Sugiro a leitura do excelente artigo do Edgar Augusto, no Diário do Pará de hoje, a respeito do sepultamento do carnaval na capital paraense, talvez sirva de consolo ao músico e agitador cultural Paulinho Mururé, que com toda boa vontade tentou manter a alegria da quadra encerrada durante as cinzas e foi vilmente impedido pelo funesto policiamento.
Como na capital de Sâo Paulo, não por acaso sob desmandos tucanos, onde a folia foi encerrada a peso de porrada e gás lacrimogêneo, Paulinho foi considerado um ímpio, apenas por tentar alongar um pouco mais a folia. Faz parte da índole privata, exasperar-se com tudo aquilo que denota alegria do povo.
Isto lembra o ano em que Sahid Xerfan venceu as eleições pra prefeito de Belém e fez de tudo pra acabar com a subvenção aos blocos e escolas de samba. Resultado: os arrastões pré-desfile oficial que ocorriam na Doca de Souza Franco foram abortados e nós, foliões, que íamos atrás daquela gostosa batucada, tivemos que nos contentar em ir atrás do carro da 'Galinha Azul', da Maggi, que aproveitou o vácuo pra faturar.
Enfim, essa gente pachorrenta está quase conseguindo sepultar de vez nosso outrora animadíssimo carnaval. Depois, darão um jeito de fazer o mesmo com o futebol. Aí, ficaremos reféns daquelas concentrações de fanáticos religiosos gritando ordens medievais e aproveitando pra meter um pouquinho mais a mão no bolso de incautos. Quem poderá nos salvar, já que Shapolin Colorado morreu?
Nenhum comentário:
Postar um comentário