Enquanto o líder, no Senado, do desgoverno fascista que nos oprime condiciona a cortes orçamentários em políticas públicas a concessão de novo auxílio emergencial a dezenas de milhões de brasileiros atirados à miséria pelo neoliberalismo rapace do agiota Guedes, procuradores do MPF rebelam-se contra a direção da instituição.
A rebeldia, saliente-se, não envolve nenhum ato generoso de solidariedade ao sofrimento alheio, mas uma frivolidade por conta da concessão de um aparelho celular pelo MP a seus procuradores e promotores no valor de R$3500,00, considerado pelos seres superiores de preto, que se sentiram ofendidos, como uma "esmola".
Há muito que autoridades representantes dos ditos poderes constituídos perderam o pudor exigido pelas funções que ocupam, diante da situação social deplorável em que vive o país, onde os bem nascidos do andar de cima mal disfarçam o incômodo ante qualquer atitude que vejam como ameaça ao seu parasitismo diante do dinheiro público.
E assim caminhamos no rumo daquela situação conjecturada pelo notável Josué de Castro, em que noventa por cento dos brasileiros não terão o que comer; enquanto os restantes dez por cento não dormirão apavorados com a possibilidade da revolta dos famintos. Pode até não ser para amanhã, mas o dia desse levante parece cada vez mais plausível.
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