Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 28 de junho de 2014

Barco à deriva

Agora que as convenções partidárias vão confirmando os bafafás de bastidores da política paraense, é possível tirar algumas conclusões a respeito das tratativas que levaram à situação em que serão disputadas as eleições. Antes, ressaltando que o fato mais relevante dos momentos que antecedem a disputa é, sem dúvida, a reconsideração do senador/malfeitor Mario Couto em bater chapa com Simão Jatene na convenção tucana, optando por enfrentar sua recandidatura ao Senado Federal.

Do fato, pode-se dizer que Mario tomou a melhor decisão do ponto de vista dos seus interesses eleitorais, afinal, ocupa espaços importantes no governo do estado e sabe usar como poucos a política clientelista que conspurca a vontade do eleitor, macula o processo eleitoral e desmascara a retórica da seriedade. Além disso, seu concorrente interno ao cargo, apesar de contar com a preferência explícita do governador, parece padecer de uma irreversível anorexia eleitoral, a ponto de provocar crise interna na sua própria legenda, capaz de provocar estragos de grande monta na chapa formada pelos proporcionais.

Diante do quadro posto à exposição, talvez sujeito a alguns retoques, porém incapazes de alterar a visão geral, ficou claro que a parte que cabe ao latifúndio governamental ficou bastante reduzida e fragmentada, fruto evidentemente da condução política desastrada verificada desde os primeiros dias de governo e exacerbada após o rompimento de Simão com o PMDB.

Hoje, o ex-aliado e principal adversário leva uma certa vantagem nas composições feitas por conta do amplo leque de alianças que conseguiu montar, furando espetacularmente a cerca que o Diário Oficial tradicionalmente faz em situações semelhantes.

Outro dado importante, que chega ao apagar das luzes dessas tratativas, foi a eleição da Federação dos Municípios(FAMEP), que congrega 104 prefeituras e foi até pouco tempo dirigida por Helder Barbalho, que a usou com rara maestria eleitoreira e incomodou bastante os aliados do governador. Pois bem, a chapa apoiada por Helder foi a vencedora do pleito, embora não se possa afirmar que o governo sofreu derrota fragorosa, já que o resultado final ficou em 24X19 pró PMDB. Mesmo com a larga possibilidade de muitas dessas 'nuvens' que são os prefeitos adequarem-se  com certa facilidade ao céu que se apresenta, ainda assim, pode-se dizer afirmar que Jatene fez ferida.

Finalmente, restou provado, mais uma vez, que a influência do Grupo Liberal na política é cada vez mais insignificante na decisão do eleitor. Ao romper com o Barbalhismo e escudar-se apenas na cobertura da mídia liberal, Simão viu seu nome descer ladeira abaixo, fruto de cerrado bombardeio operado pela mídia barbálhica, a ponto de situar-se entre os governantes mais mal avaliados do país, pior, na reta final da disputa sucessória. Some-se a isto a presença de aliados de pouca densidade eleitoral, definitivamente PP, PPS, PSD são dotados de tão pouca representatividade política no âmbito regional que obrigarão o PSDB a remar praticamente sozinho esse barco à deriva. Se conseguirá mante-lo sobre as águas é uma coisa que hoje em dia provoca mais incertezas do que crença. Paciência!

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