Segundo matéria assinada pelo advogado e ativista de direitos humanos Flávio Siqueira Júnior, e pela nutricionista e doutora em nutrição e saúde pública Ana Paula Bortoletto, na revista Carta Capital, o Brasil é o 3º maior produtor de cerveja do mundo, com 86,7 bilhões de litros vendidos ao ano.
Milhares de litros por habitante, dando a impressão de um país abençoado por Deus, bonito por natureza e festeiro por sua formação étnica superando suas agruras do dia a dia às custas do consumo de 'loiras geladas' que nos confortam nos momentos de maior necessidade.
Mas, não é bem assim. Ainda, segundo a própria reportagem, a força econômica dos fabricantes fez introduzir na legislação brasileira a permissividade da substituição de até 45% do malte de cevada por outra fonte de carboidratos mais barata.
Resultado: as cervejas mais vendidas por aqui, ao invés de malte de cevada, são feitas de milho, procedimento adotado por Antarctica, Bohemia, Brahma, Itaipava, Kaiser, Skol e todas aquelas em que consta no rótulo a presença incômoda do ingrediente “cereais não maltados”.
Sim. Saiu da cena da cerveja brasileira o malte de cevada e entraram os milhos mutantes produzidos por Monsanto, Syngenta, Basf, Bayer, Dow Agrosciences e Dupont, cujo faturamento somado é maior que o PIB de países como Chile, Portugal e Irlanda.
Assim como o prazer de beber foi substituído pelo risco à saúde, há estudos que asseguram que esse milho criado em laboratório não seja saudável para o consumo humano e para o equilíbrio do meio ambiente. Aliás, no ano passado um grupo de cientistas independentes liderados pelo professor de biologia molecular da Universidade de Caen, Gilles-Éric Séralini, balançou os lobistas dessas multinacionais com o teste do milho transgênico NK603 em ratos: se fossem alimentados com esse milho em um período maior que três meses, tumores cancerígenos horrendos surgiam rapidamente nas pobres cobaias. O pior é que o poder dessas multinacionais é tão grande, que o estudo foi desclassificado pela editora da revista por pressões de um novo diretor editorial, que tinha a Monsanto como seu empregador anterior(Carta Capital).
Diante dessa quase tragédia anunciada, estamos diante de dois tipos de consumidores: aqueles que podem pagar vinte, trinta reais em média por uma cerveja importada a fim de ficar livres dos riscos acima expostos; e o povão, maior consumidor cervejeiro e refém desse arranjo tipicamente tupiniquim onde a aparência engana, faz fortuna, mata e destrói a alegria de viver. Triste!
Um comentário:
Isto é crime! Meu Deus! Onde vamos parar? Só a política pra nos salvar, mas esta anda tão desacreditada que ficamos de pés+mãos+ mentes+ espírito atados.... Que triste!
Postar um comentário