Por que o baby Simão Lorota, com aquele seu violão som goteira no teto do Hangar e no inconfundível estilo pop decadente, não faz uma auto paródia da tragédia que é o abastecimento de água da Cosanpa?
Poderia muito bem usar a bela 'Asa Morena', de Zé Caradípia, magistralmente cantada por Zizi Possi, e fazer a autocrítica;
Me envenena,
Água Morena,
Que a Cosanpa oferta...
Com efeito, na maioria do dia a água que sai das torneiras tem tonalidade bem morena, parecendo contaminada por algum rejeito do parque 'Lenço Branco', sabe-se lá com que consequências à sua utilização pra consumo de crianças e idosos, principalmente os oriundos de grande parte da população que não pode comprar água mineral.
Na verdade, esse deboche hídrico da privataria decorre de suas prioridades farsescas, que os faz gastar R$36 milhões em embelezamentos de gosto duvidoso, enquanto os equipamentos de captação e tratamento da água estão sucateados, mal cuidados e abandonados à própria sorte.
Difteria, sim, mas ao som do violão de barzinho e contemplando aquele mosquito de lata que mais parece alegoria de escola de samba do grupo de acesso. Credo!
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