Lula é um estadista tão notável que sua soltura, caso não haja chicana que impeça o cumprimento da decisão do ministro Marco Aurélio Mello no caminho, acaba ajudando todo mundo, inclusive aqueles que concorreram para sua prisão.
Será benéfico para o futuro governo na medida em que o país estará respirando ares menos poluídos sem o mais importante preso político do mundo, assim como a mídia mundial talvez amenize a carga contra o Judiciário brasileiro, inclusive o ex-juiz responsável pelo sequestro de Lula, agoira empregado do futuro presidente.
Será bom até para a Rede Globo e Folha de São Paulo, que tantos fakes produziram e contribuíram para o clima de ódio contra o petista, hoje estão com relações estremecidas com o futuro governo, mas não contam com um líder oposicionista do gabarito de Lula para equilibrar o debate político.
Ciro Gomes mostrou-se intencionalmente apático porque aparenta querer fazer oposição mais ao PT do que ao futuro governo fascista; e FHC usa retórica claudicante e insuficiente pra incomodar até um governo comandado por um brucutu incapaz de debater os grandes temas que afligem o país.
Claro que a soltura de Lula é muito importante para o PT, pra esquerda e para a paz ameaçada na América do Sul, por conta da submissão a Trump, com ameaças do recurso ao belicismo; mas não deixa de ser insólita a perspectiva do uso do possível protagonismo de Lula na oposição ao futuro governo, justamente por aqueles que desempenharam um papel sórdido na trama que o alijou da disputa em outubro último. Isto é lamentável.
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