Vamos tirar o Brasil da empulhação

Devem ser bastante precárias as relações entre os Barbalhos e o golpista Michel Temer. Só isso explica a inclusão do Ministério da Pesca, administrado por Helder Barbalho à época da acusação, entre os 'vilões' que legaram a esfarrapada desculpa de 'herança maldita' cunhada sob o infeliz slogan de 'Vamos Tirar o Brasil do Vermelho Para Voltar a Crescer', uma cola vulgar do slogan de campanha do prefeito de Belém Duciomar Costa, em 2004.

A título de informação, Duciomar, de fato derrotou o PT naquela eleição, mas é tido hoje como o mais larápio alcaide da história recente da capital paraense, tanto que enfrenta mais de 50 ações na justiça comum. Vejamos até onde vão as semelhanças entre o original e a cópia.

Voltando ao Ministério da Pesca, o planejamento golpista acusa o governo Dilma, leia-se Helder Barbalho, de 'inchaço' na concessão do seguro-defeso, alegando haver 1,3 milhão de pescadores registrados. No entanto, em uma revisão feita já durante o período da usurpação criminosa do governo, esse número teria sido reduzido, com a exclusão de 258 mil benefícios e economia anual de R$1 bilhão.

À época, o discurso de Helder ia no sentido oposto, basta consultar o jornal da família de Helder, Diário do Pará, em que algumas reportagens saudavam a ação ministerial regularizadora do tal cadastro daqueles que são assistidos pelo benefício governamental durante o defeso.

Resta saber quem está faltando com a verdade nessa encenação patética do staff golpista. A favor de Helder pesa o fato de atualmente ocupar o cargo de ministro da Integração Nacional, algo que indica ser portador da confiança de Michel Temer, logo, é a área de planejamento que deve tomar a iniciativa de provar acusação tão grave, aliás, refazendo aquilo que o tresloucado Moro implantou, voltando-se a cobrar do acusador o ônus de apresentar a prova de sua acusação.

De qualquer modo, ocupando SETE ministérios no governo Dilma não parece ter sido inteligente a atitude do golpismo em responsabilizar apenas elementos petistas por alegados deslizes administrativos, cometidos por um governo de coalizão, tornando-se mais torpe ainda a acusação quando feita por uma das partes, ou seja, sempre soa muito mal a acusação quando parte de um dos suspeitos.

Claro que a mídia acumpliciada do presente assalto governamental dificilmente abordará o assunto; e já se fala que a desastrada campanha com slogan de duplo e mau sentido será devidamente abandonada. Todavia, seria bom que se investigasse tudo aquilo, fruto do repentino sincericídio de um grupo mal afamado que tenta lavar sua reputação nas águas turvas de uma mídia tão inescrupulosa quanto os lavadores. Tá difícil!