Atribuir ao furto de algumas centenas de hidrômetros em Belém a responsabilidade pelo precário serviço prestado pela Cosanpa, como faz o Diário do Pará, é o mesmo que Zenaldo responsabilizar as poças de lama, ao longo de certo trecho da Augusto Montenegro, pela demora na conclusão das obras do BRT.
Claro que esses furtos influenciam, em escala insignificante, diga-se, a situação em alguns pontos da cidade. Porém, não são suficientes para interromper o abastecimento a vários bairros por longas horas e semanalmente ocorrendo, sem que a Cosanpa venha a público e forneça uma justificativa idônea para o problema.
Nessa linha, a reportagem caminha para juntar suas explicações as desculpas esfarrapadas do prefeito de Belém na justificativa do péssimo, e caro, serviço de coleta do lixo, sempre acusando a população de não colaborar com a coleta e atirar lixo nas ruas, mesmo sabendo que o pedestre anda quilômetros e não encontra uma lixeira.
O governo do estado tem de dizer ao povo paraense o que ocorre, de fato, com esse abastecimento enervante. Se o maquinário é insuficiente pra segurar um bombeamento com a pressão suficiente; se há grupos de usuários causando prejuízos a ponto de não ser possível trocar esse maquinário, enfim, tratar a população com respeito, em vez de apontar desculpas esfarrapadas.
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