Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 4 de outubro de 2020

A conta cobrada dos comensais errados

 

Nos últimos suspiros do governo Simão Jatene, um governo cuja marca principal foi a luta para descumprir a lei que criou o piso salarial dos professores, foi cassada uma liminar junto ao STF, concedida pelo TJE, que obrigava o cumprimento da dita obrigação.

A alegação da cassação da citada liminar foi o perigo do estouro orçamentário no caso do atendimento ao que manda a lei, aliás, desculpa esfarrapada que atravessou do governo Jatene para o de Helder, que prometeu, não cumpriu e  optou pelo estelionato eleitoral.

Em um estado mais rígido na administração de suas finanças, tal alegação seria procedente, ao contrário do que ocorre no Brasil, onde os donos dos poderes constituídos acusam os que ganham salários miseráveis de desequilibrar as finanças públicas.

A propósito, hoje a Folha de São Paulo publica reportagem assinada pelos jornalistas Fábio Fabrini, Leonardo Diegues e Diana Yukari mostrando que não é bem pelo pagamento de salários minimamente decentes que se dá a desorganização orçamentária.

Na dita matéria, ficamos sabendo que, de 2017 a 2020, os salários dos 871,2 mil magistrados brasileiros custaram aos cofres públicos R$35,2 bilhões, valor que equivale a uma década do orçamento total de uma cidade como Belém do Pará, que possui uma população de um milhão e meio de habitantes.

Que 14 mil felizardos de preto recebem remuneração entre R$100 mil e R$200 mil, graças aos torrenciais penduricalhos que vão do vale creche, passam pelo bolsa natalidade e vão até indenizações marcadas pelo esoterismo pseudo legal.

Há mais, muito mais iniquidades que tipificam o cinismo de uma sociedade marcada pelo privilégio de poucos, que se incomodam com a sobrevivência da grande maioria a ponto de ceifar direitos a fim de garantir a perpetuação dessa imoralidade como algo natural. Não é. Longe disso. 

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