Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Cunha e a impunidade


Com a ida de Marcelo Ribeiro do Val, advogado de Eduardo Cunha, para a Advocacia Geral da União fechou-se o domínio cunhista na área jurídica e administrativa da Casa Civil do interino Temer, o que reforça a convicção do golpe como ardil para brecar investigações que já batiam na porta de pemedebistas de primeiro escalão.

Encrencado com a justiça até o pescoço e afastado da presidência da Câmara, Cunha necessitava dessa remuneração e status político à sua tropa jurídica, valendo-se da dependência do atual interino para consolidar a artimanha.

É difícil dizer aonde chegaremos com essa blindagem de Cunha feita pelos altos escalões do Poder Executivo. No entanto, não estamos longe de experimentar uma situação em que as tratativas políticas determinem as atitudes do Poder Judiciário. Ou, até mesmo, a inércia deste.

Por exemplo, se o Conselho de Ética absolver Cunha, o que não seria impossível, mesmo com todas as evidências de quebra do decoro parlamentar, simultaneamente a um acordo para a realização de eleição pra escolha de nova Mesa Diretora, preservando-se o mandato parlamentar de Eduardo Cunha.

Então, os quase duzentos dias que STF não toma qualquer providência passariam a dois, três mil dias, colocando o deputado carioca na galeria do site 'Congresso em Foco', como um dos mais processados, todavia, como muitos dos seus pares, livre de incômodos, já que esses inúmeros processos tendem a dormir em alguma gaveta de nossa Suprema Corte.

Prisões, condenações com base em reporcagens da malsinada mídia brasileira e da nossa literatura jurídica garantirão a sensação de que o combate à "corrupção sistêmica" está sendo feito. E a população nem perceberá o sumiço da pauta recorrente da corrupção dos noticiários televisivo, radiofônico ou impresso, provavelmente substituída pela tentativa de superação da igualmente recorrente pauta da 'herança maldita'. Será?

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