Nessa ladroagem na SEDUC uma coisa chama a atenção: o modus operandi tucano no assalto aos cofres públicos. Sem nenhuma sutileza, apesar da fama de classudos.
Como no bizarro caso ocorrido na Assembléia Legislativa, à época presidida pelo gangster Mario Couto, quando uma empresa que vendia tapiocas forneceu material de construção à Casa; agora uma empresa fornecedora de gêneros alimentícios fingia vender material de expediente, tudo usando notas fiscais falsas.
A 'compradora', presidenta municipal do PSDB e gestora da secretaria no município de Castanhal, certamente delinquiu desde o processo licitatório, daí ser estranho que a comissão de licitação não tenha percebido que uma empresa estranha ao objeto licitado tenha sido a vencedora.
Há tráfico de influência, mas há outros tráficos nesse labirinto da malversação do dinheiro público que precisa de investigação mais minudente.
Não é possível que toda essa roubalheira seja obra tão somente de servidores com pouco poder decisório na hierarquia governamental. Trocando em miúdos, não foi a diretora da URE de Castanhal quem bancou o golpe, mas a dirigente do PSDB de Castanhal.
Com efeito, sem esse vínculo partidário a trama não teria passado do processo licitatório, quanto mais chegar onde chegou e só passando a ser objeto de investigação depois que dois servidores da própria secretaria estranharam e denunciaram essa insólita tramitação.
Por isso, é necessário que o Poder Legislativo estadual entre no caso e colabore para o aprofundamento das investigações, até chegar nos verdadeiros responsáveis, caso contrário serão punidos apenas os mordomos de sempre, passando-se à população a farsa de que tudo foi devidamente esclarecido.
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