazem parte dos quadros do novíssimo Rede, partido comandado por Marina Silva.
Como se vê, trata-se de gente com postura ideológica mais à esquerda, exceção feita ao deputado Miro Teixeira, na verdade, um andarilho que namorou com o brizolismo e com os inimigos deste e deve ser parlamentar há uns trocentos anos.
Fala-se em novas adesões e coisa e tal, porém, o que se percebe é o ressabiamento da banda fisiológica diante do mau desempenho da ex-ministra nas últimas eleições presidenciais, quando chegou até a especular sobre seu futuro ministério, tamanha era a certeza da vitória, e nem pro segundo turno foi; e os mais à esquerda provavelmente tentarão dar outra linha ao carreirismo desvairado da beata da floresta.
É mais um enigma a ser decifrado nas eleições, bem como ter seu apetite medido pala quantidade e qualidade dos acordos que venha a fazer para ter peso no parlamento.

Coordenador de presídios do governador tucano Geraldo Alckmin(SP) está do lado errado das grades

Coordenador de presídios acumula patrimônio milionário em dois anos. De onde vem o dinheiro?

Com ganhos de R$ 18 mil no governo paulista, servidor ergue casas equivalentes a 32 anos de salário

Berni Neto cuida de licitações na gestão Alckmin; ele diz não misturar ação pública com a de empresa

Responsável por 28 unidades prisionais do governo de São Paulo, Hugo Berni Neto, 52, recebe, como servidor público, um salário mensal bruto de R$ 18 mil. Entre outras funções, cuida de licitações milionárias da Secretaria da Administração Penitenciária.

Na coordenação de presídios desde 2006, ele se associou à irmã há dois anos em uma empresa imobiliária –que saiu quase do zero e construiu, só nesse período, casas em condomínios de alto padrão de Sorocaba (interior) avaliadas em mais de R$ 7 milhões, equivalentes a 32 anos de seu salário.

Berni Neto e sua empresa ainda mantêm em andamento obras de um condomínio inteiro, com 24 casas, que podem alcançar R$ 15 milhões.

A prosperidade da empresa da família, fundada em 2011, ocorreu com a entrada do coordenador dos presídios do governo Geraldo Alckmin (PSDB) na Midas Empreendimentos, em 2013.

Desde que ele se tornou cotista da empresa, oficialmente controlada pela irmã dele, a psicóloga Rita de Cássia Berni, a Midas aumentou seu capital social de R$ 2.000 para R$ 273 mil –e passou a adquirir uma série de imóveis em condomínios no interior.

Levantamento da Folha em cartórios identificou, de 2013 para cá, 12 terrenos adquiridos pela empresa em condomínios fechados –onde foram erguidas casas avaliadas entre R$ 650 mil e R$ 900 mil.

O servidor diz que, no total, já foram construídos 30 imóveis ao longo dos anos, mas nega relação com seu trabalho no Estado. "Minha vida pública não se misturou com a privada", afirma Berni Neto, funcionário de carreira que chegou a ser diretor do Carandiru e se tornou um dos homens de confiança do titular da pasta, Lourival Gomes.

Ele diz que, por ser funcionário público, não pode aparecer como administrador da empresa –oficialmente a cargo da sua irmã. Na prática, Berni Neto não possui nenhum imóvel no próprio nome, incluindo a casa onde mora, também no nome da irmã.

Entre outras funções na secretaria que cuida dos presídios do Estado, Berni Neto é responsável por licitações milionárias, como para fornecer as "quentinhas" aos presos.

Alguns dos contratos sofreram questionamentos do Tribunal de Contas do Estado –que, em 2010, por exemplo, reprovou contratação sem licitação de 2008, avaliada em R$ 1,2 milhão, para a alimentação de detentos da Penitenciária 2 de Itapetininga.

A empresa beneficiada na ocasião, a Geraldo J. Coan, teve seus proprietários entre os denunciados da "máfia da merenda", acusada de fraudar licitações e pagar propina em municípios do Estado.

Há também um inquérito do Ministério Público que investiga a coordenadoria chefiada por Berni Neto por suspeita de superfaturamento no fornecimento de alimentos do CDP Belém, em um contrato com a mesma empresa, a Geraldo J. Coan.

O servidor foi alçado a coordenador prisional das unidades da área central do Estado em 2006, após a prisão do então titular da vaga sob suspeita de vender transferências de detentos. Em seguida Berni Neto foi transferido para a coordenação das prisões da região metropolitana.

Foi nessa época que a irmã dele, Rita de Cássia, teve aumento expressivo de patrimônio. Em 2005, tinha só um imóvel, de R$ 56 mil. A partir de então, adquiriu outros 21.
(Os Amigos do Presidente Lula/ com informações da FSP)

GfK: IBOPE sempre mentiu. Audiência de Record e SBT sempre foi maior do que a anunciada


Os primeiros dados apurados pela empresa alemã GfK, que começou a medir o público da TV brasileira nas últimas semanas, apontam que a audiência de emissoras como Record e SBT é maior do que a registrada até hoje pelo Ibope.

A GfK passa a ser a concorrente do instituto, que até então detinha o monopólio na área.

O UOL teve acesso a algumas observações feitas após as primeiras medições do GfK. A primeira leva de dados consolidados só deverá ser divulgada na próxima semana pela empresa às emissoras que assinaram seu serviço (Record, SBT e RedeTV!).

A Globo até o momento não faz parte desse "pool" de empresas e continuará usando apenas dados do Ibope. A Band, por sua vez, chegou a anunciar que integraria o grupo, mas o elevado custo desse novo serviço (a emissora já paga caro pelo Ibope, assim com as demais) a teria feito desistir semanas atrás.

Fontes do GfK, porém, afirmam que ainda está sendo discutida uma forma de manter a Band no portfólio de clientes.

Segundo esta coluna apurou, a nova medição não deverá provocar nenhuma "revolução" ou mudanças radicais no ranking atual das emissoras
abertas. Não. A Globo continua líder isolada, seja pelo GfK seja pelo Ibope.

Porém, a metodologia alemã já teria observado que o SBT, por exemplo, tem mais audiência matinal e à tarde do que a medida atualmente pelo
Instituto Ibope.

Outro dado é que, segundo os dados iniciais da GfK, a Record também tem mais público na faixa da tarde e à noite do que os números atuais medidos pelo Ibope.

A empresa alemã também está encontrando diferenças (em relação ao Ibope) entre algumas faixas etárias e sociais.

Segundo fontes ouvidas por esta coluna (que pedem anonimato), essa discrepância captada em medições iniciais pode indicar que a metodologia utilizada pelo GfK seria mais completa e ampla que a utilizada atualmente.

A empresa alemã estaria contemplando "significativas mudanças" nos estratos sociais ocorridos especialmente nos últimos dez anos.

O Ibope instala aparelhos em residências de acordo com um estrato obtido de acordo com dados demográficos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o Ibope, a distribuição de seus aparelhos de medição contempla todas as camadas sociais, de escolaridade e faixas etárias.

O GfK também teve de utilizar dados do IBGE para definir a instalação de seus aparelhos, mas seu departamento de pesquisa teria observado novas e importantes mudanças sociais e de renda nos últimos anos.

Por exemplo: uma parcela da população (e, claro, de profissionais) que no passado pertencia à classe C, hoje está na classe B e até mesmo na A, apesar de não ter mudado de profissão. O comportamento e perfil de consumo dessas pessoas, porém, mudaram drasticamente.

Um exemplo típico: 10 ou 20 anos atrás uma cabeleireira ou um pedreiro podiam ser enquadrados como representantes tradicionais da classe C. Só que hoje, devido a mudanças no mercado e no país, esses mesmos profissionais podem faturar, digamos, até R$ 10 mil por mês (lembrem-se, são só exemplos).

Por isso, embora tenham mantido a mesma profissão, hoje seu status e seus hábitos de consumo – e também como telespectadores – podem ter mudado radicalmente.

Ainda é cedo para saber como as emissoras, o mundo publicitário e, em especial, os anunciantes irão reagir aos novos dados de audiência medidos pela GfK, mas é óbvio que eles serão analisados detalhadamente e com atenção.

Mercado ganha

Embora muita gente acredite que uma segunda empresa medindo audiência pode servir apenas para criar confusão no mercado, alguns especialistas acreditam que é justamente o oposto disso: que eventuais discrepâncias que o GfK identificar também podem servir para aprimorar ainda mais estratégias publicitárias e de anunciantes na TV.

O Ibope tem hoje aparelhos instalados em cerca de 5.000 residências das 15 maiores regiões metropolitanas do país. Há promessa de elevar esse número para 6.000 ainda este ano.

Já o GfK instalou cerca de 6.600 aparelhos pelo país, e promete medir também o público de TV on demand e de sistemas como o Netflix.
(Ricardo Feltrin- UOL/ via Conversa Afiada)

A PEC da covardia

LULA MARQUES: <p>Brasília- DF 14-08-2015 Foto Lula Marques/Agência PT Ex-presidente Lula durante ato educação para todos.</p>
Mas por que, ao invés de disputar a eleição com Lula e vencê-lo, a deputada Cristiane Brasil (PTB/RJ) e seus aliados da oposição se expõem dessa maneira, apresentando um projeto tão desqualificado, tão desprovido de sentido e conteúdo, tão descaradamente golpista? Ora, porque os opositores sabem: apesar de toda a tentativa de macular o PT e dos erros que petistas possam ter cometido, uma eventual candidatura de Lula partiria de um mínimo de 30%.

Porque Lula, quando presidiu a República, mudou a vida dos brasileiros para melhor e, uma vez candidato, disporia de um privilégio que só a oposição tem hoje: o latifúndio da mídia para desenvolver suas teses. O medo é que Lula desmonte todas as mentiras golpistas que, de tantas vezes repetidas na mídia empresarial monopolizada, andam parecendo verdades.

Num debate em rede nacional, por exemplo, Lula não precisaria mais do que alguns minutos para apontar com nitidez a origem e o interesse de quem hoje gera culpas e vazamento seletivos. Com a competência natural que tem para se comunicar, ele não teria dificuldades de mostrar ao povo que a corrupção não foi inventada e nem é maior no PT do que em outras siglas. E que muitos dos que hoje posam de arautos da moralidade, estiveram e ainda estão associados em quadrilhas que saquearem a República por anos, seja por meio de sonegação de impostos (Operação Zelotes está aí para quem tiver coragem de conhecê-la e divulgá-la), seja vendendo patrimônio público a preço de banana.

O desespero da oposição é que Lula tenha tempo e espaço para mostrar tudo isso e, ainda, onde e quando nasceu a corrupção na Petrobras e quem, historicamente, vem atuando para liquidar a maior empresa brasileira e entregar nosso petróleo aos interesses estrangeiros.

Ao justificar sua PEC com um disparate (“...um candidato recorrente possui uma vantagem desproporcional e desleal sobre os seus adversários, visto que este já possui um nome e um legado já conhecido pelo povo...''), sua autora está a afirmar que se um governante for reconhecido pelo povo, se sua atuação tiver sido positiva para seu estado ou país, isso deve contar pontos contra ele, não a seu favor.

Só o desespero sustentaria a estultice de uma lei que pretende transformar em defeito o que é qualidade, e que decreta a aposentadoria compulsória de todos os homens públicos que já exerceram o Poder Executivo, independente de terem sido bons ou maus governantes. Por absoluta falta de sentido, a PEC 125 é, portanto, uma verdadeira aberração legislativa.

Por fim, a única virtude da famigerada PEC 125 é mesmo o fato de ela desnudar o pavor que a oposição tem de enfrentar, num pleito, o potencial eleitoral e a capacidade de comunicação do operário Luiz Inácio Lula da Silva. Neste sentido, mais apropriado do que chamá-la de PEC anti-Lula, seria chamá-la de PEC da Covardia.
(ELVINO BOHN GASS/ 247)

A cortesia feita com o chapéu alheio


Para 2016, a Universidade Federal do Pará vai ofertar 6.788 vagas, sendo 50% dessas destinadas a cotistas, conforme determina a Lei Nº12.711/12. A novidade é o aumento do número de vagas para o segmento cotista de baixa renda, a ser determinado no edital(ainda por publicar), baseado no Censo 2010.

Consolida-se, assim, a trajetória de inversão do corpo discente das universidades federais, até FHC composto basicamente de estudantes oriundos de escolas particulares, bem como da classe média alta; e agora predominantemente formado por alunos egressos da escola pública, logo, de perfil étnico e social condizentes com a condição predominante na sociedade paraense.

Chama a atenção apenas o disparate do governador tucano Simão Jatene, na contramão dessa tendência e sempre disposto a obsequiar com dinheiro público os extratos mais privilegiados da sociedade, ao destinar a escolas particulares a nada desprezível quantia de R$7,8 milhões, a título de reposição das aulas perdidas durante a greve de mais de 90 dias. Dinheiro, repita-se pela enésima vez, que poderia muito bem remunerar os professores estaduais e evitar aquele movimento reivindicatório, constituindo-se em duplo acinte ao sonegar um direito líquido e certo da categoria, agora desviado para  beneficiar escolas particulares. Lamentável!

" Fim de doações de empresas vale para 2016 e não precisa ser rediscutido"


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fachin defendeu ontem (28), em entrevista ao programa Brasilianas.org, da TV Brasil, que a proibição da doação de empresas a partidos políticos já está valendo para as próximas eleições, em 2016, conforme a decisão tomada pelo STF no dia 17 de setembro último. O ministro Gilmar Mendes defende que a Corte retome o debate e defina a vigência da decisão.

"Eu estou subscrevendo o entendimento de colegas ministros daqui da corte que, na sua composição majoritária, pelo menos até o presente momento, entendem que essa decisão já é aplicável para as próximas eleições. A decisão tomada aqui é uma decisão já publicada e que está já surtindo os seus efeitos", disse Fachin.

O ministro explicou que agora caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) regulamentar a decisão, decidindo como será aplicada e quais serão os mecanismos de fiscalização e controle para o seu cumprimento. A decisão foi consequência de uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que questionou artigos da lei dos Partidos Políticos e da lei das Eleições.

O ministro Luiz Edson Fachin foi empossado no STF em junho deste ano, ocupando a vaga deixada pelo ministro Joaquim Barbosa, que se aposentou em julho do ano passado. Fachin foi indicado para o cargo pela presidenta Dilma Rousseff.

Durante a entrevista, indagado se o STF está tomando posições mais liberais em comparação a um Congresso Nacional mais conservador, tratando de questões, por exemplo, como adescriminalização das drogas, ele disse que é importante que o tribunal atue para garantir espaços de liberdade individual em conformidade com a Constituição.

Disse, no entanto, que não cabe ao Judiciário interferir no Legislativo e que questões do outro poder são tratadas quando há descumprimento, seja da lei, seja do regimento interno. "Ai o Judiciário pode e deve examinar para que a Constituição seja cumprida".
(Agência Brasil)

Taxa de desemprego é estimada em 8,6%, no trimestre encerrado em julho


A taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho de 2015 foi estimada em 8,6%, ficando acima da taxa medida no mesmo período do ano anterior (6,9%) e superando também a taxa do trimestre encerrado em abril de 2015 (8%). Esta é a maior taxa da série histórica do indicador, iniciada em 2012. Apenas neste ano, o número de pessoas desocupadas subiu 1,8 milhão.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE). Eles indicam que no trimestre encerrado em julho havia cerca de 8,6 milhões de pessoas desocupadas. A estimativa é 7,4% superior à do trimestre encerrado em abril de 2015 (8 milhões de desempregados) e 26,6% superior à do mesmo período em 2014 (6,8 milhões).

A pesquisa indica, ainda, que o número de pessoas ocupadas no trimestre encerrado em julho foi estimado em 92,2 milhões. O dado não variou estatisticamente na comparação comparada com o trimestre de fevereiro a abril de 2015 e nem na comparação com o mesmo período ddo ano passado.

Segundo o levantamento, o rendimento médio real do trabalhador (R$ 1.881) ficou estável comparado ao trimestre de fevereiro a abril de 2015 (R$ 1.897). Já em relação ao mesmo trimestre do ano passado (R$ 1.844), houve alta de 2%.

Os indicadores da Pnad Contínua são calculados para trimestres móveis, utilizando-se as informações dos últimos três meses consecutivos da pesquisa. A taxa do trimestre móvel terminado em julho de 2015 foi calculada a partir das informações coletadas em maio/2015, junho/2015 e julho/2015.

O número de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada caiu 0,9% no trimestre encerrado em julho (menos 337 mil pessoas), na comparação com o trimestre encerrado em abril. Na comparação com o mesmo período de 2014, a redução foi mais acentuada: 2,5%, que corresponde a 927 mil pessoas.

O rendimento dos trabalhadores domésticos e o dos empregados do setor público caíram 1,6% e 1,8%, respectivamente, no trimestre encerrado em julho, frente ao trimestre anterior, encerrado em abril. Apenas os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada apresentaram variação positiva em seus rendimentos no período da pesquisa, com alta de 2,9%.
(Agência Brasil)

"Irresponsabilidade fiscal é jogar o país na recessão"


Contra a "ditadura do pensamento único" de que somente o ajuste fiscal capitaneado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pode apontar saídas para a recessão do país, foi lançado na tarde de hoje (28), em São Paulo, o documento "Por um Brasil Justo e Democrático", que se propõe a ampliar o debate sobre os rumos do país, e apresenta alternativas de política econômica para a retomada do crescimento.

Os quase 200 profissionais que assinam o documento, entre economistas, advogados, urbanistas e outros profissionais formadores de opinião ligados ao pensamento progressista, têm como consenso o diagnóstico que o ajuste fiscal prejudica a atividade econômica em vez de tirar o país da recessão. “O documento se presta a evitar o terrorismo da lógica de curto prazo dos mercados especulativos”, afirmou o presidente da Fundação Perseu Abramo, o economista Marcio Pochmann. “Esse pensamento nos faz pensar pequeno. Precisamos ter clareza de que ao apontar para a lua não podemos ficar focados no próprio dedo.”

Entre as alternativas defendidas pelo documento, destacam-se mudanças para colocar a geração de emprego e renda no centro da política econômica do governo, para que o país volte a combater as graves desigualdades sociais com vistas à distribuição de riqueza. Em termos práticos, o documento defende que o papel do Banco Central seja ampliado – hoje a atuação monetarista do banco está focada em combater a inflação com elevação de juros, quando na verdade deveria olhar para a proteção social; e que o parâmetro da inflação deixe de ser o IPCA, "um índice ruim para a inflação, porque inclui produtos sobre os quais o governo não tem influência", critica o professor de economia da Unicamp Guilherme Mello.

O documento defende ainda maior controle do governo sobre a política cambial, "pois hoje a regulamentação é frouxa e permite a especulação com a nossa moeda", afirma Mello, e também uma visão do papel de longo prazo dos bancos públicos, voltada ao desenvolvimento, "já que hoje o que estamos vendo é um ataque do mercado aos bancos públicos". Esse próprio mercado, segundo o economista, não teria condições de financiar o desenvolvimento se os bancos públicos acabassem.

O documento sugere também que o governo flexibilize o modelo do tripé macroeconômico, com base no controle da inflação, câmbio flutuante e metas de superávit primário; e também mudanças na estrutura tributária para promover justiça fiscal em um país em que as elites não pagam imposto e os pobres são sobrecarregados por impostos embutidos no consumo.

Ao ser indagado por jornalistas se o grupo defende a saída do ministro Joaquim Levy, Pochmann disse: "Não estamos aqui para defender esta ou aquela pessoa. A nossa proposição é de conteúdo sobre os rumos do Brasil. Nós já tivemos experiência no período recente com as mesmas medidas aqui defendidas e que deram resultados fundamentais: o país conseguiu o grau de investimento (durante o governo Lula) fazendo outro tipo de política”, afirmou em referência a "medidas voltadas para o crescimento e não para o aprofundamento da recessão, com receituário neoliberal, que deseja corte de empregos e de renda para combater a inflação".

O documento é dividido em duas partes, uma focada em “Alternativas para o Brasil voltar a crescer” e outra em “Subsídios para um projeto de desenvolvimento nacional”. O documento reúne instituições que historicamente têm desempenhado papel ativo na defesa dos trabalhadores, como a Fundação Perseu Abramo, a Plataforma Política e Social, o Brasil Debate, o Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento e a Rede Desenvolvimentista.

Pochmann também criticou que “o ajuste fiscal reduz a atividade econômica porque cortam-se gastos públicos, aumentam-se os impostos, reduz a renda na economia e, portanto, a economia cresce menos, o Estado arrecada menos, e não se consegue reduzir as despesas no mesmo nível. Então, é um problema permanente".

O economista lembrou que, em janeiro, o ministro Levy havia afirmado que haveria uma recessão de apenas três meses. "Agora, se fala em uma recessão que poderá durar até 2017, e o país não suporta essa magnitude”.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, afirmou à reportagem da RBA que a iniciativa do documento é mais do que necessária para ampliar a discussão sobre a grave crise que o país está vivendo. “A burguesia apresentou como saída a volta do neoliberalismo e o governo está equivocado”, disse ao destacar que a recessão tem sido vista como um problema de orçamento, o que tem como resultado ainda mais crise. “Essa iniciativa recoloca o debate em seus devidos termos, precisamos de uma nova política econômica para sair da crise. E só há saída se houver debate e mobilização em torno de alternativas concretas”.

Para Stedile, a opção de política neoliberal adotada pelo governo pode ter surgido de um “susto” com a crise política que se instalou a partir das eleições do ano passado e do agravamento da crise no cenário internacional, que desta vez afeta especialmente Brasil, Rússia e China. Stedile vê a opção do governo com a política de austeridade como um “aceno à burguesia” para tentar se proteger. Mas ele também considera que quanto mais o governo oferece, pior fica e vê como irreversível a necessidade de mudar a política econômica.

Um dos argumentos centrais que o documento pretende desmontar é o de que a culpa da recessão atual é do aumento “exagerado” de salários, ou da nova matriz econômica do país, com inclusão no consumo e expansão da classe média, graças às escolhas dos dois governos Lula e ao primeiro mandato de Dilma Rousseff. “Não aceitamos esse argumento”, afirma o economista da Unicamp Pedro Rossi, para quem o país viveu um ciclo virtuoso a partir de 2003, com distribuição de renda e crédito e também aumento de produtividade na indústria.

“Durante esse período, principalmente entre 2005 e 2011, houve um aumento do mercado consumidor e da capacidade de oferta; o investimento também cresceu sistematicamente, não foi um crescimentos artificial”, defendeu, ressaltando que a taxa de investimento no país chegou a 12% em 2008. Mas ele também critica que faltou sintonia entre a economia e o crédito, e que o padrão de consumo no país foi modernizado sem mudanças na infraestrutura da economia.

Para Rossi, um dos erros fundamentais do primeiro mandato de Dilma Rousseff foi a ausência de contrapartida dos empresários em relação às desonerações adotadas pelo governo, como medidas anticíclicas para reverter um quadro que já apresentava sinais de desaceleração. “Os empresários engordaram suas margens de lucro, mas não deram retorno. Seria mais importante ter um plano de gastos do que desonerações”, afirmou.

Segundo Rossi, o discurso da crise que se tornou dominante buscou fazer um clima de terrorismo fiscal já em 2014, quando ainda não havia nada que apontasse para uma crise grave. Sobre o resultado primário negativo no ano passado (-0,6%), depois de anos de resultados positivos, ele afirma que, apesar de negativo, esse desempenho foi melhor do que em outros países. “Nossa dívida caiu e hoje não estamos com o FMI na porta”, disse.

Com a redução atual nos ciclos de consumo e de crédito, as variáveis de demanda estão sendo fragilizadas, diz o economista. “O ajuste fiscal está piorando as contas fiscais, estamos piores hoje do que em dezembro de 2014”, afirma. “Irresponsabilidade fiscal é jogar o país numa recessão.”
(Rede Brasil Atual)

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Traiu, relaxou e gozou


PHA tem razão. Crise é na Globo. Renato Machado vai tomar vinho nacional! Se você desligar a Globo, o Brasil melhora


A Globo vai trocar em janeiro quatro de seus correspondentes internacionais. Voltarão ao Brasil Renato Machado e Roberto Kovalick, de Londres, André Luiz Azevedo, de Lisboa, e Helter Duarte, de Nova York. Considerados "medalhões", todos serão substituídos por jornalistas menos conhecidos, que ganham no máximo 30% do que eles. O anúncio foi feito na sexta-feira (25) à noite, em comunicado interno, por Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo da Globo _encerrando uma semana em que o dólar passou dos R$ 4,00.

Renato Machado não será substituído em Londres, onde está há quatro anos. Suas funções serão acumuladas por Cecília Malan, que passará a fazer entradas diárias ao vivo no Bom Dia Brasil, telejornal que Machado apresentou até 2011. De volta ao Brasil, ele será repórter exclusivo do Globo Repórter.

Já Kovalick, que antes de Londres passou por Nova York e Tóquio, atuará como repórter especial em São Paulo. Na capital britânica, terá dois substitutos: Ernani Lemos assumirá suas funções de coordenador do escritório e Pedro Vedova, atualmente em Berlim, tomará seu lugar nas reportagens.

Assim como Vedova, outro correspondente da GloboNews substituirá Helter Duarte em Nova York. Será Sandra Coutinho. Sandra já vinha colaborando com o Jornal Nacional desde julho, por iniciativa de William Bonner, como recompensa por ter tomado uma "chinelada" de Barack Obama. Durante entrevista de Dilma Rousseff ao lado de Obama, Sandra perguntou à presidente como ela via o fato de os Estados Unidos não considerarem uma potência global. Diante da saia justa, o presidente Obama tomou a iniciativa de responder que os EUA veem o Brasil, sim, como um "grande ator global".

Os substitutos de Azevedo em Lisboa e Vedova em Berlim "serão anunciandos a seu tempo", de acordo com a nota de Kamel. Na GloboNews, a vaga de Sandra Coutinho em Nova York ficará com Michele Marinho, editora internacional do canal no Rio.

No comunicado, Kamel anunciou que os retornos de Renato Machado e Roberto Kovalick ao Brasil já estavam previstos. Helter Duarte, no entanto, ficaria nos Estados Unidos até o final de 2016. Só voltaria após as eleições presidenciais.

Na Globo, os jornalistas atribuíram as mudanças à alta do dólar. O pagamento aos correspondentes é feito na moeda local, mas o cálculo do salário é atrelado ao dólar. Um jornalista, hipoteticamente, vai para a Europa para ganhar US$ 20 mil mensais e recebe o equivalente na moeda local. Renato Machado e Roberto Kovalick, portanto, são remunerados em libras, moeda que também vem subindo _na sexta, fechou cotada a mais de R$ 6,00.

Kamel aproveitou o comunicado para elogiar os jornalistas. Disse que Kovalick fez "um trabalho brilhante, que certamente servirá de inspiração a futuros correspondentes". Machado, escreveu o chefe, "demonstrou mais uma vez o grande profissional que é". Azevedo produziu "reportagens de fôlego e muita dedicação". E Helter Duarte fez "coberturas excepcionais".
(Notícias da TV)

A Globo troca os caros pelos mais baratos.

Como fez a Fel-lha, quando mandou embora a Eliane Tucanhêde e aquele repórter investigativo (sic) que poupou os patrões da lista do HSBC.

O notável enólogo Renato Machado, que fala todas as linguas no Mau Dia Brasil para impressionar os parvos, voltará ao Brasil, substituído pela filha de Pedro Malan, que chegou ao estrelato mundial na crise do Charlie Hebdo.

Nos Estados Unidos, a correspondente da chinelada do Obama assume o poder que William Bonner decidiu lhe conferir.
(Conversa Afiada)

"Deixa o homem trabalhar"


É preciso castigar Lula por seu atrevimento. De preferência com a morte. É o que pensam setores da sociedade imbuídos de ódio por um ex-presidente cujo único crime foi distribuir o poder da elite e promover uma revolução social sem precedentes no Brasil. Como Prometeu.

Prometeu foi um herói mitológico que ousou desobedecer a Zeus, o deus supremo do Olimpo, ao entregar o fogo aos humanos num momento em que somente os deuses tinham acesso a ele. Insubordinado, fez uma importante distribuição, não de renda, mas de conhecimento. Sentindo-se ameaçado, Zeus acusou o golpe. Temia que, dominando o fogo, a Humanidade pudesse se tornar tão poderosa quanto os deuses. Por isso era preciso punir Prometeu. Zeus condenou o herói atrevido a passar 30 mil anos acorrentado e imobilizado no monte Cáucaso. Todas as noites, uma águia vinha lhe bicar o fígado. Prometeu resistiu. A parte do fígado que lhe era abocanhada à noite regenerava na manhã seguinte. Até o dia em que Hércules lhe rompeu os grilhões. O fogo jamais foi confiscado dos homens.

É compreensível, embora inadmissível, que setores da sociedade irmanados com Zeus peçam a morte do ex-presidente. Uma comunidade no Facebook, intitulada Morte ao Lula, reunia 8.619 membros em 17 de setembro. Apesar de incitação à violência ser crime no Brasil, até agora naufragaram todas as denúncias e pedidos para que a comunidade seja retirada do ar. Ainda assim, Lula resiste. E, de acordo com os últimos exames médicos, está longe de sucumbir à ameaça.

O plano B é prender o Lula. A qualquer custo. Para isso, requentam-se denúncias de uma década atrás. Ou criam-se factóides. Crise? A culpa é do Lula. Corrupção? Só pode ter começado com Lula. A cada depoimento na Lava-Jato ouvem-se as mesmas perguntas. Quem comandava? Lula chefiava o esquema? Nada surge que o incrimine. Mesmo assim, estampam-se manchetes de jornais repletas de ilações. São as águias mordiscando Prometeu.

A polarização baseada em ódio e intolerância é tão grotesca que um delegado da Polícia Federal chegou a pedir que o ex-presidente seja intimado sem que pese contra ele qualquer prova ou indício. É evidente que se trata de perseguição. E uma perseguição em tudo perversa, porque não apenas constrange o perseguido como contribui para o clima de insegurança, gerando desconfiança do mercado internacional em relação à nossa economia e ampliando os efeitos da crise num momento em que a responsabilidade nos chama ao bom senso. Sobretudo, o delegado fere a ordem jurídica ao buscar os holofotes e pedir uma investigação com base em nada, adepto do golpe-ostentação.

A justificativa para tamanho empenho em tirar Lula de campo não é acabar com a corrupção ou moralizar a política, como dizem alguns oradores, mas dilapidar a figura de Lula e desconstruir os avanços conquistados em seu governo. A meta é afastar a ameaça de um terceiro mandato. Recentemente, malgrado todas as tentativas de incriminá-lo, abriu-se uma nova trincheira com o objetivo de estender-lhe o cartão vermelho. Uma PEC apresentada pela deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha de Roberto Jefferson, busca proibir a reeleição no Executivo para mandatos descontinuados. Ou seja: um prefeito, governador ou presidente poderá ser reeleito para um segundo mandato contínuo, mas não retornará ao cargo. O foco é Lula: cassar-lhe um direito antes mesmo de sabermos se ele tem interesse na disputa. Porque, para alguns, nada assusta mais do que a volta do Lula. Os deuses do Olimpo sabem que, depois do fogo, há outros privilégios a distribuir.
(Paulo Teixeira- deputado federal(PT-SP)/ via Carta Maior)

O problema da foto de Sérgio Moro com João Dória

Mais sorridente que Dória
Mais sorridente que Dória
O problema da foto de Sérgio Moro com João Dória é a absoluta falta de noção demonstrada por Mo
Dória é político e homem de negócios, e então se entende que ele se faça de papagaio de pirata.
Mas Moro é um juiz.
E um juiz que detém um enorme poder em suas mãos neste momento.
Juízes devem transmitir uma imagem de imparcialidade, ou viram políticos de toga como é o triste caso de Gilmar Mendes.
E a foto é a completa negação disso.
No plano do simbolismo, ela aparece como uma aliança entre Moro e as forças que Dória representa, num primeiro nível, o seu partido, o PSDB, e num nível mais profundo, a plutocracia.
Joseph Pulitzer, o grande nome por trás do jornalismo moderno, tinha uma frase que se aplica a jornalistas e a juízes igualmente.
“Jornalista não tem amigo”, dizia ele.
Amizades interferem no trabalho do jornalístico. Os amigos são, sempre, protegidos.
Eu tinha esta frase, impressa e destacada, no mural de minha sala, nos anos de diretor da Exame e outras revistas da Abril.
E repetia-a constantemente aos jornalistas que trabalhavam comigo.
Relações cordiais e profissionais com fontes, sim, claro. Mas jamais amizade, ou se cria um conflito de interesse do qual a principal vítima é o leitor e, por extensão, a sociedade.
A grande lição de Pulitzer, lamentavelmente, é pouco seguida no jornalismo brasileiro.
Neste final de semana, por exemplo, Marta Suplicy postou no Twitter uma foto de suas “grandes amigas” jornalistas, entre elas Renata Lo Prete, da Globonews, e Vera Magalhães, que acaba de deixar a Folha rumo à seção Radar da Veja. (Casada com um assessor de Aécio, Vera, neste momento de transição, é um conflito de interesses em movimento.)
Todas as “grandes amigas” de Marta estavam sorridentes como Moro e Dória.
Marta e as "grandes amigas"
Marta e as “grandes amigas”
A máxima impecável de Pulitzer vale para juízes. O único real amigo de um juiz é a Justiça.
Mas não parece ser este o entendimento de Moro, a julgar pela foto infame.
Mais de uma vez escrevi, no DCM, sobre a indecência que eram as imagens de jornalistas como Merval e Reinaldo Azevedo confraternizando com juízes como Gilmar Mendes.
Como esperar qualquer tipo de isenção dos juízes amigos em casos que digam respeito a estes jornalistas e suas empresas?
Da mesma forma, como os jornalistas podem tratar com honestidade juízes dos quais são íntimos?
A foto de Moro com Dória é um triste retrato destes tempos no Brasil. Não exatamente por Dória, um político em campanha.
Mas por Sérgio Moro.
(Paulo Nogueira/ DCM)