A Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ) acaba de enterrar um dos esqueletos que a assombravam desde a 'redentora', quando milicos golpistas foram impostos como celebridades em todo o país.
Por 34x2, com oito abstenções, o conselho universitário cassou o título de Doutor Honoris Causa do coronel Jarbas Passarinho, resgatando a vocação democrática e o livre pensar daquela instituição.
Segundo a relatora do processo de cassação, conselheira Júlia Vilhena, Jarbas "não merece um título honorífico da UFRJ. Revogar esse título é estar ao lado da democracia e reafirmar o papel da UFRJ na história".
Passarinho era ministro do Trabalho, quando proferiu o voto pela instituição do Ato Institucional-5, que endureceu mais ainda a ditadura, fechando o Congresso, suspendendo o instituto do habeas corpus e intensificando a perseguição a desafetos.
Tido por vassalos que o bajulavam como um militar culto, com pendores democráticos e dado ao diálogo, na prática, foi tão truculento quanto os mais truculentos esbirros da época, conforme suas iniciativas enquanto ministro de diversos ditadores.
Além da assinatura do famigerado AI-5, foi autor do Decreto 477, que expulsou estudantes das universidades, além de ministro do Trabalho que acabou com a estabilidade no emprego na iniciativa privada, depois de cinco anos de trabalho com carteira assinada.
Como se vê, a concessão do referido título a um coronelão que só desserviço prestou ao país e à democracia só poderia ser fruto da sabujice que acometia certos áulicos à época, vilania finalmente reparada, em respeito ao bom nome das universidades públicas do país.
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