Claudio Melo Filho revelou, em delação premiada que acabou vazando em dezembro de 2016, que em maio de 2014, quando Temer era vice-presidente, participou de um jantar no Palácio do Jaburu com Marcelo Odebrecht e Eliseu Padilha. Segundo o depoimento, Temer teria solicitado "direta e pessoalmente" a Marcelo Odebrecht apoio financeiro para as campanhas do PMDB em 2014.
"No jantar, acredito que considerando a importância do PMDB e a condição de possuir o vice-presidente da República como presidente do referido partido político, Marcelo Odebrecht definiu que seria feito pagamento no valor de R$ 10 milhões. Claramente, o local escolhido para a reunião foi uma opção simbólica voltada a dar mais peso ao pedido de repasse financeiro que foi feito naquela ocasião", diz o executivo.
Já Marcelo Odebrecht teria confirmado, em seu depoimento prestado no dia 1º de março ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o encontro com Michel Temer durante conversas sobre campanha de 2014. Contudo, o empresário teria negado que acertou com Temer o valor para a doação. Segundo Marcelo, o valor já havia sido acertado anteriormente entre o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o executivo Cláudio Melo Filho. Ele admitiu que parte dos pagamentos pode ter sido feita via caixa 2.
O nome de Alexandrino Alencar foi sugerido ao TSE pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo ele, o executivo tratou em sua colaboração de assuntos relacionados à campanha de 2014. Já Hilberto Mascarenhas chefiava o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como departamento de propinas da empresa.
Na semana passada, o TSE ouviu ex-presidente e herdeiro da empreiteira, Marcelo Odebrecht, e também os ex-executivos Benedicto Júnior e Fernando Reis. Benedicto Júnior afirmou que a empreiteira doou R$ 9 milhões em caixa dois para campanhas eleitorais do PSDB. Segundo o depoimento, o ajuda teria sido pedida pelo senador tucano Aécio Neves, que em 2014 concorreu à Presidência da República. Ainda segundo Benedito, Aécio teria pedido doações também para outros tucanos.
Benedito afirmou que a Odebrecht repassou R$ 6 milhões para serem divididos pelas campanhas de Pimenta da Veiga, Antonio Anastasia e Dimas Fabiano Toledo Júnior. Segundo o depoimento, outros R$ 3 milhões foram para o publicitário Paulo Vasconcelos, responsável pela campanha de Aécio Neves.
{Os Amigos do Presidente Lula}
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