Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Programa supera metas e alcança mais de 50 milhões de brasileiros

CRiado em 2013 pelo governo federal para ampliar o atendimento médico na rede pública, o Mais Médicos superou as expectativas. Hoje, mais de 50 milhões de pessoas podem contar com um médico próximo de casa. A presidenta Dilma Rousseff fez um balanço dos avanços do programa na manhã desta segunda-feira (30), em entrevista ao programa Café com a Presidenta.

“Compromisso assumido é compromisso cumprido. Mesmo quando a receita para solucionar o problema não é simples”, disse.

“E o Mais Médicos não era simples, teve muita resistência, de poucas pessoas, mas muita resistência”, contou.

Até o momento, 100% dos municípios que solicitaram o envio de médicos foram atendidos. A presidenta explicou que não foram incluídos os municípios nos quais não houve solicitação de inclusão na iniciativa.

São Paulo foi o estado que mais recebeu profissionais. Foram encaminhados mais de dois mil médicos do programa para a região, que oferecem atendimento a 7,4 milhões de paulistas.

São mais 14 mil novos médicos contratados, brasileiros e estrangeiros, em atuação no 3.819 municípios de todo o País. Os profissionais dão atendimento em saúde básica à periferia de grandes cidades, regiões mais distantes dos grandes centros urbanos e terras indígenas.

Tudo isso em apenas oito meses, destacou a presidenta. “O Mais Médicos, sem dúvida, está mudando para muito melhor a qualidade da atenção à saúde pública no Brasil”, disse.

Levantamento - Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde mostrou uma queda de 21% no número de pacientes encaminhados a hospitais por postos de saúde em regiões onde há atendimentos do Mais Médicos.

Somente em janeiro de 2014, o programa já havia permitido um aumento de 35% no número de consultas em postos de saúde, em comparação com o mesmo mês no ano passado. No mesmo período, o número de atendimentos de pré-natal nos postos cresceu 11%; e o atendimento aos diabéticos aumentou 44,5%.

Segundo a presidenta, estes números refletem diretamente na diminuição da mortalidade infantil, da mortalidade materna e da mortalidade de diabéticos e hipertensos.

“Quando a gente trata o problema de saúde lá na base, lá no posto de saúde do bairro, a gente trata as doenças no seu início. Assim, você consegue controlá-las e até curá-las, e isso desafoga os hospitais e os serviços de urgência”, explicou Dilma.

Outra meta do programa é abrir mais vagas nas faculdades de medicina e criar novos cursos, para solucionar a demanda de profissionais no mercado. A previsão é de que até 2017 sejam criadas 11,5 mil novos cursos de Medicina e 12,4 mil vagas para residência médica.

A maioria delas será criada em cidades do interior. Segundo Dilma, esta é uma estratégia fundamental para fixar os médicos na própria região onde são formados. “Isso faz parte do nosso esforço de descentralizar a graduação e a especialização de médicos, que antes só se formavam nos grandes centros urbanos, em especial nas regiões Sul e Sudeste do país”, explicou.

(Agência PT)

COPA REVELA A MÃE DE TODAS AS VERDADES INCÔMODAS: 'AQUI JAZ A GRANDE MÍDIA'

A essas horas um grego ainda amarga a dor de não fazer seu país avançar. Tudo porque errou seu pênalty. E fica esse ar de desilusão, esses tantos anos de treinamento intensivo, essa construção interminável de sonhos de campeão. Errou o que não podia errar. Das poucas coisas na vida que não há conserto esse é um deles: o pênalty que se perde depois da prorrogação, a distância que separa as oitavas das quartas-de -final de uma Copa do Mundo.

A essas horas, também, a pequenina Costa Rica se sente embalada pelos anjos dos estádios e poderá sonhar com novos desafios, novas vitórias. Venceu. E a história - sempre foi e sempre será assim - continuará sendo escrita pelos vencedores. E a seleção da Costa Rica, que começou desacreditada, zebra consumada, equipe a ser trucidada por qualquer seleção de seu grupo, todas campeàs do mundo, nos ensinou que muitas vezes a primeira coisa a dar errado é isso que chamamos de senso comum.

A nossa cultura perdoa muitas coisas, por exemplo, ouvir todo o repertório de besteirol do Ronaldo Nazário e do Jabor, continuar lendo Veja e dando audiência ao jornalismo da Globo, mas não perdoa quem bate um pênalty decisivo e erra. No sufoco do jogo do Brasil contra um vigoroso Chile (28/6) tivemos jogadores - Hulk e William - que se deram o luxo de bater e errar seus pênalties. Foi um luxo porque tinham em nosso gol ninguém menos que Julio Cesar. Mas não tinham, absolutamente, direito a esse luxo.

Desperdiçaram oportunidades de ouro em nossa longa e acidentada jornada rumo ao Hexacampeonato. Não tinham o direito de despejar o destino do Brasil em sua Copa na maestria, no tino, na arte, nas mãos e na sorte de nosso Julio Cesar, essa fênix que virou cinzas na despedida do Brasil na Copa da África do Sul (2010) e agora ressuscitou e alçou voo rumo à unanimidade nacional.

Mereceu, Julio Cesar. Huck e William deveriam ficar treinando pênalties como se fosse dízimas periódicas, e treinar até dormindo, pois nunca saberemos o que nos reservam as próximas 3 partidas em que poderemos vir a jogar. E cada um deles já chega com "menos 1 gol" a justificar.

Esta Copa revelou como nenhum outro evento no país conseguiu até agora o caráter mesquinho, monopolista e partidarizado com que há muito vem atuando nossos principais veículos de comunicação. Perderam de goleada em suas predições de que esta copa seria um rotundo fracasso: de público, de futebol, de infraestrutura. E deixou claras verdades incômodas, há muito suspeitadas e finalmente completamente comprovadas em grande estilo, em um Mundial que é motivo de elogios e regozijo em todo o planeta.

A seguir, destaco algumas dessas verdades incômodas:

Mesmo com toda a grande imprensa jogando contra a Seleção Brasileira, dia a dia, minuto a minuto, mesmo que aquela revista americana impressa no Brasil - Veja, dos Civita - continue fazendo cama de pregos para danar nossa Seleção.

Mesmo tendo de aturar Ronaldo Nazário destilando veneno gordo contra nossos canarinhos e comentaristas da CBN se revezando em ridicularizá-la segundo a segundo.

Mesmo observando o esforço descomunal de um combalido Arnaldo Jabor cavando pênalties para derrubá-la a torto e à direita.

Mesmo que exista toda uma equipe do UOL a lhes morder os ombros e tendo que aguentar aquela peça publicitária do Banco Itaú com cara de nota de R$ 3,00 agourando nossos craques.

Mesmo que Merval Pereira seja imortalizado por torcer contra o país, assumindo posto antes ocupado por Mãe Dináh no reino das furadas predições, e pareça incansável em seu característico odor nauseabundo de derrotismo ante a pujança nacional.

Mesmo que William Waack teime, desesperado como ele só, e com a boca torna e o indefectível sorriso cínico, em dar cartão vermelho no Jornal da Globo para nossa Seleção.

Mesmo que todos os salgadinhos de quinta categoria, capitaneados por coxinhas requentadas e recalcitrantes, inisistam em prever o desastre do Brasil - se não hoje, amanhã - seja na Copa, na economia, na educação ou na saúde. De tão infelizes e mal resolvidos na vida essa turma substituiu sua titânica pisada de bola do "Não Vai Ter Copa" por um anêmico e fadado ao fracasso "Brasil Não Vai Ser Campeão".

Mesmo com tudo isso, não titubeio e nem duvido bem por milionésimos de segundos que torço, grito, vibro e boto fé no Brasil, e dobro a aposta sempre, em sua seleção e em seu povo.

Nem somos melhores nem piores que qualquer outra das seleções que jogaram em nossas 12 cidades-sedes. Fato mesmo que se impõe é que as seleções ruins que vieram a essa Copa já foram recolhidas às suas casas: Espanha, Inglaterra, Portugal, Itália, Uruguai.

E depois de tudo, que possamos ouvir o apito final seguido por um catártico grito de O CAMPEÃO VOLTOU!
(WASHINGTON ARAÚJO/247)

Credo!


MÍDIA GLOBAL CONFIRMA: BRASIL FAZ COPA DAS COPAS

:
Pesquisa realizada com 117 jornalistas de vários países aponta que 38,5% consideram o Mundial de 2014 como o melhor já visto; a Copa na Alemanha, em 2006, é a segunda colocada; levantamento foi realizado pelo portal Uol, do grupo Folha, e divulgado nesta segunda-feira 30; clima de terror promovido pela imprensa brasileira e pela oposição ao governo Dilma, antes do início do evento, teve efeito contrário: depois de dezenas de reportagens mostrando a satisfação dos torcedores estrangeiros, agora é a vez da imprensa

247 – O mau humor e o clima de terror propagado pela imprensa brasileira – que difundiu as previsões pessimistas para os veículos de comunicação internacionais – e pela oposição ao governo Dilma Rousseff (PT) teve efeito inverso. Pesquisa realizada pelo portal Uol, do grupo Folha, divulgada nesta segunda-feira 30, aponta que boa parte dos jornalistas estrangeiros vê a Copa do Mundo no Brasil como a melhor.

O levantamento foi feito com 117 profissionais de comunicação que estão cobrindo o evento no Brasil. Do total de entrevistados, 38,5% consideram a competição sediada no País como a melhor já vista. Em segundo lugar vem a Copa realizada na Alemanha, em 2006, com 19,7% das respostas, e em terceiro a da África do Sul, em 2010, que recebeu a aprovação de 5,1% dos jornalistas entrevistados.

Na quarta posição vem a Copa sediada nos Estados Unidos, em 1994, quando o Brasil recebeu o título de tetracampeão, seguida por Itália-1990 (com 3,4% dos votos), França-1998 (3,4%), Japão e Coreia-2002 (3,4%), México-1986 (1,7%), México-1970 (1,7%) e Alemanha-1974 (0,9%). Entre os entrevistados, 1,7% não respondeu. Segundo a pesquisa, 16,2% dos profissionais disseram estar cobrindo o primeiro Mundial.

Há cerca de 20 dias, quando a Copa desse ano ainda não havia começado, seria praticamente impossível prever os números que acabam de ser apresentados na mostra, tal a sensação propagada pelos grandes jornais brasileiros de que tudo daria errado. As obras inacabadas, dificuldades nos meios de transporte e até a previsão de uma epidemia de dengue eram destaques nos veículos da imprensa.

Vê-se, porém, que depois da satisfação dos torcedores estrangeiros, que ressaltam com frequência a hospitalidade do povo brasileiro e a satisfação em conhecer o País – como podemos ver agora em reportagens diárias – que os jornalistas estrangeiros também concluíram que tudo não passou de um grande exagero.

Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre a opinião dos torcedores, publicada no dia 22:

Torcedores estrangeiros aprovam Copa no Brasil e afirmam que é a melhor de todas

Com a experiência de oito mundiais, o irlandês Daniel Sheahan, de 55 anos, não pestaneja: "a atual Copa do Mundo está sendo a melhor de todas". A opinião de Sheahan é compartilhada por diversos turistas que, como ele, já participaram de outras edições do torneio.

"Não que tudo esteja perfeito. Em todas as copas às quais fui, houve algum tipo de problema, como preços altos, dificuldades com transporte ou roubos. Mas isso faz parte de um evento desse porte", disse à Agência Brasil o irlandês, que já teve a mochila roubada em duas edições do torneio.

"Isso foi na Copa da França, quando duas pessoas pegaram minha mochila e fugiram em uma moto, e na dos Estados Unidos, quando em um momento de distração levaram minha mochila", lembrou. "No caso da França, um amigo meu passou pelo mesmo problema. Ao que parece, era uma quadrilha de motoqueiros especializados nesse tipo de roubo", acrescentou.

Fã do futebol brasileiro, o irlandês sempre deu preferência aos jogos do Brasil, mas nem sempre foi possível assisti-los, porque existem outros pontos de interesse. "Esta Copa realmente tem muitas coisas especiais. Compará-la à da África do Sul é até covardia – o barulho das vuvuzelas era insuportável e estragava o clima do estádio. Para piorar, de todas as vuvuzelas saía muita saliva, o que era bastante preocupante porque a incidência de doenças como tuberculose é muito grande naquele país.

Por aqui, não: os brasileiros procuram se divertir sem incomodar os outros. "Nota-se claramente uma grande vontade de tornar tudo especial. Isso não aconteceu na Copa da Alemanha, porque, apesar de muito educados, os alemães costumam ser frios na relação com turistas". Além das quatro copas citadas – Estados Unidos, em 1994; França, em 1998; Alemanha, em 2006; e África do Sul, em 2010 – e da atual, Daniel Sheahan foi às copas da Espanha, em 1982; do México, em 1986; e da Itália, em1990.

Impressão parecida tem o equatoriano José Bastidas, de 31 anos. "Não é apenas a vontade dos brasileiros de ajudar os turistas. Aqui há muito mais festas e uma comunicação mais fácil, até pelas semelhanças com outras línguas. É mais fácil entendermos e sermos entendidos pelos brasileiros", disse ele.

A Copa de 2014 é a quarta do suíço Domenique Brenner, de 40 anos. "Na comparação com as de 1998, 2006 e 2010, esta é a melhor, porque está sendo disputada no melhor lugar e com as melhores pessoas", afirmou. "A organização do evento é sempre bastante similar, porque envolve a mesma estrutura, que é a estrutura da Fifa."

A maior crítica de Brenner é em relação aos caixas rápido dos bancos no Brasil, que tem usado para evitar a ida a casas de câmbio. "Muitas dessas máquinas não têm aceito cartões internacionais", queixa-se.

Brenner e outros suíços entrevistados pela Agência Brasil reclamam do preço dos restaurantes nas cidades sede e das bebidas nos estádios. "Apesar de muito bons, os restaurantes são muito caros. Principalmente as churrascarias", disse Brenner. Já Denis Rapin, 47, avalia que nem tudo é tão caro, levando em consideração o fato de que se trata de uma Copa do Mundo. Ele viaja com um grupo de 20 pessoas.

Para Rapin, os preços cobrados na cidade não são tão altos quanto imaginava. "Quem cobra caro aqui é a Fifa. Principalmente a cerveja nos estádios", disse. "Esta é a minha primeira Copa do Mundo, mas não será a última. Esses dias têm sido muito agradáveis. A receptividade e a amabilidade dos brasileiros realmente impressiona. Todos muito amigáveis, desde o taxista até os profissionais da área de turismo. Em Brasília [onde assistiu à partida, entre Suíça e Equador], senti falta de bares mais festivos. Acho que o que falta aqui são bares típicos especializados em cachaça".

Dona de uma lanchonete na Torre de TV, chamada GO Minas, Elza Alves Lobo não fala inglês, mas usa de muita simpatia para compensar essa limitação, além de ter preparado um cardápio em português, inglês, francês e espanhol. "Faço questão de conversar ou tentar conversar com todos. O clima é de muito entusiasmo, muita alegria."

Viajando há sete meses pela América do Sul, Andre Urech, de 34 anos, vem pela primeira vez ao Brasil, onde assiste à segunda Copa do Mundo. A primeira foi na África do Sul. "Está tudo tão bom que já decidimos: voltaremos o quanto antes ao Brasil. Simplesmente estamos amando as pessoas daqui", disse ele, ao lado da companheira de viagem Ramona Rüegg, que também foi à Copa de 2010. Ela faz coro: "a atmosfera aqui é muito melhor, e as pessoas muito mais amigáveis."

Os dois elogiam a organização do evento, apesar da dificuldade que vêm tendo com transporte público. "Demorou cerca de 30 minutos para pegarmos um ônibus, e o táxi está muito caro", contou Urech. "Mas tudo faz parte do clima e do sentimento que envolve uma Copa do Mundo", completou.

A exemplo de outros suíços que assistiram ao jogo contra o Equador, o casal reclama principalmente da dificuldade para comprar cerveja. "A fila é muito grande e faz a gente perder muito tempo do jogo. Mas isso também aconteceu na África", disse ele.

Dirigente do Barcelona de Guayaquil, no Equador, Carlos Rodríguez também avalia esta como a melhor Copa de todos os tempos. "É muito superior tanto dentro como fora de campo", disse.

"Uma coisa que me chama a atenção é o fato de ela [Copa] estar sendo totalmente diferente do que vinha sendo mostrado pela imprensa. O Brasil é 100% no que se refere a receber turistas. Tudo é perfeito: a hospitalidade, a estrutura. Além disso, há muito amor e alegria no ar. Viemos para cá justamente para desfrutar desse clima de Copa", afirmou Rodríguez.

O publicitário colombiano Héctor Greco, de 33 anos, também foi surpreendido positivamente pelo Mundial brasileiro. "Eu esperava muito menos. O que mais me surpreendeu foi a troca de cultura entre os países em um clima de competitividade sem brigas. É uma oportunidade única de conhecer o mundo em um só lugar."

Ele lamenta as grandes distâncias que têm de ser percorridas para que se possa acompanhar os jogos. "As passagens de avião são caras, é difícil ir de ônibus e infelizmente não há uma cultura de transporte de passageiros por meio de trens no Brasil". Para o publicitário, a hospedagem também está muito cara: "pagamos R$ 21 mil para alugar, por um mês, um apartamento no Rio de Janeiro".

Já o cirurgia plástico e cônsul honorário do Equador em Campinas, Oswaldo Vallejo, de 56 anos, já gastou, entre passagens, hospedagem e ingressos para os jogos, mais de R$ 18 mil para ter sua primeira experiência em Copa do Mundo.

"Conheço pouco Brasília porque cheguei há apenas um dia, mas o deslocamento do hotel até o estádio foi bastante fácil, pela proximidade. Esta realmente é uma grande vantagem para a cidade", disse ele, em meio a elogios em relação à divulgação, às placas e aos voluntários "proativos e sempre tentando ajudar até mesmo nas situações em que não precisamos."

Depois de enfrentarem mais de 8 mil quilômetros de viagem por ônibus, vindos de Quito, no Equador, o administrador Paul Tamayo e os engenheiros Alvaro Granda e Edgar Baculima optaram por acampar na Universidade de Brasília (UnB). Tudo, para assistir à estreia do Equador na Copa.

O perrengue não diminuiu o entusiasmo: "O Brasil é muito bonito, assim como as pessoas", observou Tamayo. Perguntado sobre os preços na capital, Granda respondeu: "de preços, não falamos. Viajar até aqui foi bastante duro, mas, com a vontade de ver o Equador jogar, tudo fica mais fácil".

Quem também viajou muito para viver a experiência da Copa foi o australiano Victor Vu, de 28 anos, na esperança de ver algum país asiático ou africano vencer a competição. "Torço principalmente para a Costa do Marfim por causa do [atacante] Drogba, de quem sou fã. Mas o que realmente me motivou a vir foi a boa reputação que o Brasil tem lá do outro lado do mundo, especialmente no que se refere a festas."

Apesar de seu país não ter se classificado para a Copa, Jan Kolin, da República Checa, quis vir ao Brasil para vê-la sendo realizada "no país mais bem-sucedido" no mundo do futebol. "Desde criança eu sonhava em ver uma Copa. Quando soube que ela seria no Brasil, decidi tornar esse sonho realidade", contou Kolin, que enfrenta problemas de comunicação, já que, segundo ele, poucos falam inglês no Brasil.

Os peruanos Marcial Olano, de 55 anos, e Hérman Chávez, de 45, também não precisaram da participação de sua seleção no Mundial para decidirem curtir a Copa no Brasil. "Queremos que um país sul-americano ganhe porque somos povos irmãos integrando uma mesma torcida", disse Olano.

Chávez veio para realizar o sonho do filho Jared, que tem 13 anos. "Não esperávamos tanta organização. Isso em muito nos surpreendeu. Está melhor do que havíamos sonhado. Não passamos por nenhum tipo de problema, temos sido bem atendidos e a organização das cidades e da Fifa está muito boa. Por isso já planejamos ir à Copa da Rússia para, se tudo der certo, torcermos pela seleção de nosso país [Peru]".

Pela primeira vez no Brasil, os engenheiros Andres Navaez e Elizabeth Montenegro, ambos equatorianos, também se dizem apaixonados por futebol. Por isso, já foram às copas da África do Sul e da Alemanha. Segundo ele, Brasília carece de um atendimento mais eficiente aos turistas

"Faltam informações até mesmo no Centro de Convenções, de onde retiramos nossos ingressos. Lá não souberam nos informar sequer onde fica o atendimento aos turistas", disse Elizabeth. "A sorte é que espanhol e português são línguas parecidas", completou Navaez.

O suíço Lionel Holzaer, de 30 anos, não é fã de futebol, mas adora festas e viagens. Segundo ele, o Brasil tem "boas condições" para receber os turistas. "Minha maior dificuldade tem sido com o idioma".

A voz do dono


Antônio Carlos Magalhães, ou Toninho Malvadeza, foi ministro das comunicações em um tempo que mais foi desnudado o caráter do jornalismo feito no Brasil, via de regra, um balcão de negociatas do patronato do setor, sob encômios bajulatórios dos empregados. Por isso, sabia do que falava quando afirmou, "Há dois tipos de jornalistas: os que gostam de dinheiro e os que gostam de informação. Nunca se deve dar dinheiro aos que querem informação. E nem informação aos que querem dinheiro".

Por isso, ao contrário do que eventualmente possa parecer, aquilo que é publicado no papelucho oficioso do governo do estado, sob a responsabilidade daquele trapezista escrotal de alcunha planaltina, está longe de ser fruto de um jornalismo feito a partir da busca por informações. Muito pelo contrário. Credo!

Os dois expoentes do moralismo liberal


Não precisa nem fazer foto nova. Já está lá a pose entre os velhos aliados que sucederam Almir Gabriel depois de 2002, no comando do conservadorismo político paraense. Simão Lorota/D. Costa é a cara da direita cínica deste estado, que se mantém no poder através do recursos a métodos pouco ortodoxos no trato da coisa pública, esquema no qual a omissão do poder judiciário é fundamental.

Lembremos que o jornal oficioso da propaganda tucana vive a cutucar, com razão, diga-se, a morosidade do STF em julgar processos contra Jader Barbalho(há dezenas de outros contra políticos de todo o país, não só contra Jader), no entanto, não dá uma linha sequer a respeito do processo que foi retirado do plenário do STJ, em junho de 2004, em plena votação, através de um inusitado pedido de vistas que se perdeu de vista não mais retornando à pauta, após uma década completada neste mês que hoje finda. E olha que Simão já vinha perdendo na votação.

Do voraz/ladravaz D. Costa, então, nem se fala. Recentemente declarado inelegível por cinco anos em decisão de primeira instância. Cagou e andou para a tal decisão, continuando a agir como se nada houvesse ocorrido, e continuará a agir dessa maneira em relação ao outro porrilhão de ações movidas contra o seu rosário de ladroagens.

Rodaram, giraram e voltaram para o mesmo lugar. Juntos, feito quando começaram suas carreiras majoritárias, com Simão no governo do estado e D. Costa no Senado Federal. De lá pra cá pode até existir incautos e velhacos fazendo fluir a crença de que os dois nada tinham em comum no cenário da política paraense. Porém, o tempo mostrou que a famigerada 'União Pelo Pará' pode até inserir novos protagonistas, expelir outros, mas, de fato, seu maior expoente é essa dupla de vigaristas. E com o aval do jornal O Liberal. Lamentável!

domingo, 29 de junho de 2014

Depois de 12 anos, O Globo publica dados sobre avanços dos governos Lula e Dilma

Num esforço para desqualificar Lula, jornal revela aos leitores 13 números que a imprensa tenta esconder



O jornal carioca publicou, sábado (28), reportagem que reproduz afirmações do ex-presidente Lula, feitas em palestra para dirigentes das Câmaras de Comércio dos países europeus (Eurocâmaras), na última terça-feira. O texto tenta desqualificar parte dos dados que Lula apresentou sobre o desenvolvimento econômico e social do país nos últimos anos.

Além de não alcançar seu objetivo, o jornal acabou publicando uma série de indicadores positivos sobre os doze anos de Governo Democrático Popular – que de outra forma não chegariam ao conhecimento de seus leitores. O leitor do Globo ficou conhecendo pelo menos 13 dados que confirmam os avanços do Brasil nesse período:

1) o salário mínimo teve aumento real de 72% nesse período;

2) o investimento público em educação passou de 4,8% para 6,4% do PIB;

3) o Prouni levou mais de 1,5 milhão de jovens à universidade;

4) a quantidade de brasileiros viajando de avião passou de 37 milhões por ano, para 113 milhões por ano;

5) a produção de automóveis no país dobrou para 3,7 milhões/ano;

6) o fluxo de comércio externo passou de US$ 107 bilhões para US$ 482 bilhões por ano;

7) o PIB per capita saltou de US$ 2,8 mil para US$ 11,7 mil;

8) a população com conta bancária passou de 70 milhões para 125 milhões;

9) as reservas internacionais do país, de US$ 380 bilhões, correspondem a 18 meses de importações, o que fortalece o Brasil num mundo em crise;

10) ao longo da crise mundial o Brasil fez superávit fiscal de 2,58% ao ano, média que nenhum país do G-20 alcançou;

11) os financiamentos do BNDES para a empresas têm inadimplência zero;

12) a dívida pública bruta do país, ao longo da crise, está estabilizada em torno de 57% (embora o jornal discorde desse fato)

13) há 10 anos consecutivos a inflação está dentro das metas estabelecidas pelo governo

O titulo da matéria é “Lula usa dados errados em palestra para empresários”. No esforço para justificar o título, O Globo encontrou dois “deslizes”, numa palestra que durou 90 minutos:

1) em 84% dos acordos sindicais realizados nos últimos anos foram obtidos reajustes acima da inflação, e não em 94%, como disse Lula. Somando acordos que incorporam o resultado da inflação, o índice sobe para 93,2%. No tempo dos tucanos, os sindicatos abriam mão de vantagens, e até do reajuste da inflação, para evitar mais demissões.

2) o Brasil é o terceiro maior exportador de alimentos do mundo, depois da União Europeia e EUA, de acordo com a OMC, e não o segundo, como disse Lula na palestra. O Globo lista separadamente os países da União Europeia por porto, o que faz da pequena Holanda o segundo maior exportador de alimentos do mundo. Ainda vamos chegar lá, porque nossa agricultura é a mais produtiva do mundo e o crédito agrícola passou de R$ 26 bilhões para R$ 156 bilhões em 12 anos.

A reportagem do Globo também cometeu seus “deslizes”, mesmo tendo sido alertada com documentos oficiais apresentados por nossa assessoria:

1) O Brasil foi, sim, o 5º maior destino de investimento externo direto (IED) no mundo em 2013, conforme disse Lula. O dado correto consta do Relatório de Investimento Mundial 2014 da UNCTAD, divulgado em junho. Este relatório corrigiu a previsão anterior do IED no Brasil em 2013, que era de US$ 63 bilhões, quando na realidade foi superior a US$ 64 bilhões. O Globo reproduziu o dado errado, que deixava o Brasil na sétima posição.

2) O ajuste fiscal determinado pelo governo nos anos de 2003 e 2004 alcançou, sim, 4,2% do PIB, conforme Lula afirmou na palestra. Na verdade, foi de 4,3% em 2003 e 4,6% em 2004, de acordo com a metodologia adotada pelo Banco Central naquele período. O Globo adotou a metodologia atual, que exclui do cálculo o resultado das estatais, e acabou contestando uma verdade histórica.

3) O Brasil é, sim, a segunda maior economia entre os países emergentes, depois da China, como disse Lula. O PIB brasileiro em dólares correntes, de acordo com a Base de Dados Mundiais do FMI (junho 2014), é de US$ 2,242 trilhões, superior ao da Rússia (US$ 2,118 trilhões) e ao da Índia (1,870 trilhão). O Globo prefere usar o critério de paridade por poder de compra (PPP), que ajusta os preços internos de cada país, eleva o PIB da Rússia e triplica o da Índia. Mas uma plateia de investidores, como a da Eurocâmaras, não está interessada em comparar o custo da Coca-Cola em cada país: quer saber qual economia é mais forte em moeda internacional, e isso o PPP não informa.

4) A dívida pública bruta do Brasil está, sim, estabilizada em torno de 57% do PIB desde 2006, como afirmou Lula. O Globo tomou como base o indicador de 2010 para afirmar, equivocadamente, que “no governo Dilma a dívida bruta subiu”. O ex-presidente estava se referindo ao período da crise financeira mundial. A dívida bruta era de 56% do PIB em 2006, subiu para 63% em 2009, primeiro ano da crise, e desde então oscila em torno dos atuais 57,2%. Isso é melhor visualizado no gráfico acima.

Todos cometem erros, como bem sabe O Globo. Apesar dos “deslizes” cometidos na reportagem de sábado, é muito importante que O Globo e outros jornais de circulação nacional passem a publicar os dados sobre os avanços sociais e econômicos do Brasil. Dessa forma, seus leitores terão acesso às informações necessárias para compreender como o e por que o Brasil mudou para melhor em 12 anos.
(Os Amigos do Presidente Lula)

"O mundo está cansado de Israel e suas insanidades"

As advertências europeias contra o investimento e o comércio com as colônias israelenses – às quais se somaram, nesta sexta (27), a Espanha e a Itália – ainda têm pouco de eficácia, uma vez que se resumem a isso, advertências. Enquanto isso, a rompante operação militar de Israel soma 566 detenções arbitrárias e quase 10 mortes na Cisjordânia e em Gaza quando, ainda nesta sexta, dois palestinos foram atingidos por ataques aéreos no norte da Faixa de Gaza.

Há alguns meses, foram a Alemanha e o Reino Unido e, no início da semana, foi a França quem aderiu à tendência de desinvestimento relativa às colônias de Israel nos territórios palestinos, reconhecendo a ilegalidade das construções diante do direito internacional e avisando os seus cidadãos sobre as possíveis consequências legais dos negócios realizados com elas.

Na sequência, os governos da Itália e da Espanha – que vem sendo cenário de um protesto cada vez mais enfático contra as parcerias militares e “securitárias” com Israel – emitiram as suas próprias advertências aos cidadãos e empresas nacionais, nesta sexta, contra o comércio e o investimento nas colônias israelenses na Cisjordânia, em Jerusalém Leste e nas Colinas de Golã, território sírio anexado ilegal formalmente em 1980.


Ainda assim, as medidas não são sanções ou boicotes, nem são vinculantes. Oficiais do Ministério espanhol das Relações Exteriores enfatizaram que o governo da Espanha é contrário a essas ações – visivelmente, no caso de aliados como Israel – e que a decisão sobre a advertência é um “alinhamento” com as ações da Alemanha, França e Reino Unido, assim como a implementação de uma decisão da União Europeia que, no ano passado, publicou “diretrizes” neste sentido.

O enviado da UE para Israel Lars Fabourg-Andersen disse que as advertências, que não deveriam soar “surpreendentes”, apontam para o fato de que os Estados membros do bloco “estão perdendo a paciência com preocupações que não estão sendo tratadas”. A UE, assim como os EUA, fizeram algumas “advertências” próprias e ineficazes contra a política israelense de construção exponencial nas colônias ilegais que mantém nos territórios árabes ocupados, inclusive durante os períodos de negociações.

Vitimização e isolamento

Em sentido paralelo, o jornalista Gideon Levy apontou para o silêncio com relação ao caso do alegado rapto, há duas semanas, de três adolescentes das colônias de Gush Etzion, um bloco de 22 comunidades com mais de 70 mil habitantes, entre Belém e Jerusalém, na Cisjordânia. Para Levy, a falta de uma resposta apaixonada e raivosa por parte da comunidade internacional, como instigada por Israel, é uma prova de que as longas décadas em que a política arrogante predominou no país chegam à saturação.

O jornalista escreveu sobre a participação das mães dos três colonos ortodoxos na sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra, na Suíça, nesta quarta-feira (25), para fazer um apelo sobre o caso dos seus filhos. Entretanto, a questão é uma amostra da “ironia do destino”, diz Levy: Há dois anos, Israel suspendeu oficialmente a sua cooperação com o órgão da ONU, em consonância com um posicionamento dos EUA, contrários ao próprio estabelecimento do conselho, que voltou a condenar as políticas da ocupação israelense, na mesma sessão.

“É preciso muita desfaçatez para exigir que o mundo se interesse pelo destino de três israelenses raptados, e consideravelmente bastante audácia para ficar frustrado pelo fato de que ele silenciou [a respeito],” afirma Levy, sublinhando que Israel “tentou mover céu e terra, e seu embaixador/propagandista na ONU fez um discurso comovente,” no esforço, mais uma vez, contra o Hamas. O partido islâmico acaba de reintegrar o governo palestino, após o bem-sucedido acordo de reconciliação que finalizou um longo período de ruptura política nacional, desafiando o governo israelense, que reagiu com agressividade.

Entretanto, como “já estava prestando atenção”, ironiza Levy, “este mundo bizarro estava mais interessado na campanha de punição coletiva imposta a milhares de residentes da Cisjordânia após o sequestro. Assim são as coisas, com este mundo completamente contra nós: Ele está mais interessado na ocupação de meio século e está mais abalado pelo destino de três milhões de palestinos do que com o de três israelenses.”


“É assim que uma fruta podre se parece. O mundo não tem qualquer razão para estar mais interessado no futuro de Naftali Fraenkel, Eyal Yifrah e Gilad Shaar do que no do garoto tão jovem quanto eles, Mohammed Dudin, de 15 anos, que foi morto por munições letais [disparadas] por soldados israelenses em Dura, na sexta passada.”

Mas os pais de Mohamed não estavam em Genebra, naquela sessão do Conselho de Direitos Humanos, pontua Levy. “É impossível exigir empatia do mundo quando Israel ignora as decisões mundiais; é impossível exigir atitude quando Israel perpetua a ocupação; e é impossível exigir solidariedade com o destino de vítimas israelenses quando este mesmo Israel vitimizado continua a matar, ferir e deter inocentes rotineiramente (...). O mundo está cansado de Israel e suas insanidades.”

(Vermelho)

Falta povão na torcida brasileira



A enquete realizada pela Folha, ontem, e publicada na edição de hoje do jornal, faz um retrato do que significa o tal “padrão Fifa”.

Ou do que tem sido o mundo.

Tudo é ótimo, fantástico, maravilhoso, sensacional.

Para poucos.


Os 60 por cento com renda superior a dez salários mínimos no estádio são apenas 3% dos brasileiros na “vida real”. Quase a metade deles, os que ganham acima de 20 salários-mínimos, não chegam a 1% dos brasileiros. Os números estão ao lado, se você duvidar.

Os negros, mulatos, os pardos só são maioria, entre os de camisa amarela, dentro das quatro linhas.

Nada mais do improviso, das arquibancadas de concreto, da multidão se espremendo numa festa de gritos e suores, nem do picolé que vinha rolando de mão em mão degraus acima ou abaixo, enquanto os trocados seguiam o caminho inverso (quando não era o pobre do sorveteiro quem vinha junto) daquele Mineirão de 150 mil lugares ou do Maracanã de 200 mil almas em transe.

Por maior que seja a saudade daqueles tempos que eu ainda tive a sorte de viver, o Brasil tornou-se uma sociedade de massas gigantescas e seria simples banzo pretender que tudo fosse como era.

Até porque aquele “Maracanã” inclusivo era mais uma atitude mental do que real, porque o Brasil era, muito mais que hoje, um país de pouca ou nenhuma oportunidade para a imensa maioria, ainda que muitos tenham conseguido ascender nos anos 40 e 50, embora se tenham tomado, em 64, as devidas providências contra a petulância da patuleia de querer ter parte do seu país, mesmo na antiga geral.

A realidade é que a televisão é, agora, o Maracanã universal.

O nosso povo tem ódio ou raiva, sequer, de não poder estar ali, em massa. Um pouco de frustração, talvez, por não estar, aos gritos e paixões, transformando em feras esportivas os nossos jogadores, com a força do atavismo que Nélson Rodrigues definiu como o de se atirar à bola como quem se atira a um prato de comida.

Sérgio Porto, o Stanislau Ponte Preta, escreveu uma vez que não acredita em patriotismo do sujeito que só pensa em si. Nós temos uma elite que não tem fome, mas é “fominha”.

Por acaso algum deles recusou a oportunidade de estar ali com a lenga-lenga que, em lugar de Copa, poderiam ter feito uns 20 hospitais e uma centena de escolas, um nada neste país continental?

O povão não é recalcado, é sofrido. E sabe transformar este sofrimento em força e alegria.

Está se lixando para o Neymar ganhar uma fortuna, desde que jogue bola como um moleque feliz.

Triste, em tudo isso, é que aquela parcela da elite – ou uma parte dela, sejamos justos – não entende que são as imensas massas deste país que lhe permitem viver os privilégios que tem de estar ali – e também não há nada de errado em estarem – fruindo a delícia de viver este momento de congraçamento mundial.

Se podemos amar os holandeses, os croatas, os costarriquenhos, até os argentinos, porque não podemos amar os brasileiros pobres e dar a eles o mesmo carinho e atenção que damos à Torre de Babel que nos visita?

Por que é que tanta gente rica, ou bem remediada, odeia quem lhe deu a chance de estar ali, olhando de perto, pertinho, aquilo que bilhões só vêem por uma tela?

Será assim tão difícil entender que é o povo brasileiro quem lhe trouxe a Copa, assim como é o povo brasileiro quem produz a riqueza de que fruem e que sua miopia acha que brota do nada, apenas por sua “capacidade inata”?

Quem acha que este país é “tudo de ruim” não pode mesmo gostar dele o suficiente para entender que é da massa que vem a força de qualquer grupo seleto, não o contrário.

Inclusive a que empurra os onze em campo.

O que talvez explique 20% de chilenos terem, em alguns momentos, gritado mais que 80% de brasileiros.

E porque 80% dos brasileiros que têm muito pouco, ao contrário deles, sejam capazes de dar, dar, dar a seu país muito mais do que recebem dele.

(Tijolaço)

Tucanos escondem que Aécio foi nomeado diretor da Caixa por Sarney, aos 25 anos

O Partido Pirata do Brasil, ainda em processo de criação, divulgou a página 15 de um suposto relatório interno do PSDB cujo teor contém estratégias e análise de conjuntura da pré-candidatura presidencial. Não há confirmação da autenticidade do relatório, não há assinatura que identifique a autoria, por isso não é possível tomá-lo como verídico, nem levá-lo a sério.




Mas não deixa de ser curioso um parágrafo, onde diz: "A execução da campanha será feita por Andrea Neves, irmã do nosso candidato. Ela já deu as dicas para não se associar de forma alguma com Sarney, e está estritamente ligada as pesquisas para prover a candidatura de forma dura contra o PT. Deve se encaminhar toda informação para o grupo que ela está trabalhando. O cuidado deve ser redobrado com os grupos ligados a Sarney".


Independentemente da veracidade ou não deste texto, em recente entrevista de Aécio Neves (PSDB), quando perguntado se o PMDB e Sarney comporiam sua base de apoio caso ele fosse eleito, o tucano deu uma resposta em cima do muro, dizendo que não fariam parte do núcleo central do governo.


Na entrevista dá para perceber uma preocupação do tucano em desvencilhar-se da imagem de proximidade com o senador José Sarney (PMDB), hoje em palanque oposto, mas com quem teve uma longa história de relacionamento político.


Ao fim da ditadura em 1985, o PMDB da época lançou a candidatura de Tancredo Neves, avô de Aécio, a presidente ainda em eleições indiretas pelo colégio eleitoral. Dissidentes do PDS, partido de apoio à continuidade civil da ditadura, criaram o PFL e Sarney foi escolhido vice. Tancredo adoeceu, faleceu, e Sarney tornou-se presidente.


Antes da missa de 30o. dia de Tancredo, no dia 14 de maio de 1985, o Diário Oficial da União publicava decreto do então presidente José Sarney nomeando um jovem recém-formado de 25 anos para Diretor de Loterias da Caixa Econômica Federal. Era Aécio Neves.


O decreto era assinado também pelo então ministro da Fazenda, atual senador Francisco Dornelles (PP-RJ), primo de Aécio.


A nomeação política, e com nepotismo, do inexperiente Aécio Neves há 29 anos para um cargo tão alto, em uma espécie de primeiro emprego, desconstrói todo o discurso do tucano sobre gestão, meritocracia, aparelhamento político do estado, e outros bordões que os tucanos gostam de dizer, mas não praticam.


Por isso, o relatório divulgado pelo Partido Pirata pode ser ou não verdadeiro, mas a preocupação em não associar o nome de Aécio ao de Sarney faz sentido, pois traz de volta um passado que os tucanos preferem manter abafado, longe do conhecimento e da memória do grande público.
(Os Amigos do Presidente Lula)

sábado, 28 de junho de 2014

Barco à deriva

Agora que as convenções partidárias vão confirmando os bafafás de bastidores da política paraense, é possível tirar algumas conclusões a respeito das tratativas que levaram à situação em que serão disputadas as eleições. Antes, ressaltando que o fato mais relevante dos momentos que antecedem a disputa é, sem dúvida, a reconsideração do senador/malfeitor Mario Couto em bater chapa com Simão Jatene na convenção tucana, optando por enfrentar sua recandidatura ao Senado Federal.

Do fato, pode-se dizer que Mario tomou a melhor decisão do ponto de vista dos seus interesses eleitorais, afinal, ocupa espaços importantes no governo do estado e sabe usar como poucos a política clientelista que conspurca a vontade do eleitor, macula o processo eleitoral e desmascara a retórica da seriedade. Além disso, seu concorrente interno ao cargo, apesar de contar com a preferência explícita do governador, parece padecer de uma irreversível anorexia eleitoral, a ponto de provocar crise interna na sua própria legenda, capaz de provocar estragos de grande monta na chapa formada pelos proporcionais.

Diante do quadro posto à exposição, talvez sujeito a alguns retoques, porém incapazes de alterar a visão geral, ficou claro que a parte que cabe ao latifúndio governamental ficou bastante reduzida e fragmentada, fruto evidentemente da condução política desastrada verificada desde os primeiros dias de governo e exacerbada após o rompimento de Simão com o PMDB.

Hoje, o ex-aliado e principal adversário leva uma certa vantagem nas composições feitas por conta do amplo leque de alianças que conseguiu montar, furando espetacularmente a cerca que o Diário Oficial tradicionalmente faz em situações semelhantes.

Outro dado importante, que chega ao apagar das luzes dessas tratativas, foi a eleição da Federação dos Municípios(FAMEP), que congrega 104 prefeituras e foi até pouco tempo dirigida por Helder Barbalho, que a usou com rara maestria eleitoreira e incomodou bastante os aliados do governador. Pois bem, a chapa apoiada por Helder foi a vencedora do pleito, embora não se possa afirmar que o governo sofreu derrota fragorosa, já que o resultado final ficou em 24X19 pró PMDB. Mesmo com a larga possibilidade de muitas dessas 'nuvens' que são os prefeitos adequarem-se  com certa facilidade ao céu que se apresenta, ainda assim, pode-se dizer afirmar que Jatene fez ferida.

Finalmente, restou provado, mais uma vez, que a influência do Grupo Liberal na política é cada vez mais insignificante na decisão do eleitor. Ao romper com o Barbalhismo e escudar-se apenas na cobertura da mídia liberal, Simão viu seu nome descer ladeira abaixo, fruto de cerrado bombardeio operado pela mídia barbálhica, a ponto de situar-se entre os governantes mais mal avaliados do país, pior, na reta final da disputa sucessória. Some-se a isto a presença de aliados de pouca densidade eleitoral, definitivamente PP, PPS, PSD são dotados de tão pouca representatividade política no âmbito regional que obrigarão o PSDB a remar praticamente sozinho esse barco à deriva. Se conseguirá mante-lo sobre as águas é uma coisa que hoje em dia provoca mais incertezas do que crença. Paciência!

Eis aí o resultado de mais uma pesquisa/salsicha

Segundo o “Blog do Fernando Rodrigues”, jornalista da “Folha de S. Paulo” e o maior repositor de pesquisas eleitorais da rede, hospedado no portal nacional UOL, pesquisa da Alvo Marketing e Publicidade, custeada pela própria empresa em que foram entrevistadas 625 pessoas somente em Belém, nos dias 17 a 21 de junho de 2014 e registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo número PA-00002/2014, com margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, apresentou os seguintes resultados. Curioso é que o sociólogo Marco Carrera, candidato do PSOL, só teve seu nome confirmado em convenção quase uma semana após o referido levantamento. No entanto, sabendo-se que pesquisas geralmente são feitas com a mesma higidez com que se fabrica salsichas, eis aqui o resultado dessa.
(Resultado transcrito do blog Parsifal 5.4)
.Shot006

As 13 previsões mais catastróficas, e furadas, sobre a Copa no Brasil

Arquivo
















A Copa do Mundo não resolveu e não irá resolver todos os problemas do país. Aliás, nem é esta a função de um evento esportivo privado. Mas que o mundial atrai turismo e investimentos externos, não há mais dúvidas. Como também não há nenhuma de que ele mexe com autoestima de um país incentivado durante séculos a cultivar um inapropriado “complexo de vira-latas”!

Por isso, agora que o sucesso do evento já é reconhecido em todo o mundo, que o país já provou que pode ser organizar uma bela copa e que os turistas e os investimentos estrangeiros continuam chegando, é hora de dar boas gargalhadas com previsões mais pessimistas feitas pelas cartomantes de plantão que tanto torceram contra a realização do mundial.

Das adivinhações às avessas do mago Paulo Coelho à mudança de planos da cineasta que fez sucesso afirmando que não viria ao Brasil, dos prejuízos contabilizados pelo tucanato ao delírio do protesto do chuveiro no “modo quentão”, do mau-humor da imprensa estrangeira à campanha permanente da Veja, confira as 13 previsões mais catastróficas – e furadas – sobre a Copa do Mundo no Brasil!

1 – O mago Paulo Coelho: “A barra vai pesar na Copa do Mundo”

Em entrevista à revista Época, publicada em 5/4/2014, o mago, guru e escritor Paulo Coelho, que mora na Suíça, disse que não viria ao Brasil assistir aos jogos da Copa do Mundo nos estádios, apesar de ter sido presenteado com os ingressos pela FIFA. “A barra vai pesar na Copa. A Copa será um foco de manifestações justas por um Brasil melhor. Os protestos vão explodir durante os jogos porque vai haver mais gente fora do que dentro dos estádios”, afirmou.

O Mago, que “previra” que o Brasil ia ganhar a Copa das Confederações, evita arriscar o resultado para o mundial. E apresenta certezas já desconstruídas pela realidade, como a de que o Brasil deveria disputar a final com a Espanha, eliminada na 1ª fase: “Agora não sei. Certamente o Brasil irá à final com a Alemanha ou a Espanha, duas seleções fortíssimas nesta Copa. A Argentina não. A Suíça vai surpreender. Eu ousaria dizer que a Suíça vai para as quartas. No futebol, você tem que ser otimista, não tem outra escolha. O Brasil tem chances de não ganhar”.

2 – Arnaldo Jabor: “A Copa vai revelar ao mundo a nossa incompetência”

No dia 6/6/2014, às vésperas da abertura da Copa, o cineasta Arnaldo Jabour, emcomentário para a Rádio CBN, ainda insistia no pessimismo em relação à Copa, com o objetivo claro de influir no processo eleitoral de outubro. “Nós estamos jogando fora a imensa sorte que temos, por causa de dogmas vergonhosos que não existem mais. Estamos antes do Muro de Berlim e a Copa do Mundo vai revelar ao mundo a nossa incompetência”, afirmou.

3 – Veja: “Por critérios matemáticos, os estádios da Copa não ficarão prontos a tempo”

Em 25/5/2011, a Veja previu o fracasso da Copa do Mundo no Brasil. E com a ajuda da matemática, uma ciência que se diz exata desde tempos imemoriais. Na capa, a data da logo do mundial era substituída por 2038. O intertítulo explicava: “Por critérios matemáticos, os estádios da Copa não ficarão prontos a tempo”.

De lá para cá, foram muitas outras matérias, reportagens e artigos anunciando o fracasso do mundial. E mesmo com o início dos jogos, com estádios prontos e infraestrutura à altura do desafio, a revista estampou, na edição desta semana, uma nova catástrofe iminente: “Só alegria até agora - Um festival de gols no gramado, menos pessimismo nas pesquisas, mais consumo, visitantes em festa e o melhor é aproveitar, pois legado duradouro, esqueça”.

Melhor mesmo é torcer para que, quem sabe até 2038, a Veja aprenda a fazer jornalismo!




4 – Cineasta brasileira radicada nos EUA: “Não, eu não vou para a Copa do Mundo”

Em junho de 2013, a cineasta brasileira Carla Dauden, radicada em Los Angeles, nos Estados Unidos, fez sucesso na internet com o vídeo “No, I’m Not Going to the World Cup” (“Não, eu não vou para a Copa do Mundo”), que alcançou quatro milhões de curtidas. Mas antes mesmo da bola começar a rolar nos gramados brasileiros, a ativista já era vista circulando pelo país.

No Twitter, ela justificou a abrupta mudança de planos: “Não vim para ver a Copa, vim para falar dela. A Copa nunca vai ser a mesma para os brasileiros. As pessoas não vão se esquecer do que acontecerá por aqui”, diagnosticou, antes da abertura. A frase, de fato, parece fazer sentido. Mas por motivos opostos do que aqueles que a ativista advoga!

5 - Protesto do chuveiro no “modo quentão” vai causar apagão!

Até bem pouco tempo antes do início da Copa, eram muitos os setores que insistiam no risco iminente de blackout no país, da oposição à imprensa monopolista. Um grupo de internautas, porém, levou as ameaças infundadas a sério e decidiu criar uma página no Facebook destinada a acelerar o caos: usar os jogos da Copa para provocar um apagão generalizado no Brasil e, assim, boicotar a realização do evento.

A estratégia definida foi a utilização sincronizada dos chuveiros no “modo quentão”. “Chuveiros devem ser ligados na hora dos hinos nos jogos. A carga elétrica anormal derrubará a energia em bairros, cidades, regiões, estados e o país inteiro, em efeito dominó. Acompanhem os hinos por rádio, para maior garantia de sincronização”, diz a descrição do evento que conquistou pouco mais de 4,5 mil curtidas.

Dado o fracasso do evento, a página agora é utilizada para a troca de memes contra o PT, a esquerda e as pautas sociais e progressistas!

6 – Marília Ruiz: “Vai ser um vexame. Um vexame!”

No dia 26/1/2014, a TerraTV publicou um comentário da jornalista esportiva Marília Ruiz em que ela previa que, se o Brasil conseguisse realizar a Copa, já seria uma grande vitória. A antenada comentarista até admitia que os estádios ficariam prontos. Mas sem qualidade: "Se eu sentaria o meu corpinho numa cadeira recém colocada, com um parafuso a menos? Eu não sei”.

Do alto de sua experiência em cobertura de outras copas e de um etnocentrismo latente, ela também alertava que, mesmo fazendo sua Copa após a da África, o país passaria vergonha. “Eu achei que a gente ia passar vergonha, que nós, brasileiros, que o país ia passar vergonha. Aí eu pensei, é até um alento porque a Copa do Brasil vai ser depois da Copa da África: ninguém vai lembrar muito como foi na Alemanha. Muito menos as pessoas vão lembrar como foi no Japão e na Coreia. E eu posso dizer porque estive lá. É uma vergonha ao cubo!”

7 - Álvaro Dias: “O país ficará com mais prejuízo do que lucro”

De todas as aves de mau agouro que bravatearam contra a realização da Copa no Brasil, o tucano Álvaro Dias, senador pelo PSDB, foi uma das mais barulhentas. Previu que o governo amargaria um prejuízo de mais de R$ 10 bilhões com a realização do evento, que os turistas não apareceriam, que os aeroportos não ficariam prontos e não dariam conta do fluxo de passageiros.



“O legado da copa do mundo me parece ser um grande fracasso. O país ficará com mais prejuízo do que lucro”, disse ele em entrevista à TV Senado, publicada no Youtube em 7/8/2013. Agora que os turistas chegaram, os investimentos estrangeiros entraram e o país tá fazendo bonito em mobilidade e infraestrutura, o senador desapareceu por completo do noticiário. Não se sabe se está esperando o evento acabar para profetizar outro apocalipse ou aproveitando as férias para curtir os jogos, como fez durante a Copa das Confederações!

8 - Ex-presidente FHC: “A Copa do Mundo como símbolo de desperdício”

Em artigo publicado no norte-americano The Wold Post, em 21/1/2014, o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso se referiu à Copa como símbolo do desperdício de dinheiro público. Tal como seu companheiro Álvaro Dias, perdeu a chance de ficar calado. Segundo a Fipe, só a Copa das Confederações rendeu R$ 9,7 bilhões ao PIB brasileiro. A projeção de retorno da Copa é de R$ 30 bilhões. A Apex-Brasil, aproveitando a Copa do Mundo, trouxe ao Braisil mais de 2,3 mil empresários estrangeiros, de 104 países. A agência estima trazer US$ 6 bilhões em negócios para o Brasil.

9 - Redação Sport TV: do fracasso ao espírito de porco!

No Programa Redação Sport TV de 22/1/2014, o apresentador deu sonoras gargalhadas ao exibir a foto de um estádio da copa ainda sem gramado e fazer previsões catastróficas sobre o evento. Na edição de 26/6/2014, o tom mudou completamente: um outro apresentador mostrou como a imprensa internacional elogiava o evento e ouviu do entrevistado Ruy Castro: “A nossa imprensa foi rigorosamente espírito de porco antes do evento começar”.

10 – Governo alemão: “O Brasil é um país de alto risco”

Há seis semanas do início da Copa, o Ministério de Assuntos Exteriores da Alemanha divulgou um relatório pintando uma imagem desoladora do Brasil, descrito como um país ode as leis não são respeitadas e o turista corre o risco de ser roubado, sequestrado e se envolver em conflitos entre policiais e criminosos. O documento listava uma série de cuidados que os gringos deveriam tomar, incluindo atenção redobrada com as prostitutas, apontadas como membros e organizações criminosas, e vigilância contínua com os copos, para não serem vítimas de um “Boa noite, Cinderela”.

Pelo documento, até mesmo a seleção alemã estaria em perigo em terras tupiniquins. E não apenas dentro de campo. “Arrastões e delitos violentos não estão descartados, lamentavelmente, em nenhuma parte do Brasil. Grandes cidades como Belém, Recife, Salvador, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo oferecem altas taxas de criminalidade”, ressaltava.

O Ministério ainda não divulgou relatórios sobre o número de alemães que vieram ao Brasil e o que estão achando da experiência. Mas quem circula pelas ruas brasileiras, repletas de gringos felizes e sorridentes, já sabe!

11 - Der Spiegel: “Justamente no país do futebol, a copa poderá ser um fracasso”

 

Um dos principais semanários da Europa, a revista alemã estampou, um mês antes do início da Copa, a manchete “Morte e Jogos”, destacando que, justamente no país do futebol, a Copa poderia ser um fiasco, por causa dos protestos, da violência nas ruas, dos problemas do transporte coletivo, dos aeroportos e dos estádios. Praticamente um alerta vermelho recomendando que os europeus não viessem ao Brasil.

Mas os turistas vieram e estão adorando. A imprensa estrangeira também: o jornal norte-americano The New York Times, fala em “imenso sucesso”. O francês Le Monde, em “milagre brasileiro”. O espanhol El País diz “não era pra tanto” para as previsões catastróficas. A revista inglesa The Economist, remenda que “as expectativas, que eram baixas, foram superadas”. A própria Der Espiegel, na edição desta semana, dá destaque para a animação da torcida e admite que os protestos em massa ainda não aconteceram.

12 – Ronaldo, o fenômeno: “Da vergonha à constatação de que a Copa é um sonho”


Na véspera do início do mundial, o ex-atacante Ronaldo se disse envergonhado com os atrasos das obras da Copa. Mas, membro do Comitê Organizador Local da FIFA que é, defendeu a entidade e culpou o governo Dilma por todos os problemas. “É uma pena. Eu me sinto envergonhado porque é o meu país, o país que eu amo. A gente não podia estar passando essa imagem”, disse à Agência Reuters o cabo eleitoral e amigo do senador Aécio Neves, candidato do PSDB à presidência.

Agora, consolidado o sucesso do evento, tenta mudar o discurso. Em coletiva nesta quinta (26), procurou se justificar. "Não critiquei a organização da Copa, até porque eu faço parte dela. Disse que poderia ser muito melhor se todas as obras de mobilidade urbana tivessem sido entregues”, remendou. ”Vivíamos um clima muito tenso, com a população muito descontente. Começou a Copa, e agora estamos vivendo um sonho", concluiu.

13 – O vira vira lobisomem de Ney Matogrosso

De passagem por Lisboa, em 11/5, Ney Matogrosso resolveu usar a Copa para criticar duramente a política brasileira na TV ATP. Só esqueceu de estudar, primeiro, os argumentos. “Se existia tanto dinheiro disponível para gastar com a Copa, por que não resolver os problemas do nosso país?”, disse ele, desconhecendo que, desde 2010, quando começaram os preparativos para a Copa, o governo já investiu R$ 850 bilhões em saúde e educação, enquanto os investimentos totais no mundial – incluindo federais, locais e privados – atingem R$ 25,6 bilhões.

Foi ácido quanto à construção dos estádios que, segundo ele, irão virar “elefantes brancos” e não serão usados para mais nada. Embolou dados, números e fatos em vários argumentos. Acabou sustentando uma visão preconceituosa sobre as classes populares. Questionado se há uma maior consciência dos pobres em exigir seus direitos, concordou: “O escândalo é tamanho que até essas pessoas param para refletir”.

(Najla Passos)

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Comissão da Verdade prova que Ginásio Caio Martins foi usado como presídio

A Comissão da Verdade em Niterói (CVN), região metropolitana do Rio de Janeiro, conseguiu comprovar que o Ginásio Caio Martins foi utilizado pela repressão militar como presídio. A informação faz parte do relatório parcial da CVN, que será divulgado no dia 11 de julho, na Câmara Municipal de Niterói, apresentada hoje (27) durante audiência que a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-Rio) fez para apresentar relatório parcial das atividades em um ano de funcionamento.

O relatório parcial da CVN, ao qual a Agência Brasil teve acesso, indica que os documentos apontam registros do diretor do presídio; da quantidade de presos em um período específico; das procedências das prisões, como o Centro de Armamento da Marinha. Tem registros também da Secretaria de Justiça da Guanabara, do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) da Guanabara e do Rio de Janeiro e da Polícia Militar.

“A gente chegou a um documento feito pelo Dops que confirma que o Caio Martins era uma prisão com quase 400 pessoas presas. Confirma nomes de pessoas ligadas institucionalmente ao Caio Martins, quem eram o diretor e o comissário”, disse o pesquisador da CVN, o historiador Gabriel Cerqueira.

O pesquisador informou ainda que os documentos fazem parte dos acervos do Arquivo Público Estadual do Rio de Janeiro (Aperj). Segundo ele, o Caio Martins começou a ser usado na época porque as prisões do estado ficaram lotadas. Além de local de detenção, o ginásio passou a funcionar como centro de triagem de presos.

“Alocaram uma série de presos ali, e a partir de lá iam puxando para fazer os interrogatórios no Dops e em outros locais. A documentação sugere que as pessoas começaram a ser levadas para lá logo depois do golpe. Depois de 50 dias de prisão, o diretor começava a sugerir a liberação, pedindo ao diretor do Dops e ao secretário de Segurança, com base na lista dos que podiam ser liberados”, disse.

O coordenador executivo da CVN, Renato Almada, contou que a pesquisa da comissão levou seis meses, e agora ela será intensificada em locais onde ocorreram tortura em Niterói, entre eles, o Dops e a Fortaleza de Santa Cruz, que pertence ao Exército.

(Agência Brasil)

Cadê o caos que vocês prometeram?

"O mais claro sinal de que vivemos uma mutação histórica é esta Copa do Medo. Há o suspense de saber se haverá um vexame internacional que já nos ameaça. Será péssimo para tudo, para economia, transações políticas, se ficar visível com clareza sinistra nossa incompetência endêmica, secular. Nunca pensei em ver isso. O amor pelo futebol parecia-me indestrutível"

"A Copa vai revelar ao mundo nossa incompetência"

Esses pensamentos de Arnaldo Jabor, produzidos no início desse mês, refletem a expectativa de grande parte da imprensa brasileira com relação a Copa do Mundo.

Desde que o Brasil foi anunciado como sede, muitas certezas foram construídas. O "caos aéreo", por exemplo, tinha a sua convocação garantida para o grande evento. Durante anos, jornalistas e políticos oposicionistas cravavam suas previsões:

O caos aéreo era apenas um dos inúmeros problemas que revelavam a nossa incapacidade em sediar um evento desse porte. A pregação pessimista incluía também o "apagão de mão de obra", "estádio inseguros" e "blecaute de comunicação". Até uma "aliança entre black blocs e PCC" nas manifestações durante os jogos aterrorizou a população. Durante anos o medo do vexame na Copa do Mundo martelou no noticiário:



Muito "apagão", muito "caos", muita "vergonha". O quadro pintado pela mídia nacional e, por tabela, a internacional, não poderia atiçar mais o complexo de vira-lata brasileiro.


Mas, eis que chega a Copa, e nenhuma das profecias foi cumprida. A Copa do Medo não deu as caras. Estamos no fim da primeira fase e até agora não chegamos nem perto de um caos aéreo. Muito pelo contrário. Os atrasos nos aeroportos estão abaixo da média internacional, contrariando a histeria pré-Copa. A tragédia anunciada no espaço aéreo se mostrou um grande furada, o que deixou muita gente perplexa.

Mas o mais importante de tudo é que hoje nossa imprensa está em festa. O medo do vexame deu lugar a um sentimento de "sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor". Estádios ficaram prontos, aeroportos trabalham com eficiência, não houve blecaute de comunicação, a imprensa internacional elogia (o que é sempre fundamental!), enfim, o país está dando conta do recado e não há como negar.

Até os mais empenhados em apontar nossos defeitos tiveram que dar o braço a torcer. As profecias apocalípticas nem parecem ter naufragado, tamanha a desenvoltura com que exaltam a Copa, a alegria dos estrangeiros e a boa organização do evento.

E, pra ilustrar essa guinada dos nossos colegas, encerremos do jeito que começamos: com pensamentos jaborianos, dessa vez produzidos logo após o início do que ele chamou de "Copa do Medo".

"Vamos torcer até morrer! Não dá pé usar a Copa como motivo de manifestações."
"O Brasil ficou tão calmo (...) Há muito tempo não vejo tanta normalidade na vida brasileira"

É, Arnaldo, imagina nas Olimpíadas!
(Jornalismo Wando/SQN)

PAC 2: balanço mostra que 95,5% das obras previstas estão concluídas

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), concluiu, até abril, 95,5% das obras previstas até o final de 2014 e investiu R$ 871,4 bilhões. Isso representa investimentos de 84,6% do orçamento previsto.

Segundo o 10º Balanço da iniciativa, divulgado na manhã desta sexta-feira (27), neste ano, os pagamentos com recursos do Orçamento Geral da União (OGU) somaram R$ 27,8 bilhões até 23 de junho. – 22% acima do mesmo período de 2013.

Os recursos empenhados cresceram 32%, de R$ 21,3 bilhões em 2013, para 28,1 bilhões em 2014. As estatais e o setor privado investiram R$ 33,7 bilhões nas áreas de geração, transmissão, petróleo e gás e combustíveis renováveis.

Só em Transportes, o PAC 2 concluiu R$ 58,9 bilhões em empreendimentos em todo o País. Foram 3.003 quilômetros (km) de rodovias, sendo 1.413 km em concessões, com destaque para a duplicação da BR-101 em Santa Catarina e Sergipe; e de 22 km da BR-408 em Pernambuco. Foram construídos também 78 km da BR-110 no Rio Grande do Norte.

Em mobilidade urbana, são 28 empreendimentos, com destaque para o Centro de Controle e Operação, em Belo Horizonte (MG), a ampliação da DF-047, em Brasília (DF), requalificação da Rodoferroviária, em Curitiba (PR), e a via de acesso ao aeroporto São Gonçalo do Amarante, em Natal (RN).

Já operam, mesmo que parcialmente, as seguintes linhas rápidas de ônibus articulados (BRTs): Leste-Oeste e Norte-Sul, além da Via Mangue, em Recife (PE); Eixo Sul, em Brasília (DF); Transcarioca, no Rio de Janeiro (RJ); Cristiano Machado e Antônio Carlos, em Belo Horizonte (MG); e o Marechal Floriano e a via Aeroporto-Rodoferroviária, em Curitiba (PR).

Energia - O PAC 2 concluiu R$ 233,1 bilhões de obras de geração de eletricidade, com um aumento de 12.860 MW na capacidade. Para levar toda essa energia aos mercados consumidores, foram concluídas 35 linhas de transmissão, com 10.194 km e 36 subestações, com destaque para o trecho Jurupari-Oriximiná e Jurupari-Macapá da Interligação Tucuruí-Macapá-Manaus (713 km), entre o Pará e o Amapá e o trecho da Linha de Transmissão Salto Santiago-Itá (190 km) entre os estados do Paraná e Santa Catarina.

Saneamento – Foram terminados também 1.223 empreendimentos de Saneamento, como as obras de Ponta da Cadeia, em Porto Alegre (RS), para despoluir os rios dos Sinos, Guaíba e Gravataí. Também foram concluídos 70 empreendimentos de drenagem, 19 de contenção de encostas e 32 de pavimentação.

(Agência PT)

Demagogo vestido de democrata

Não passa de populismo barato do deputado direitista Arnaldo Jordy esse mal súbito de porta-voz de uma sociedade a qual ele representa apenas formalmente e está na iminência de ser por ela defenestrado. Logo, esse rompante da volta dos protestos de rua após a Copa parece mais desejo do que perspicácia.

Aliás, Jordy deve explicações junto com os aliados que governam Belém e o Pará com a colaboração dele. Principalmente a respeito daquela tenebrosa transação, 'Padrão Fifa', no melhor estilo dos mafiosos Ricardo Teixeira, Joseph Blatter e João Havelange, que é a compra de um prédio abandonado pelos donos do hospital privado 'Porto Dias' por R$100 milhões, felizmente abortado pela pronta ação do Ministério Público Federal, no entanto, ainda passível de ser concluída com o aval de Simão Lorota. É preciso que Jordy diga ao povo o que acha disso.

Assim como precisa dizer o que acha da majoração do preço da passagem do transporte coletivo, em Belém, mesmo depois da considerável redução dos custos da planilha, a partir, ressalte-se de medidas tomadas no âmbito federal, em flagrante tunga no bolso do povo belenense a quem ele jura defender. Sem essas explicações ao povo paraense, podemos considerá-lo apenas mais um demagogo a serviço do projeto que ora visa fazer volver ao comando da nação a turma da privataria. Vale dizer, trata-se de alguém aliado das famigeradas 'medidas impopulares', cerne do receituário imundo do aventureiro Aécio Never, ou Aébrio Never.

Assim procede a turma da exploração sexual

A jornalista Eliane Dal Colleto assim apresenta o manifesto de Maria Clara Bubna, a estudante de direito assediada pelo seu professor e por um membro da ‘academia de ciência da Veja”
“Se você ainda lê algo de Rodrigo Constantino, aquele da revista Veja, mesmo que pequenos trechos, mesmo que ‘somente’ aqui no facebook… Recomendo que tenha vergonha. E não vamos esquecer a história dessa menina, quase uma criança de primeiro período universitário: Maria Clara Bubna. Ela sou eu, é você, é a mulher que você encontra ao lado, todos os dias.”
Por muitos dias, eu optei por permanecer calada. Talvez numa tentativa de parecer madura (como se o silêncio fosse reflexo de maturidade) ou evitando que mais feridas fossem abertas, eu escolhi, nesse último mês, por vivenciar o inferno em que fui colocada com declarações breves e abstratas e conversas pessoais cautelosas. Mas se tem uma coisa que eu descobri nesse mês é que a maior dor que poderiam me causar era o meu silenciamento, o meu apagamento por ser mulher, jovem, “elo fraco” de toda relação de poder. Eu decidi portanto recuperar minha voz. Esse texto é um apelo a não só o meu direito de resposta, mas o meu direito a existir e me manter de pé enquanto mulher.
Eu nunca vi necessidade de esconder meus posicionamentos. Seja sobre o meu feminismo ou minhas preferências políticas, sempre fui muito firme e verdadeira com o que acredito. Mantive sempre a consciência de que minha voz era importante e que, junto com muitas outras vozes, seriamos fortes. Exatamente por isso, nunca vi necessidade de me esconder. Decidi fazer Direito baseada nessa minha ideia de que a união de vozes e forças poderia mudar a quantidade brutal de situações hediondas que o sistema apresenta.
Dentro da Faculdade de Direito da UERJ, acabei encontrando um professor que possui postura claramente liberal. Ele também nunca fez questão de esconder suas preferências políticas, mesmo no exercício de sua função. Apesar de ser meu primeiro ano na faculdade, passei alguns muitos anos no colégio durante os ensinos fundamental e médio e tive professores militares, conservadores, cristãos ferrenhos. Embates aconteciam, mas nunca ninguém se sentiu ofendido ou depreciado pelas suas preferências ideológicas. O debate, quando feito de maneira saudável, pode sim ser enriquecedor. Para minha surpresa, isso não aconteceu no ambiente universitário.
Ouvindo Bernardo Santoro se referir aos médicos cubanos como “escravos cubanos”, a Marx como “velho barbudo do mal”; explicar o conceito de demanda dizendo que ele era um “exímio ordenhador pois produzia muito leitinho” (sic) e que o “nazismo era um movimento de esquerda”, decidi por me afastar das aulas e tentar acompanhar o conteúdo por livros, gravações, grupos de estudo… Já ciente do meu posicionamento político e percebendo minha ausência, o professor chegou a indagar algumas vezes, durante suas aulas: “onde está a aluna marxista?”
No dia 15 de maio deste ano, Bernardo postou em sua página do Facebook, de maneira pública, um post sobre o feminismo. Usando o argumento de que se tratava de uma “brincadeira”, o docente escarneceu da luta feminista e das mulheres de maneira grosseira e agressiva. A publicação alcançou muitas visualizações, inclusive de grupos e coletivos feministas que a consideraram particularmente grave, em se tratando de um professor, como foi o caso do Coletivo de Mulheres da UFRJ, universidade em que Bernardo também leciona.
A partir do episódio, o Coletivo de Mulheres da UFRJ escreveu uma nota de repúdio à publicação do professor, publicada no dia 27 de maio na página do próprio Coletivo, chegando rapidamente ao seu conhecimento.
Foi o estopim. Fazendo suposições, o professor começou a me acusar pela redação da nota de repúdio e a justificou como fruto de sua “relação conflituosa” comigo, se mostrando incapaz de perceber quão problemático é escarnecer, de maneira pública, de um movimento de luta como o feminismo.
Fui então ameaçada de processo. Primeiro com indiretas por comentários, onde meu nome não era citado. Alguns dias se passaram com uma tensão se formando, tanto no meio virtual quanto nos corredores da minha faculdade. Já se tornava difícil andar sem ser questionada sobre o assunto.
Veio então, dias depois, uma mensagem privada do próprio Bernardo. A mensagem me surpreendeu por não só contar com o aviso sobre o “processo criminal por difamação” que o professor abriria contra mim, mas por um pedido do mesmo para que nos encontrássemos na secretaria da faculdade para que eu me desligasse da minha turma, pois o professor não tinha interesse em continuar dando aula para alguém que processaria.
Nesse ponto, meu emocional já não era dos melhores. Já não conseguia me concentrar nas aulas, chorava com uma certa frequência quando pensava em ir pra faculdade e essa mensagem do professor serviu para me desestabilizar mais ainda. Procurei o Centro Acadêmico da minha faculdade com muitas dúvidas sobre como agir. Foi decidido então levar o assunto até o Conselho Departamental que aconteceria dali alguns dias.
No Conselho, mesmo com os repetidos informes de que não se tratava de um tribunal de exceção, Bernardo agiu como se fosse um julgamento. Preparou uma verdadeira defesa que foi lida de maneira teatral por mais de quarenta minutos. Conversas e posts privados meus foram expostos numa tentativa de deslegitimar minha postura. Publicações minhas sobre a militância feminista e textos sobre minhas preferências políticas foram lidos pelo professor, manipulando o conteúdo e me expondo de maneira covarde e cruel. Dizendo-se perseguido por mim, uma aluna do primeiro período, Bernardo esqueceu-se que dentro do vínculo aluno/professor há uma clara relação de poder onde o aluno é obviamente o elo mais fraco.
Eu, enquanto aluna, mulher, jovem, não possuo instrumentos para perseguir um professor.
O Conselho, por fim, decidiu pela abertura de uma sindicância para apurar a postura antipedagógica de Bernardo. Não aceitando a abertura da sindicância, o professor, durante o próprio Conselho, comunicou que iria se exonerar e deixou a sala.
Foi repetido incansavelmente que a questão para a abertura da sindicância não era ideológica, mas sim sobre a postura dele como docente. Bernardo, ao que parece, não entendeu.
No dia seguinte, saiu uma reportagem no jornal O Globo sobre a questão. O professor declara que eu sempre fui uma “influência negativa para a turma”. Alguns dias depois, a cereja do bolo: seu amigo pessoal, Rodrigo Constantino, publicou, em seu blog na Revista Veja, uma reportagem onde eu era completamente difamada e exposta sem nenhum aviso prévio sobre a citação do meu nome. A reportagem por si só já era deprimente, mas o que ela gerou foi ainda mais violento.
Comecei a receber mensagens ameaçadoras que passavam desde xingamentos como “vadia caluniadora” até ameaças de “estupro corretivo”. Meu e-mail pessoal foi hackeado e meu perfil do facebook suspenso.
A situação atual parece estável, mas só parece. Ontem, no meu novo perfil do facebook, recebi mais uma mensagem de um homem desconhecido dizendo que eu deveria ser estuprada. Não, eu não deveria. Nem eu nem nenhuma outra mulher do planeta deveria ser estuprada, seja lá qual for o contexto. Nada nesse mundo justifica um estupro ou serve de motivação para tal.
Decidi quebrar o silêncio, romper com essa postura conformista e empoderar minha voz. É preciso que as pessoas tenham noção da tensão social que vivemos onde as relações de opressão estão cada vez mais escancaradas e violentas.
Em todo esse desenrolar, eu me vi em muitos momentos me odiando. Me odiando por ser mulher, me odiando por um dia ter dado valor à minha voz. Me vi procurando esconderijos, me arrependendo de ter entrado na faculdade de Direito, de ter acreditado na minha força. Me detestei, senti asco de mim. Mas eu não sou assim. Eu sou mulher. Já nasci sentindo sobre mim o peso da opressão, do machismo, do medo frequente de ser violada e violentada. Eu sou forte, está na minha essência ter força. E é com essa força que eu escrevo esse texto.
Estejamos fortes e unidos. A situação não tende a ficar mais mansa ou fácil. Nós precisamos estar juntos. É essa união que vai criar rede de amor e uma barreira contra essas investidas violentas dos fascistas que nos cercam. Foi essa rede de amor e apoio que me manteve sã durante esse mês e é essa rede que vai nos manter vivos quando o sistema ruir. Porque esse sistema está, definitivamente, fadado ao fracasso.
Abrace e empodere sua voz.
Maria Clara Bubna
Rio de Janeiro, junho de 2014.
(Via Blog do Saraiva)

Das pérolas que escapamos (porque a Copa deu certo)

Já tinham seu estoque de frases prontas, todas ao estilo “Não disse”, “Bem que eu falei”, “Eu sabia que ia dar nisso”, “Se tivessem me escutado”. Frases de tia gorda, como dizem na Argentina.

Mas deu certo, e desse benefício também gozamos: escapamos dessas imbecilidades. Não custa fazer a lista do que teriam sido as declarações dos vira-latas. Listo algumas, vocês completam.

“Com um governo assim, só poderia ter dado totalmente errada a Copa do Mundo.”

“Só quem não conhece trafego aéreo não sabia que o “caos aéreo ia se instalar nos aeroportos do Brasil.”

“A prepotência do governo, que não deu ouvidos às reclamações, fez com que o Brasil tenha passado a maior vergonha internacional da sua história.”

“Os estádios mais pareciam canteiros de obras. Como denunciamos, começou a Copa com estádios sem terminar. A incompetência do governo ficou evidente para o mundo.”

“O governo não deu importância às manifestações populares e o transporte nas cidades da Copa colapsou. Gente abandonada nas ruas, torcedores que compraram entradas e não puderam chegar aos estádios, um caos urbano.”

“O governo saiu ainda menor do que entrou na Copa.”

“É esse governo, que organizou essa Copa do Mundo, que quer se reeleger para seguir dirigindo o Brasil?”

“Foi um erro ter trazido a Copa para o Brasil. Com tantos problemas na educação, na saúde, fomos gastar essa dinheirama toda na Copa.”

“Todo mundo sabia que com a Copa as manifestações iam voltar com mais força ainda, o governo seria incapaz de contê-las e teríamos essas cenas de violência e de sangue pelas ruas das cidades da Copa, em todos os jogos.”

“Fracasso de organização, fracasso de público: estádios vazios durante quase todos os jogos da Copa.”

“A impressão que os estrangeiros se levam do Brasil é a pior possível. Bem que a mídia mundial prevenia para que não vissem. O próprio Ministério de Relações Exteriores da Alemanha preveniu a seus cidadãos para não virem. Muitos vieram, com a ilusão de que seus jogadores iam cantar o Hino do Bahia, que iam tomar chope com a Angela Merkel, que iam se divertir com o povo da Bahia. Ledo engano. Assaltos, violência, estupros, tudo o que se previa, aconteceu. A imagem do Brasil saiu mais arranhada ainda do Mundial.”

“O que será do turismo brasileiro depois desse show de desorganização, incompetência, falta de acolhida fraternal dos brasileiros, assaltos, roubos, durante o Mundial?”

“O mundo pôde confirmar in loco que a mídia brasileira tinha razão quando fazia denúncias sistemáticas sobre o desastre que ia ser o Mundial. A nossa mídia sai fortalecida na sua credibilidade e as vozes dissonantes e o governo, ainda mais enfraquecidos.”

“Bem que o Ronaldo, com o seu discernimento para distinguir as coisas, disse: Vamos passar a maior vergonha e a Fifa, traumatizada, nunca mais vai querer fazer uma Copa no Brasil.”

“Mas os brasileiros vão derrotar a esse governo incompetente em outubro, para que o Brasil nunca mais passe essa vergonha.”

“Agora o mundo todo ficou sabendo porque nós combatemos sem tréguas esse governo incompetente.”

“O povo gritou nas ruas: Não vai ter Copa. E não houve!”

“Dissemos tanto “Imagine na Copa”. E o descalabro foi tanto, que superou nossa imaginação.”

(Emir Sader)

Divórcio previsível para um casamento de conveniências


Segundo o blog 'Os Amigos do Presidente Lula', a Rede Sustentabilidade, que nem existe de verdade, e que tem como dono a candidata à vice presidente na chapa de Eduardo Campos (PSB), divulgou nota em que afirma que os militantes do grupo político de Marina Silva "têm data para deixar o PSB. A filiação transitória democrática permite que, tão logo a Rede obtenha seu registro na Justiça Eleitoral, o que deve ocorrer nos próximos meses, seus militantes formalmente vinculados ao PSB poderão se transferir para a legenda de origem sem o risco de qualquer tipo de sanção partidária"

Diante desse divórcio, resta saber como o 'casal' dividirá o espólio constituído nesse período, formado por Heráclito Fortes, famiglia Bornhausen, Heráclito Fortes e outras peças adquiridas na atual disputa eleitoral. É verdade que o mercado atualmente pagaria muito pouco por esses bibelots, no entanto, é inegável que terão que procurar um rumo. Credo!

Dilma anuncia mais 100 mil bolsas para o exterior e programa de incentivo à inovação

Agência Brasil















Brasília - A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quarta (25) duas ações de incentivo ao desenvolvimento da ciência e tecnologia no país: mais 100 mil bolsas para estudantes brasileiros que queiram se qualificar no exterior e o inédito Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento que, pelos próximos dez anos, vai estimular a pesquisa em 20 áreas do conhecimento, como agricultura, saúde, energia e defesa.

As bolsas serão distribuídas pela segunda etapa do Programa Ciências sem Fronteiras que, por meio de chamadas que serão lançadas em setembro, selecionará novos estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores, em 18 áreas prioritárias, entre as quais se destacam as engenharias e tecnológicas (36,4 mil bolsas), biologia, ciências biomédicas e da saúde (14,5 mil) e indústria criativa (6,6 mil).

“Esse é um programa feito para garantir ao Brasil condições de gerar aqui inovação, de gerar aqui o interesse pelas ciências e pela aplicação da tecnologia em todas as áreas. Na indústria, na agricultura e, sobretudo, para viabilizar também a pesquisa em ciências básicas. Com isso estamos abrindo as nossas fronteiras. Estamos abrindo horizontes dos nossos jovens. Por isso, nós definimos a nova fase do Ciência sem Fronteiras”, afirmou a presidenta.

Lançado em 2011, o Ciências sem Fronteiras tinha a meta inicial de oferecer 100 mil bolsas, financiadas pelo governo e pela iniciativa privada. O governo fez a sua parte e aprovou 7,1 mil bolsas. As empresas e indústrias não corresponderam conforme o esperado e liberaram apenas 7,1 mil. Com isso, o programa fechou com 83,2 mil bolsas distribuídas em 1,1 mil municípios. Agora, o governo vai assumir a tarefa de cumprir a meta.

Das bolsas já liberadas, 44,2% foram para mulheres, 31,4% para negros e 85,9% para jovens. Dos 43 países de destino dos estudantes, os Estados Unidos lideram o ranking de número de bolsas (26,3 mil), seguidos pelo Reino Unido (9,5 mil), Canadá (7 mil), França (6,4 mil) e Alemanha (5,9 mil). Mas a presidenta destacou que o país precisa de estudantes absorvendo o conhecimento de vários outros países que muito têm a nos ensinar, como Coréia, Japão e China.

Já o Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento, inédito, tem o objetivo de proporcionar um salto no desenvolvimento nacional, colocando o Brasil em patamar de igualdade com os países mais desenvolvidos em termos de inovação.
Pressupõe a criação de 20 plataformas de conhecimento, arranjos público-privados que articulam competências com base em uma infraestrutura de ciência, tecnologia e inovação de última geração, entre instituições de pesquisa e empresas.

Segundo o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina, elas serão estruturadas pela lógica da resolução de grandes problemas brasileiros, orientadas pela demanda prioritária estratégica do Brasil, e deverão gerar conhecimento e, consequentemente, causar impacto na vida das pessoas e no país. “As plataformas vêm como um complemento e um avanço da política que estava sendo realizada. É uma articulação da ciência, tecnologia e inovação com o sistema empresarial para um projeto de desenvolvimento brasileiro robusto e consolidado” explicou.

De acordo com o presidente da Finep, Glauco Arbix, o programa segue a mesma lógica de outras iniciativas recentes, lançadas de 2010 para cá. “O Brasil se coloca no mesmo nível dos americanos, que estão construindo 45 plataformas com este mesmo espírito, se coloca no mesmo nível da União Europeia, que está desenvolvendo 60 daquilo que eles chama de núcleos de excelência em níveis diferenciados”, explicou.
(Najla Passos/Carta Maior)

COPA ENCERRA 1ª FASE COM GANHOS INCONTÁVEIS AO PAÍS

:
Das 32 delegações que chegaram arrastando 600 mil torcedores, 19 mil profissionais de mídia e uma audiência global de 3,6 bilhões de espectadores, em 186 países, 16 vão embora agora; valeu!; comercial e politicamente, o final da primeira fase tem como grande vitorioso o Brasil; recepção popular aos estrangeiros abre correntes de turismo, eleva patamar da hotelaria e dá lucros à indústria, comércio e serviços; em imagem positiva, pagamento dos estimados 1 milhão e 500 mil minutos de exposição nas tevês do mundo custaria trilhões de dólares; no que se pode contar, de Pelé à Adidas, passando pela brasileira Tramontina e os anônimos antenistas do bombado setor eletro-eletrônico, a Copa no Brasil dá lucro para todos; a começar pela Fifa, é claro; no campo político, 22 chefes de Estado confirmaram presença na grande final ao lado da presidente Dilma Rousseff; até David Beckham, um dos garotos propaganda mais caros do planeta, fez publicidade gratuita da Amazônia; é pouco?

247 –No que se pode contar, sabe-se que Pelé embolsou, como rei do futebol, nada menos que R$ 58 milhões em contratos publicitários em torno da Copa do Mundo no Brasil. Perto do que a Adidas está faturando com o Mundial, porém, é pouco. Com projeção de vender 8 milhões de camisas de seleções de seus 300 jogadores patrocinados, a multi alemão catapultou suas vendas, apenas na América Latina, de 179 milhões de euros para 1,57 bilhão de euros nos últimos meses. O maior faturamento se dá, é claro, no Brasil, onde são recolhidos milhões em impostos.

Nesta terça-feira 24, na Alemanha, o CEO da Adidas, Herbert Hainer, festejou o sucesso comercial da Copa para a empresa. “A presença da marca em campo e em todo o torneio no Brasil, bem como o sucesso da nossa campanha de marketing em mídias sociais em todo o mundo, é uma prova clara de que a Adidas é e continuará a ser a marca líder do futebol”, disse Hainer. "Tivemos enorme retorno, não só entre os nossos melhores jogadores mundiais, mas também entre os fãs de futebol em todo o mundo” , completou o vice-presidente Markus Baumman Ele ressaltou o sucesso de crítica e vendas da bola oficial da Copa. “Muitos jogadores já dizem que a Brazuca é uma das melhores bolas com a qual eles já jogaram.”

Entre empresas nacionais, a metalúrgica Tramontina é uma das mais exultantes, também com faturamento aproximando-se da casa do bilhão de reais em razão direta de seu engajamento da Copa. "Patrocinar futebol, clubes e jogadores é sensacional", comemora o empresário Clóvis Tramontina. "Quanto vale para uma marcar estar ao lado do povo neste momento? É incalculável", completa.

Igualmente não é fácil projetar os ganhos que o Brasil, enquanto destino de turismo internacional, vai obtendo com o Mundial. Presidente da agência FSB e colunista de 247, o relações públicas Francisco Soares Brandão estimou em 1 milhão e 500 mil minutos a exposição que os jogos da Copa darão ao Brasil na soma dos flashs e programas da mídia eletrônica global. Em seu artigo O Brasil Já Ganhou a Copa, Brandão compara essa geração 'espontânea' como algo equivalente veiculação de milhões de comerciais de 30 segundos durante um mês. "Ao custo inimaginável de trilhões de reais", assinala. Como diz o empresário Tramontina: "Quem sabe?". No todo, o impacto da Copa do Mundo já estimado entre 0,5% e até 1% do Produto Interno Bruto.

O ex-jogador inglês David Beckham fez, dentro do Brasil, um circuito off Copa, mergulhando na floresta amazônica para ter contato direto com a natureza e as populações ribeirinhas. Está encantado, com suas imagens disseminadas pelo mundo. Um dos garotos-propaganda mais caros do planeta, quanto vale ter um astro como Beckham falando sincera e gratuitamente bem do País para o mundo? Decididamente, esse resulto é alto, intangível.

BASE DA PIRÂMIDE - Na base da pirâmide de negócios, centros de comércio eletro-eletrônicos como a rua Santa Efigênia, em São Paulo, aumentaram seu faturamento global em plenos menos 40% e a razão da disparada de vendas de televisores e, também, dos pedidos de compra e instalação de antenas e conversores digitais. A Copa, enfim, dá lucro também para anônimos antenistas, que chegam a ter encomendas para 700 instalações neste mês.

No setor de hotéis, bares e restaurantes, o que se vê nas 12 cidades-sede é uma festa generalizada. A ocupação no Rio de Janeiro, o maior cartão postal do País, mantém-se acima dos 80% desde o início do mês e deverá chegar perto dos 100% à medida e que o Mundial afunila – e mesmo com a ida embora de 16 delegações.

Americanos, alemães, holandeses, belgas, colombianos, chilenos e, claro, argentinos, para citar as torcidas mais numerosas, continuam por aqui. As cenas de estádios lotados em todos os jogos, quase sem exceções, vai se repetir até a final. A Fifa, com todos os direitos que detém sobre a competição, deve arrecadar nada menos que R$ 10 bilhões – um recorde para todas as competições já organizadas.

CHEFES DE ESTADO - Até mesmo na infraestrutura, onde centrava-se o principal da crítica anterior à Copa – agora virada em unanimidade a favor, ao menos até que a Seleção Brasileira permaneça na competição -, o governo pode exibir a ampliação na capacidade dos aeroportos em 70 milhões de passageiros/ano, desafogando uma forte demanda reprimida. Os estádios, como já se sabe, estão sendo elogiados por suas arquiteturas, e tem passado no teste do público, em razão do conforto para assistir, e dos jogadores, pelos ótimos gramados para jogar.

Do ponto de vista político, à parte a sucessão presidencial, o ganho outra vez para a Nação chamada Brasil é incomensurável. Daqui, cerca de 19 mil profissionais de mídia têm transmitido notícias ao mundo de um país em festa – com os incidentes normais de percurso, como brigas, não muitas, entre torcedores, uma invasão de campo, roubos de ingressos e atos minoritários de vandalismo. As grandes cidades estão lotadas. Enquanto milhares de torcedores irão embora agora, outros milhares chegarão – todos com uma impressão inicial melhorada do Brasil. Para a partida final, no Maracanã, 22 chefes de Estado já confirmaram presença ao lado da presidente Dilma Rousseff. A seguir, começa uma reunião de cúpula dos Brics. Em mais dois anos, Olimpíadas do Rio de Janeiro. O Brasil, queira-se ou não, está na crista da moda.