Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 5 de março de 2017

O sapo/príncipe que povoa os devaneios autoritários do verdugo Moro


Se fosse petista, certamente o amigo de Michel Temer, José Yunes, já estaria preso. No entanto, a par de que sua prisão certamente motivaria uma delação premiada que tocaria fogo no Palácio Jaburu, no Congresso Nacional e quiçá até no Poder Judiciário, jogaria por terra o enredo vendido a peso de ouro à população por mascates libaneses.

Enquanto isso, o cínico e dissimulado Sérgio Moro segue com sua caçada a Lula, fiel à convicção de que ninguém está acima da lei, como se Lula cometesse um crime ao defender-se, embora ofenda o autoritário togado que tem mais pinta de verdugo que juiz.

Ainda que o foro privilegiado proteja a maior parte dos membros da quadrilha que assaltou o poder e surrupiou a vontade do povo, há gente fundamental para a investigação que não se enquadra nessa prerrogativa e que muito poderia esclarecer. Yunes é um caso.

Todavia, Moro e sua entourage convicta traçou a priori o enredo e da mesma forma chegou à conclusão de tudo aquilo que iria investigar nessa fase, isto é, antes mesmo do andamento das investigações.

Assim, tudo aquilo que contraria as convicções fundamentalistas dos operadores da Lava Jato é deixado de lado na medida em que vai em direção oposta ao objetivo traçado. Aquele dito em público e em sessão plenária do STF, em raro momento de verborragia irresponsável e criminosa, posto que sem prova alguma, por Gilmar Mendes, acusando o PT de querer instalar uma cleptocracia no país.

Como o tal ministro pode ser tudo, menos ingênuo, sabe ele que a cleptocracia já existia antes mesmo da chegada de Lula à presidência do país e teve nele, Gilmar, um dos pilares quando livrou o crime organizado nos arraiais da política do delegado Paulo Lacerda, da Operação Satiagraha e ainda tirou da cadeia em tempo recorde o operador de toda a sujeira privata, o banqueiro Daniel Dantas.

Moro é uma espécie de sargento Getulio, personagem do romance de João Ubaldo Ribeiro alheio à conjuntura política. Só pensa em levar a cabo a missão que lhe foi confiada pela elite brasileira: livrar a governança do país de Lula.

Mesmo com dezenas de desenhos recentes, estampando à luz do dia ladroagens variadas que envolvem Aécio, Serra, Temer, Padilha, Jucá, Moreira Franco e quase toda a galera golpista, continua o verdugo curitibano alheio e focado apenas em Lula, a quem convocou para depor em maio a respeito de um triplex que até os pedreiros da obra já juraram não ser do Lula.

Se na Itália a mentora da Lava Jato, a também malsinada Mãos Limpas, resultou na ascensão do mega larápio Silvio Berlusconi, aqui não será diferente e com um adendo: o banditismo que havia sido varrido da política pelo voto soberano da população, volta com força avassaladora e indiferente a qualquer parâmetro civilizado que condene larápios.

Basta uma mídia cúmplice e tão canalha quanto pra atestar que essa quadrilha de malfeitores é detentora do direito divino de governar a qualquer custo, político ou financeiro. Enquanto isso, um fanático e boquirroto togado faz crer que "numa democracia pressupõe-se que o príncipe também se submeta às leis". Freud talvez explique essa revolta de quem fixou-se em um sapo, vendo este como um príncipe daí querer laçá-lo.

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