Por mais boa vontade que o governo do Pará demonstre, seu "Selo Verde" apresentado agora há pouco em Glasgow(Escócia) tem grandes chances de fenecer como apenas uma ideia generosa.
Nesse momento, em que a grilagem de terras dispara, a invasão de terras indígenas por hordas garimpeiras ilegais atinge níveis insuportáveis e os orgãos de fiscalização são imobilizados pelo poder central não há como crer em controle socioambiental.
Claro que ações pontuais levadas a efeito, contra out siders agressores do meio ambiente, pode até ser percebido, incentivado e até elogiado, todavia, nunca a desnacionalização da Amazônia chegou a níveis tão alarmantes, de forma orquestrada, sistemática e intermitente.
De fato, a formação de um consórcio de estados da região na perspectiva de somar forças contra maus produtores e extrativistas predadores seria algo de extrema relevância; só não podemos ser ingênuos a ponto de crer que isto será possível apenas a partir da ação exemplar de um único ente federado.
No mundo real, é preciso que se avance para tratativas políticas arrojadas e delicadas entre todos os governantes da região a fim de ver quem, de fato, tem vontade política para engajar-se nessa missão, mesmo diante das várias rupturas políticas entre velhos aliados a partir dessa nova ordem proposta agora.
Mesmo o governo do Pará, autor da nobre proposta, sabe que inúmeros aliados que têm torcerão o nariz para essa nova forma de explorar economicamente nossa região, pois sempre trabalharam no limite da irresponsabilidade legal e sempre na defesa intransigente da burla à legislação vigente e de direitos fundamentais.
Ainda assim, que o 'selo verde' seja uma iniciativa governamental que venha pra ficar, não como slogan de futura peça marqueteira, mas como a mais cristalina necessidade de se por fim à visão predadora e colonialista daquilo que sempre foi chamado de "inferno verde" quando, na verdade, o inferno estava nas palavras e ações dos malfeitores que inventaram essa sandice.
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