Sem o mesmo bom gosto que o original, eis que surge o surrealismo petista em Ananindeua

Um grupo intimamente ligado à extrema direita filia-se ao Partido Socialista Brasileiro; o filho de um dos mais ferrenhos adversários históricos do PT filia-se a este e é imposto como seu candidato.

Essa saramandaia política não é resumo de obra de ficção, mas, o resumo da ópera política que se ensaia no município de Ananindeua, o segundo mais populoso do Pará, contando com mais de 500 mil habitantes.

Descendo das nuvens turvas dessa mixórdia e identificando os personagens temos que, o atual prefeito e candidato à reeleição Daniel Santos, até poco tempo um fiel aliado do emedebista e governador paraense, desentendeu-se com o "chefe" e foi pro PSB.

Injuriado com a insubordinação, o governador pegou seu empregado na Funtelpa e mandou seu preposto político e presidente regional do PT, Beto Faro, filiá-lo à legenda e lançá-lo candidato à prefeitura daquele município, não sem antes anunciar um estrondoso rompimento político com o ex aliado.

Ocorre que a direção municipal do PT em Ananindeua decidiu aliar-se ao neo socialista/boçalnarista Daniel Santos, provocando a ira de Helder, que resgatou lá das bandas da região Sudeste do estado um indivíduo cuja alcunha revela sua adequação ao quadro: Antonio 'Doido' será candidato do MDB à prefeitura ananin, contra Daniel.

Até aqui, o que se sabe é que não foram homologados pelo Diretório Nacional do PT nem o nome do empregado do governador como candidato petista, e nem o nome do atual prefeito em coligação, obviamente porque ambas as candidaturas tem tanto a ver com o Partido dos Trabalhadores quanto tinham certos nomes outrora filiados por puro oportunismo, que nem devem ser lembrados.

Como a resolução nacional vigente expressa que a decisão a respeito das candidaturas para o pleito deste ano obedece entendimentos entre o Diretório Nacional e as respectivas direções municipais, fica escanteada a vontade irascível do governador paraense e Beto Faro nada pode fazer, apenas buscar o entendimento a fim de que o PT deixe de ser tela para a pintura de quadros bizarros e recobre o juízo perdido.