Depois que 309 trabalhadores foram encontrados em situação análoga ao trabalho escravo, na Mina do Pico, Itabirito(MG), a mineradora Vale foi incluída na lista suja dos patrões que exploram essa forma degradante de empregabilidade.
A Vale, fora do território paraense e mundo afora, é considerada uma das 50 empresas mais poluidoras do mundo, segundo relatório produzido pela Carbon Disclosure Project, dada as centenas de toneladas métricas de CO2 que emite periodicamente.
Todavia, cá no Pará, ela controla o jornalismo diário e patrocina revistas, promove eventos onde remunera colunistas, enfim, parte daquilo que é veiculado a respeito de mineração e meio ambiente só é publicado nos três jornais de circulação diária, após passar pelo crivo da empresa.
Com essa forte influência na política local, afinal, 86% daquilo que o estado exporta é minério de ferro extraído pela Vale e suas subsidiárias, é notória a relação entre os dois últimos governantes e a empresa, tanto que o programa de governo considerado bibelot do atual governador, o Usinas da Paz, rumores dão conta que a Vale é que patrocina.
Diante disso, como ficará a relação do governo do estado, do partido do atual governador(MDB), com o governo federal que desqualificou socialmente a Mineradora?
Até aqui, o ministro das Cidades segue sendo um fiel aliado de Lula, conforme percebemos em seus discursos em cerimônias públicas, quando sempre ressalta as orientações do presidente da República; já o irmão do ministro, o governador do estado, parece cada vez mais distante do Planalto, como presenciamos no caso da sucessão municipal em Belém, em que Lula apoia a reeleição do psolista Edmilson Rodrigues, enquanto Helder lançou seu correligionário e primo Igor Normando.
Certo é que podemos estar diante de um futuro racha, ou familiar ou político. Seguro apenas que a Vale continuará tendo grande influência em setores da política local.
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