Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

COP30 e desenvolvimento sustentável


A segunda rodada de debates no contexto das celebrações dos 45 anos do PT ocorreu nesta sexta-feira (21) à tarde, no Armazém 3 do Pier Mauá, região portuária do Rio de Janeiro. Foram abordadas questões referentes ao desenvolvimento inclusivo, ao aquecimento global e à COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, evento que receberá, em novembro, líderes do mundo inteiro na cidade de Belém, no Pará.

Sob a mediação da secretária de Meio Ambiente e Clima do PT do Rio, Tainá de Paula, as conversas sobre a essencial transição ecológica contaram com as contribuições do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, da economista e vice-presidente do Conselho Editorial do Senado, Esther Bemerguy, e da bióloga e professora da Universidade de Brasília (UnB) Mercedes Bustamante.

Em sua fala, Viana destacou sua atuação na criação do Código Florestal, aprovado em 2012, sob a presidência de Dilma Rousseff, e lembrou que o Brasil já avançava na construção de uma economia sustentável na Amazônia. “Fizemos um código bom. Alguns criticavam por um lado, outros por outro, mas depois todos tentaram inventar outro e não conseguiram.”

Golpe contra o meio ambiente

O presidente da Apex lamentou que, com o afastamento de Dilma, os índices de desmatamento tornaram a subir: “Em 5 mil km², voltou a ser 11 mil km² no governo Bolsonaro”. O ex-senador disse que, por conta disso, a imagem do Brasil no exterior, antes referência em preservação ambiental, foi comprometida. Além da destruição da floresta, a pobreza recrudesceu e os povos indígenas passaram a sofrer ainda mais com o abandono estatal e com a violência.

Na avaliação de Viana, a economia sustentável é o caminho para o desenvolvimento da Amazônia. Ele avaliou que a região detém grande potencial econômico ainda inexplorado. “Temos 60 produtos compatíveis com a floresta da Amazônia”, contabilizou, sem deixar de lembrar que a participação brasileira na comercialização desses itens é mínima em relação ao resto do mundo.

“O Brasil representa 1,5% do comércio mundial, mas nos produtos compatíveis com a floresta amazônica, nossa participação é de apenas 0,17%. Se fosse igual à participação mundial do Brasil, todo ano circularia na Amazônia US$ 12,3 bilhões. Mas sabe quando vai acontecer isso? Quando a gente tiver coragem de mudar radicalmente o crédito, de entender que pode haver uma política que possa ser uma alternativa também do ponto de vista econômico”, refletiu.

Tainá de Paula afirmou que a emancipação brasileira do imperialismo está conectada às pautas ambientais defendidas pelo PT. Para ela, “a luta de classes passa pela luta climática”.

“Esse momento é fundamental para a gente afirmar todas as nossas bandeiras, chegarmos na COP30 alinhados, sabendo o seguinte: a desconstrução do nosso governo, a desconstrução do presidente Lula e a desconstrução das nossas defesas ambientais versam sobre o imperialismo das grandes nações, o imperialismo do Norte Global e a necessidade deles nos recolonizarem”, condenou.

A importância dos povos indígenas

Já Bemerguy elogiou a iniciativa do governo Lula de incluir os povos indígenas nos debates da COP30. A especialista lembrou que eles estão prontos a contribuir no combate ao aquecimento global. “Os movimentos indígenas estão preparadíssimos para participar, têm pautas extremamente importantes”, defendeu.

“Eu acho que eles têm demonstrado um vigor extraordinário. Se eu pudesse dizer, hoje é o movimento social mais vigoroso que nós temos, é o movimento dos povos indígenas”, acrescentou Bemerguy.

Bustamante, por sua vez, ponderou que as ações individuais são capazes de engajar as pessoas em prol da preservação do meio ambiente, mas que somente políticas de Estado podem garantir o futuro das novas gerações. “Ações individuais, elas têm um potencial enorme de reduzir as emissões […] Só que as ações individuais, elas têm que ser pavimentadas pelas políticas públicas”, argumentou.

“O foco de resistência, efetivamente, está nas organizações de paz. Mas a gente não pode abrir mão de continuar almejando e organizando críticas públicas que permitam que essas opções individuais sejam uma realidade”, concluiu.

(Agência PT)

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