Simão Jatene era cantor da noite. Vivia se queixando da pindaíba que o acometia, até que Jader Barbalho, então governador do Pará, o levou para o serviço público livrando-o de vez da condição de dependente dos cachês pagos de acordo com o humor do patrão.
Hoje, Simão é feliz proprietário de vários imóveis de luxo e só dá canja de sua voz bossanovista e violão em tom intimista em momentos muito aconchegantes com sua entourage, mostrando não ter saudades dos tempos em que ganhava a vida sem a muleta do dinheiro público.
Sérgio Leão era secretário de estado do governador Jatene, ao tempo que era um denodado proprietário de um dos mais afamados restaurantes da chamada zona nobre de Belém, até ser guindado ao cargo de conselheiro de um desses inúteis e custosos, ao bolso do contribuinte, tribunais de contas espalhados por aí.
Sabe-se agora que Leão mandou às favas a dura vida de restaurateur, passando seu prestigiado ponto adiante, certamente para as mãos de quem nao tem perspectiva de vir a ser aquinhoado com uma sinecura desse porte e tenha que ralar pra ganhar a vida.
Leão segue a trajetória do seu ex-chefe e há de sonhar em viver feliz pra sempre com o mimo que Simão lhe ofertou, sem ter que aturar pinguços ou comensais mal humorados. Certamente não abandonará o discurso de estado mínimo, da necessidade de se por um freio na gastança do dinheiro e outras estultices tão comuns no discurso privata, na contramão da prática recorrentemente parasitária. Paciência!
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