Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Sub representação política e fortalecimento da segregação racial


Segundo pesquisa feita pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos, INESC, das 465.446 mil candidaturas em todo Brasil, apenas 14,2% eram de mulheres (156.317 mil) e que, dessa parcela, se elegeram apenas 0,3%, o que representa 638 prefeitas. Foram eleitas, ainda, 4,66% do total como vereadoras, chegando a 7.818 eleitas.O recorte, infelizmente, não para por aí. Das mulheres prefeitas no Brasil, nenhuma é negra (parda ou preta), e das 7.818 vereadoras, apenas 32 são negras nas capitais do país. Ao todo, 9 capitais não elegeram nenhuma mulher preta ou parda como vereadora, ou seja, a maior parcela da população é profundamente sub representada na política brasileira.

Essa marginalização política retrata, em grande medida, a marginalidade social que leva à rotina de atitudes contra aqueles que são excluídos social e etnicamente. Foi o que ocorreu com o universitário Matheus Santos de Freitas, jovem negro de 24 anos que,de folga, fez o de sempre, pulou o muro da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves, no Grajaú, zona norte do Rio de Janeiro, para encontrar os amigos. Sem opções de lazer, a comunidade costuma usar a quadra do colégio para conversar e praticar esportes.

Desgraçadamente, por volta das 21h, o grupo foi surpreendido por dois policiais militares à paisana dentro da escola, que dispararam contra os jovens. Matheus foi baleado, passou por cirurgia e não resistiu. Filho mais velho de pais evangélicos, ele fazia Economia e planejava investir na Bolsa de Valores. Era tido pelos vizinhos como alguém que tinha várias ideias para melhorar o próprio bairro, como construir uma pista de skate para a garotada.

Foram-se os sonhos e Matheus, que agora faz parte da vergonhosa estatística que reflete esse quadro. Dados do Mapa da Violência mostram que cerca de 30 mil jovens de 15 a 29 anos são assassinados por ano no Brasil. Desses, 77% são negros.

Pra piorar, se é que isto é possível, dezenas de amigos chegaram a fazer um protesto contra a ação da PM com faixas e cartazes, na última terça-feira (4), mas foram contidos com bombas de gás tóxico e balas de borracha. Muitos moradores saíram feridos e uma manifestante foi presa por desacato enquanto filmava o ato.

E assim, com o mesmo sangue que é derramado há cinco séculos, escreve-se mais um deplorável capítulo de nossa história, em que a brutalidade do colonialismo europeu vai da omissão à homenagem vil a muitos dos que nos envergonham com a contribuição dada.
(Com informações do Portal Forum)

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