Política e esporte

Uma das coisas que mais chamou atenção na histórica eleição da última sexta-feira no Paissandu, e foi até motivo de uma pergunta(descabida) do jornalista Carlos Ferreira ao presidente eleito Vandik Lima, ontem, no Bom Dia Pará, foi o boato de que, por trás da chapa 'Novos Rumos', encabeçada por Vandik, estava o ex-presidente bicolor Arthur Tourinho. Segundo o boato, caso a 'Novos Rumos' fosse a vencedora, Tourinho não só recuperaria seu status de benemérito bicolor, como também teria grande influência na nova diretoria.
Não vou dizer que isso, de fato, tem procedência ou não, afinal, a atual diretoria bicolor, que encaminhou a cassação dos direitos de Tourinho no clube sempre foi alvo de campanha sistemática contra si, por parte daqueles que são aliados do ex-presidente cassado, estivesse certa ou não essa diretoria nas decisões que tomava.
Porém, o que chamava igualmente a atenção era o número de auxiliares de Jader Barbalho, assim como Tourinho, na chapa 'Centenário', que era apoiada pela atual direção, supostamente algoz do ex-mandatário bicolor. A começar do vice-presidente de VitorCunha, nada mais nada menos que Ambire Gluck Paul, presidente da Celpa no segundo governo de Jader e Manoel Acácio, ex-secretário de obras também do segundo mandato governamental de Barbalho. Poderia-se até ir mais além e dizer que o pai do candidato Vitor Cunha também fez parte do staff do dono do PMDB local, no entanto, como Vitor já é bem grandinho para responder por si, seria leviano afirmar que esse fato remoto teria qualquer influência em sua candidatura, embora Vitor sempre tenha tido, em sua trajetória política, uma relação nada conflituosa com seus pares pemedebistas.
Além desses detalhes, é pouco provável que Tourinho ainda tenha toda essa influência política no Paissandu. Na verdade, não soube ter quando foi presidente e viveu como dirigente máximo os momentos de maior glória do clube. Não soube mensurar o enorme potencial de liderança que tinha e acabou submetido às conveniências políticas de seu chefe, contentando-se em ser um discreto e paroquial deputado estadual, justamente no momento em que o Paissandu ganhava projeção nacional, e até internacional, não é agora que encarnará o príncipe aconselhado por Maquiavel e Napoleão Bonaparte, com algumas pitadas de estratégia de guerra do chinês Sun Tzu, e refundará o Terceiro Estado Tourinhesco. Como se diz lá pelas arquibancadas do estádio "Vovô da Cidade": o cavalo já passou selado e quem não montou perdeu o rumo da história. Paciência!