Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 11 de maio de 2021

A glorificação de um patife


Sempre abominei a figura arrogante de Manoel Ribeiro, que investido na condição de áulico do coronel Jarbas Passarinho fez-se dono do futebol do Pará, nos anos 1970, e colocou a vida de milhares de pessoas, a minha, inclusive, em risco.

O fato ocorreu no ano de 1974, durante um RexPa pelo campeonato brasileiro. O estádio lotado, talvez com gente a mais do que a capacidade do Baenão, pois muitos ingressos foram distribuídos gratuitamente por conta do aniversário de Belém.

Lá pela metade do segundo tempo, o Paysandu fez 1x0 e a bola já estava no centro do campo para que a partida fosse reiniciada, quando Manoel Ribeiro saiu furibundo do túnel da 25 de Setembro, contornou a linha de fundo e foi até a linha do meio de campo.

Lá chegando, aplicou sonora bofetada no rosto do assustado bandeirinha Darcei Lucas e dando ordens ordens para que marcasse impedimento de Adilson(já falecido), autor do gol, com o árbitro do jogo Romualdo Arpi Filho petrificado diante da submissão da PM aos gritos de MR.

Diante da deplorável cena e com a PM agindo como segurança daquele bandidão, não restou outra alternativa à arbitragem que não fosse anular o gol, o que provocou reação nos jogadores do Papão, que indignados conclamaram a torcida a invadir o gramado, o que acabou acontecendo.

Disso resultou uma verdadeira batalha campal, muita pancadaria, um policial despreparado sacou uma arma e atirou a esmo no rumo da arquibancada da Almirante Barroso, atingindo de raspão a cabeça do professor Iketani(colégio Olimpus), momento em que consegui descer a rampa e fugir, uns 40 minutos após o início do tumulto.

Essa vergonha virou notícia nacional, todavia, o principal responsável não sofreu qualquer punição pela patifaria que protagonizou; assim como nada aconteceu com ele quando cercado por seguranças agrediu covardemente o saudoso narrador Jaime Bastos por não aceitar críticas ao seu comportamento, o que Jaime tinha feito na rádio onde trabalhava.

Hoje, vendo esse salafrário ser saudado como "marechal da vitória", por ser presidente do Remo durante a conquista de dois tri campeonatos paraenses(muito pouco perto do que o Remo poderia ter conquistado nacionalmente), fico matutando como o torcedor contenta-se com tão pouco e diante de tantos danos causados ao próprio Remo, ao qual jurava amor. Lamentável! 

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