Lula e um dos líderes da esquerda espanhola |
De fato, Nassif parece ver 'nuvens' escondidas atrás de nuvens e nessas uma improvável polarização entre o tucano Alckmin e o pemedebista Eduardo Paes, na disputa pra presidente, em 2018, de cara, tirando do páreo dessa disputa o provável candidato petista , Lula, admitido como favorito até pela própria oposição, conforme se pode constatar pela prática de um bando de sandices, tipo aquela feita pelo dublê de malfeitor e repórter da Veja, no condomínio onde mora o irmão de Lula e que até ensejou um inusual pedido de desculpas ao ex-presidente e seus familiares pela direção da revista. .
Lula, como sabido por, todos é considerado pela opinião pública o maior presidente da história do país. Tem o carisma que nenhum outro candidato citado ou secretamente cogitado sequer chega perto. Tem um cartel de realizações que nenhum adversário sonha em confrontar. Somente o pânico que provoca na oposição já seria suficiente para que Nassif levasse em consideração o potencial do ex-presidente na próxima disputa, porém, as dificuldades inerentes aos oponentes, pemedebista e pessedebista, operam fortemente em favor do favoritismo de Lula assim que a disputa der a largada.
Outro equívoco é considerar que o "Lula atual está a léguas de distância do Lula do mensalão e da crise de 2008, sem reflexos e incapaz de um discurso mobilizador". Nada mais inexato. Lula tem feito falas memoráveis que motivam enormemente a militância, como se pôde constatar na mobilização para a posse de Dilma, quando as imagens de mais de 40 mil presentes desmentiram a manipulação do jornalixo tradicional e seu blábláblá de que não dera ninguém; e a presença de um bom público no ato em defesa da Petrobras, no Rio, inclusive rechaçando a presença de coxinhas na base do tapa. E isto sem citar os discursos feitos para um público externo, capaz de motivar visitas de lideranças europeias ascendentes ao maior líder político brasileiro.
Mais favorito que Paes era Ulisses Guimarães, candidato pemedebista em 1989, quando o partido tinha o presidente da República e os governadores de todos os estados da federação. No entanto, mal passou de 4% das intenções de votos. A não ser que Nassif creia na mudança de hábitos do PMDB, de lá pra cá, algo que deve provocar risinhos jocosos e discretos nos cardeais do partido. Quanto ao Alckmin, não são só os problemas de má gestão à frente do governo paulista que o atrapalham. Seu jeito provinciano parece restringi-lo ao seu reduto político, sendo pouco provável que tenha perspectivas de tomar de assalto, no bom sentido, é claro, os votos dos cariocas e mineiros. Isto pra não falar no Norte e no Nordeste, o que faz do recall de Lula um trunfo ainda mais poderoso.
Quanto à "missão civilizatória" perdida, na verdade continua sendo algo ainda bastante tênue e não digerida pelas elites brasileiras, que preferem as contas do HSBC na Suíça do que o Bolsa-Família que nos livrou da condição de Belíndia. Trata-se de garantir, difundir e fazer entender o alcance de uma política pública que virou referência mundial no combate à miséria, não por ser esmola, mas por provar que esse tipo de bem estar social resultante da ação do estado, em pouco mais de uma década, é muito mais eficaz que a secular política da caridade operada por milionários, praticada por nossos irmãos do Norte das Américas. E isso não foi comprovado em épocas de fausto, e sim nesses tempos em que fortunas crescem proporcionalmente à miséria de enormes contingentes populacionais, inclusive lá pelas bandas do Tio Sam.
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