Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

O Gilmar Mendes do 'MT'


Às favas os escrúpulos acadêmicos, se é que um dia isso existiu. O indicado pelo golpismo à vaga do STF leva consigo um dos mais graves cacoetes que pode acometer um servidor público: aquele baseado na máxima, faça o que eu digo mas não faça o que eu faço.

Tornado doutor em 2000, pela USP, defendendo uma tese em que ficasse estabelecida a proibição da indicação pra nossa Corte Maior de alguém que ocupasse cargo de confiança no governo responsável por ela, Alexandre Moraes optou pelo desprezo ao que escreveu. Não por acaso, é filiado ao PSDB cuja maior plumagem pertence a um provecto rapace autor da célebre frase, 'Esqueçam o que eu escrevi'.

O ex-advogado de integrantes do PCC parece não ter quaisquer constrangimentos diante dessa contradição. Tudo leva crer que o estancamento da sangria parece mais importante que qualquer tese acadêmica. A missão é barrar qualquer investigação a respeito do comportamento do ex-chefe e tudo mais que consta da ordem do dia e que compromete o golpismo.

FHC nomeou seu ex empregado Gilmar Mendes pra ministro do STF. E Gilmar comporta-se até hoje como se fosse um funcionário de confiança da privataria falando pelos cotovelos, sendo parcial, anti ético e principalmente injusto porque apologista do dois pesos, duas medidas.

Alexandre Moraes entra com credenciais semelhantes, após uma sangrenta passagem pela Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo. Mais do que o desprezo pelo passado acadêmico, salta aos olhos do público brasileiro sua ineficiência como ministro da justiça diante de um teste puxado a que foi submetido, quando rebeliões estouraram em presídios e ele foi incompetente pra comandar a pacificação, por sinal, ainda distante.

Além disso, leva consigo também a antipática atitude de pretender transformar o citado ministério em uma secretaria de polícia. Com isso, suspeita-se que o STF possa vir a ter em seu colegiado o primeiro ministro de porta de xadrez da sua história. Aliás, predestinação diante da outra opção que nutria a corporação togada, o juiz Sérgio Moro, aquele que não precisa de provas pra prender, mas de convicções. Tristes e sombrios tempos do golpismo, em que a presunção da inocência é vista como benesse, jamais como uma conquista civilizada.

Nenhum comentário: