A carta que um senador democrata mandou ao governo brasileiro pode até não significar coisa alguma, mas pode dizer algo a respeito de um eventual plano bolsonarista de replicar no Brasil o vergonhoso episódio ocorrido no Capitólio, em 6 de janeiro deste ano.
Não citarei nomes pois a lista de analistas que vê bolsonaro tentado pelo golpismo, em 2022, é extensa, principalmente após vir à tona o sórdido papel golpista desempenhado pelo general Villas Boas, em 2018, que resultou nesse governo tão desastrado quanto militarizado.
Assim, percebe-se que há o ânimo golpista, milhares de fardados ocupando cargos de civis e a sensação de estar acima da lei e prontos a usar a intimidação como arma para bloquear qualquer ação institucional que faça essa camarilha fardada agir como simples mortais, típico ambiente golpista.
Todavia, as palavras do senador estadunidense, "Qualquer coisa que não seja uma rejeição categórica dos ataques de 6 de janeiro não serve apenas para sustentar a narrativa dos extremistas- também o faz em detrimento de nosso relacionamento bilateral". E Bolsonaro não se manifestou.
Talvez nem venha a faze-lo, julgando que Donald Trump saiu fortalecido depois da rejeição de seu impeachment pelo Senado dos EUA, o que poderia ajudar o capitão Messias a levar adiante sua aventura golpista, imaginando superados contratempos externos, apenas contando com o apoio dos extremistas.
Pra concluir essas especulações a respeito do manancial de teorias conspiratórias em circulação, lembremos que o presidente excluiu o vice das reuniões de governo, já acenou que quer outro companheiro de chapa, sacramentando o descarte de um general que adquiriu força política recentemente.
Além disso, o general Santos Cruz, entre outros, tem batido duramente no capitão/presidente, a ponto de ver como consequência natural do desastre bolsonarista um eventual afastamento do titular do cargo, isto uma evidência que o assessor exonerado de Mourão disse algo lapidar, ao revelar que Mourão havia 'rachado' os generais.
Sabe-se que tanto os pró Bolsonaro quanto os contra trazem a marca do golpismo nas suas respectivas formações castrenses, fruto da doutrina da segura nacional que os orienta e os faz tão rasteiros na arte de enxergar a conjuntura política do país sendo, no momento, a única diferença entre eles que uns podem estabelecer diálogo com Joe Biden, enquanto outros solaparam o "relacionamento bilateral". Se non e vero...
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