Há vida inteligente no jornalismo do nosso rude esporte bretão

Já disse aqui e repito, o programa "Direto da Redação", comandado pelo jornalista André Rizek, na SPORTV, é o mais arejado e crítico que há na tv brasileira. Ontem, por exemplo, Rizek deu um puxão de orelha no falimentar Estadão, especificamente na matéria em que o Brasil é acusado de abrir mão de R$1 bilhão em impostos, durante a Copa do Mundo.
A seguir a tão pungente afirmação, vieram os inevitáveis cálculos com o que poderia ser feito com essa dinheirama na área da saúde, educação e blábláblá. Só lá pelo meio da dita matéria é que reconhece-se que os lucros que o país terá serão muito maiores do que o da Copa de 2010, calculado(a matéria silencia sobre isso) em R$120 bilhões, algo que gerará muito emprego, impostos e, evidentemente, mais receita para o governo do que aquela renúncia hipocritamente lamentada na matéria.
E Rizek, de forma humilde e discreta, afirmou que, se fosse ele o autor da matéria, destacaria não o aspecto menor do fato, a tal renúncia, destacada claramente para aguçar o complexo de vira-lata daqueles que acham que o Brasil não devia sediar um evento desse porte, principalmente sob governantes de origem trabalhadora(essa afirmação é minha); mas, destacaria o lado positivo de se realizar um evento esportivo que garantirá uma receita ao país, além de visibilidade e credibilidade ímpares(mais ou menos o que Rizek destacou de forma honesta e verdadeiramente jornalística).
Além disso, há sempre por lá um jornalista inglês, Tim Vickery, dotado de raro conhecimento do metier na tv brasileira, além de humor agudo, como demonstrou no caso em que um telespectador perguntou se ele lamentou a morte de Margareth Thatcher, ao que Vickery respondeu, "lamentei o dia em que ela nasceu..."Perfeito!