Jorge Paz Amorim
- Na Ilharga
- Belém, Pará, Brazil
- Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
A paquidérmica torpeza do ser
Vendo essas pequenas hordas de boçais clamando pela volta do regime de truculência fardada, lembrei-me de alguns 'artistas' da época em que desgraçadamente vivíamos sob essa truculência, como a dupla Don e Ravel, Os Incríveis, Benito di Paula e até o ingênuo Zé Catimba, da Mocidade Independente de Padre Miguel, exaltando o regime discricionário enquanto desafetos eram mortos, torturados ou fugiam do país.
Prenderam Caetano Veloso e em 6 horas de interrogatório quiseram obrigá-lo a aderir à exaltação. Cae optou por continuar desafeto do regime e fugiu pra Londres. Simultaneamente a isso, o genial Jorge Mautner fez esses versos,
"Este sapo cururu,
Não anda de bicicleta,
Mas ele anda dizendo que a lua é careca,
Se a lua fosse careca,
Ela usava cabeleira,
Ah como é bonita a bandeira brasileira."
E assim fez-se a mais idiota exaltação à idiotice troglodita. É verdade que, depois, Mautner teve que ir trocar figurinhas no exílio com Caetano, Gil, Tom Zé, porém, estava feita a mais lúcida paródia ao período. E Mautner jamais desistiu de sua tese a respeito do Brasil como uma grande nação, que ainda seria referência mundial.
Hoje, respirando outros ares, nem precisamos do recurso à paródia. A própria exposição em público desnuda em sua plenitude toda a estupidez humana quando renuncia à inteligência. Impressionante!
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