Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 3 de maio de 2015

Os donos do poder


Instado a esclarecer o por quê de utilizar aeronaves de uso exclusivo do governo de Minas Gerais, sem a presença de autoridade estadual, ao menos seis vezes após deixar o cargo de governador, em 2010, mais precisamente essas viagens aconteceram entre 2011 e 2012, de acordo com informações de relatório do Gabinete Militar do Estado, o senador Aécio Neves saiu-se com essa pérola, "estava em missão a pedido de Anastasia"(Antonio Anastasia, governador de MG à época). A denúncia é publicada hoje(03) na Folha(tucana) de São Paulo e deve fazer parte de algum chega pra lá no senador mineiro, decidido nos porões da privataria paulista.

Ou seja, o povo mineiro elegeu legitimamente um governador, porém, esse delegava a um senador da República o papel de representá-lo em "missões" que se acredita oficiais, mesmo sabendo que o dito senador vive mais no Rio de Janeiro do que em Belo Horizonte, sede do governo mineiro. Se investigar a fundo, é provável até que algumas dessas missões sejam até fictícias na medida em que muitas delas podem ter coincidido com outras, digamos, "missões" menos espinhosas, cumpridas preferencialmente no Leblon(RJ).

Curioso ver que essa justificativa lembra bastante a dos Perrelas, pai/senador e filho/deputado, proprietários de um helicóptero apreendido pela Polícia Federal com 450kg de cocaína. Questionados, os distraídos parlamentares esclareceram(?) que a aeronave estava "terceirizada" para o piloto da aeronave. E mais não foi dito porque, pateticamente, mais não foi perguntado pela PF.

Se botarmos a memória pra funcionar e lembrar outro episódio envolvendo Aécio, lembraremos que o mesmo, quando era governador de Minas Gerais gastou mais de R$ 10 milhões pra construir um aeroporto em uma cidade de 25 mil habitantes(Cláudio/MG). Pior: a obra feita com dinheiro público ficava nas terras de um tio avô de Aécio. Ou seja, em bom tucanês podemos afirmar que o dinheiro dos impostos do contribuinte foi "terceirizado" para a realização de uma obra absolutamente fundamental...para a família Neves.

Assim, de "terceirização" em "terceirização", assistimos, mais uma vez, ao velhaco patrimonialismo, mazela incrustada no comportamento desses legítimos representantes da política do "café com leite", fazer dos bens públicos meros acessórios guardados no fundo de uma garage, mas sempre à mão para uso privado. Não custa lembrar que fazem parte desses utensílios a operação jurídica que deveria por termo à apropriação indevida fazendo-os cumpridores das leis do direito substantivo e adjetivo purgando-os da crença na vigência de um fantástico "direito divino". No entanto, o compadrio classista faz essa operação parceira na malsinada empreitada da apropriação indébita. Lamentável!

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