Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Taxação dos bilionários estará no relatório final do G20, garante ministro Márcio Macêdo


Dois terços de todas as novas riquezas produzidas no mundo atualmente vão parar nas mãos de 1% da população global, segundo dados da Oxfam. Diante desse cenário estarrecedor, resultado direto das contradições do modelo capitalista, o Brasil teve a resolução de propor a tributação dos bilionários aos países do G20. O chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, ministro Márcio Macêdo (PT), assegurou, na quinta-feira (7), que a sugestão estará incluída no relatório final da cúpula, a ser entregue ao presidente Lula.

Macêdo tem defendido a relevância da incorporação da sociedade civil ao debate promovido entre os países. O G20 Social – cúpula inédita, sediada no Rio de Janeiro, entre 14 e 16 de novembro – é uma das contribuições brasileiras em 2024, ano em que o país ocupa o comando rotativo do bloco. “Os chefes de Estado vão definir políticas públicas que vão atingir todas as populações no mundo e a população não participa desse processo?”, questionou o ministro, em entrevista à EBC.

A luta política por justiça social sempre foi questão central para Lula e o Partidos dos Trabalhadores (PT). O crescimento exponencial da concentração de renda, no Brasil e no mundo, é o que impulsiona o governo federal a sugerir a introdução de um imposto global de 2% sobre as fortunas dos super ricos.

Imposto global

Os estudos que embasaram a proposta do Brasil indicam que a taxação atingiria apenas 3 mil pessoas. Juntas, elas detêm US$ 15 trilhões de patrimônio. Os valores arrecadados – US$ 250 bilhões por ano – seriam direcionados ao enfrentamento da fome, da pobreza e das mudanças climáticas, que afligem, principalmente, os países mais pobres.

A ideia do imposto global sobre os bilionários foi elaborada pelo economista Gabriel Zucman, professor da Escola de Economia de Paris e da Universidade da Califórnia. O modelo de tributação progressiva pensado pelo acadêmico francês foca em indivíduos com mais de US$ 1 bilhão de riqueza (distribuídos em ativos, imóveis, ações, participação na propriedade de empresas, entre outros) e que não pagam, ao menos, 2% de imposto de renda.

“Apenas indivíduos com patrimônio líquido ultraelevado e pagamentos de impostos particularmente baixos seriam afetados”, esclarece o texto.

Estrago neoliberal

No início do ano, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) lançou luz sobre o estrago consolidado pelos governos neoliberais de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Entre 2017 e 2022, a renda dos 0,01% mais ricos no Brasil, cerca de 15 mil pessoas, cresceu quase o triplo em relação à dos 95% mais pobres.

Ainda assim, em outubro, a Câmara dos Deputados rejeitou, por 262 a 136, a proposta de emenda parlamentar, elaborada pelo PSOL, para se estabelecer um imposto sobre as fortunas dos brasileiros mais ricos. Enquanto as esquerdas votaram a favor da iniciativa, os representantes da burguesia, definida pelo sociólogo Jessé Souza como “de rapina”, preferiram a manutenção de seus privilégios.

Em artigo publicado no site do PT na Câmara, a presidenta nacional do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), reverberou os índices alarmantes de desigualdade no Brasil. Gleisi classificou a concentração de renda como “indecente” e censurou a decisão do Congresso.

“Não existe democracia ou justiça quando a elite se apropria da riqueza nacional com essa voracidade. Esse cenário foi aprofundado pelas políticas neoliberais e pelos cortes na proteção social que ocorreram desde o golpe de 2026, principalmente durante o governo Bolsonaro”, escreveu a presidenta do PT.

(EBC/ PT Câmara/ Agência PT)

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