Ciro Gomes passou boa parte de sua trajetória política abrigado no PSDB, legenda que o elegeu governador do Ceará e deputado federal pelo mesmo estado.
Só abandonou o ninho privata quando percebeu que a plutocracia paulista jamais iria abrir mão de sua hegemonia a um nordestino, ainda que esse 'arigó' fosse nascido em São Paulo.
Ciro, então, foi estudar economia em Harvard voltando de lá com um discurso de matiz progressista, embora seus modos continuassem, e continuam, os de um coronézinho que odeia ser contrariado e tem por hábito resolver tudo na valentona.
Talvez isso tenha contribuído pra que não empolgasse nem à esquerda ou à direita, por conta do que plantou não ter brotado absolutamente nada em nenhum dos jardins.
Agora, vislumbrando a possibilidade de ocupar um espaço que supõe vago, com a perspectiva da impossibilidade jurídica de uma candidatura de Lula, volta a deitar sua mixórdia retórica a fim de ocupar esse espaço.
Dificílimo. É notória sua queda ao receituário midiático que distribui crenças vomitadas da justiça seletiva produzida nos porões curitibanos, algo que todo esquerdista com um mínimo de senso crítico fareja longe.
A canalhice verbal e hipócrita manifestada não passa de confissão. Lula não precisa provar nada como diz Ciro. Já provou, daí a´sentença condenatória não conter um mísero recibo, mas 29 parágrafos transcrevendo a delação do empreiteiro da OAS.
E da segunda delação, feita para reduzir a pena do delator desde que mudasse o que tinha dito anteriormente a respeito de Lula. Mas isto, para Ciro, não conta.
Quem quiser acreditar que esse oligarca é progressista que vá em frente. Porém, não esqueçam que se trata de alguém que não rompeu com o neoliberalismo, mas foi por esse expelido porque seus planos não cabiam naquele universo.
Esteve com FHC na costura da hegemonia tucana, foi modelo de governo privata no Ceará, só mudando os rumos de sua prosa quando viu que o barco ia afundar. Como a direita tem mais pretendente à sucessão presidencial que Manuel em Portugal, Ciro tenta espertamente cacifar-se em faixa menos congestionada. Lula nele!
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