Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 24 de maio de 2020

Médicos cubanos são aclamados como heróis na Europa. Entidade francesa encabeça campanha pela indicação das Brigadas Henry Reeve ao Prêmio Nobel


Um bairro dos arredores de Turim (Itália) amanheceu neste sábado (23) com um mural de tributo aos médicos e enfermeiros cubanos que colaboram no combate à pandemia do coronavírus na Itália. “Médicos, não bombas. Obrigado Cuba. Obrigado, Henry Reeve Brigade” é a inscrição que acompanha a pintura, numa referência à brigada formada pelo comandante Fidel Castro em 2005, após os Estados Unidos rejeitarem uma oferta de 1.586 médicos humanitários para o atendimento às vítimas do furacão Katrina.

Nesta segunda (25), o mural será apresentado em apoio à convocação promovida na Itália pela Rede de Capítulos Italianos de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade, para atribuir o Prêmio Nobel da Paz ao Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastres e Graves Epidemias Henry Reeve.

Lançada em 28 de abril pelas associações Cuba Linda e France Cuba, a iniciativa recebeu o apoio de forças políticas e sindicatos de França, Espanha, Irlanda e Itália. As entidades criaram o e-mail nobelpaixmedcub@gmail e a página do Facebook ‘Prêmio Nobel das Brigadas Médicas Cubanas’ para arregimentar apoio público à campanha.

“A comunidade internacional está testemunhando a solidariedade dos profissionais de saúde que deixam seu país para prestar serviços e compartilhar experiências em outras partes do mundo, que no caso da pandemia causada pelo novo coronavírus chegam ao coração da Europa”, afirma a declaração das entidades.

Tratados como indesejáveis por Jair Bolsonaro assim que ele ganhou as eleições de 2018, médicos e enfermeiros cubanos foram aclamados como heróis no sábado em outra cidade italiana. Em Crema, um evento organizado por autoridades de todo o país saudou a partida da primeira equipe enviada à Itália, após dois meses trabalhando com profissionais italianos em um hospital de campanha.

Os 52 membros da brigada médica Henry Reeve – 36 médicos, 15 enfermeiros e um especialista em logística – desembarcaram em 22 de março para ajudar na batalha travada na Lombardia contra a Covid-19. A região ainda lidera em número absoluto de casos na Itália, com 86.825 de um total de 229.327, segundo a Defesa Civil. Uma segunda equipe de profissionais cubanos está alocada em Turim

“Nós éramos náufragos, e vocês nos socorreram sem perguntar nosso nome nem nossa proveniência. Após meses de luta, angústia e dúvidas, agora enxergamos a luz, mas apenas porque ficamos uns ao lado dos outros”, disse a prefeita de Crema, Stefania Bonaldi, durante o evento.

“Vocês chegaram no momento mais dramático e se esforçaram para transformar o lamento em dança, uma dança coletiva que mostra que heróis solitários não vencem as grandes batalhas”, discursou a prefeita para prefeitos de cidades vizinhas e para o público reunido além das barreiras de proteção.

“Como todos nós usamos um pulôver vermelho com a frase ‘Eles me chamam Cuba’, foi muito fácil sermos reconhecidos e, no caminho para a cerimônia, todas as pessoas começaram a aplaudir dos dois lados da rua”, comentou via Messenger Luis Ángel Sánchez Rodríguez, um dos médicos pertencentes à brigada cubana. Ele diz que desde crianças até idosos pararam para cumprimentá-los. “Foi incrível, avassalador”, recorda.

Cuba tem a maior taxa de médicos por habitante do mundo (nove por mil habitantes). São mais de 89 mil médicos e 84 mil enfermeiros. Neste sábado, se comemorou o 57º aniversário do início da colaboração médica cubana com o mundo. Desde 1963 até hoje, mais de 420 mil trabalhadores cubanos da saúde estiveram presentes em 169 países, em mais de 600 mil missões.

Quase seis décadas após um avião partir para a Argélia com a primeira brigada, mais de 2.579 colaboradores, organizados em 28 brigadas médicas do Contingente Henry Reeve, contribuem hoje para a luta contra a Covid-19 em 24 países. A eles se juntam os mais de 28 mil profissionais da saúde que já trabalharam em 59 países.

A brigada médica criada por Fidel Castro em 2005 recebeu o nome de Henry Reeve em homenagem ao soldado norte-americano que lutou no exército de libertação de Cuba por sete anos, participando de mais de 400 batalhas contra o exército espanhol na guerra de independência. Na época, o revolucionário descreveu sua graduação como médico como “abrir uma porta para um longo caminho que leva à ação mais nobre do que um ser humano pode fazer aos outros”.
(Agência PT de Notícias)

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