Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Reforma golpista é sinônimo de usurpação



Foi anunciada ontem pelo golpismo abjeto algo que chamaram de reforma trabalhista, na verdade, um retrocesso aos tempos pré direitos sociais inscritos na legislação vigente, mais próximo da escravidão do que deste século XXI. Consiste em um aumento na jornada de trabalho diária de 8hs, para 12hs; e contrato em que o trabalhador será contratado precariamente por hora trabalhada, até o limite de 48 semanais. Sem patrão certo, isto é, poderá alugar sua força de trabalho para mais de um explorador simultaneamente.

Esse retrocesso ao que era praticado no final do século XVIII até mais ou menos a Revolução Industrial tem, além dessa óbvia canalhice nostálgica, o propósito de confundir a opinião pública na hora da aferição da taxa de desemprego. Com efeito, ao não se poder precisar quem realmente está desempregado, procurando emprego há mais de 4 semanas, quem desistiu há muito mais tempo e quem trabalha de forma precariamente a partir desse novo modelo de recrutamento, perdem-se os parâmetros atuais de mensuração da taxa de desemprego no país, importantíssimo para quem tem a intenção de explorar, manipular e tem a missão de acabar com a CLT.

Marx resumia a exploração da força de trabalho dessa forma, "A utilização da força de trabalho é o próprio trabalho. O comprador da força de trabalho consome-a fazendo o vendedor dela trabalhar. Este, ao trabalhar, torna-se realmente no que antes era potencialmente: força de trabalho em ação, trabalhador". É a imagem mais bem acabada da exploração do homem pelo homem em um tempo que se trabalhava até 18 horas semanais.

A evolução disso deu nisso, "a desigualdade mundial contrasta países cuja renda média por habitante é da ordem de 150-250 euros por mês(África Subsaariana e Índia) com países onde a renda média por habitante alcança um patamar entre 2.500-3.000 euros por mês( Europa Ocidental, América do Norte e Japão)". Thomas Piketty- O Capital.

Depois de quase uma década de esperanças em superar o trauma da proximidade com a realidade experimentada na primeira situação exposta por Piketty, eis-nos de volta ao vergonhoso mundo traçado pela elite ao conjunto dos brasileiros. Triste!

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