A retórica enviesadamente catastrofista do presidente do STF, Luiz Fux, considerando uma tragédia a anulação das sentenças oriundas dos processos sob responsabilidade da Lava Jato de Curitiba, merece reparos.
De fato, como diz o ministro, trata-se de uma catástrofe. Mas o mal já está feito, depois que vieram à tona todos os malfeitos da promiscuidade que envolveu juiz, procuradores, agentes da CIA, o FBI e até um procurador suíço.
Tudo driblando a legislação vigente, acordos diplomáticos idem e colocando a sentença à frente das investigações, já que a investigação não visava apurar corrupção, apenas interferir no processo político/eleitoral do país.
Mal comparando, é como se Fux dissesse que seria lamentável absolver os irmãos Naves da acusação de assassinato, mesmo depois do "cadáver" aparecer vivinho depois de dilapidar o dinheiro que havia roubado do próprio pai.
Não são os fatos, nem as circunstâncias, que fazem uma sordidez jurídica dessas ter que ser anulada, mas, a conduta vergonhosa dos inescrupulosos togados envolvidos, fato que levou um articulista do NY Times afirmar tratar-se do maior escândalo jurídico já presenciado.
Diante da situação, cabe ao ministro Fux deixar de lado o corporativismo e tratar de dar sua contribuição para a limpeza do Poder Judiciário brasileiro punindo os culpados, antes que a metástase cause um mal insanável em todo nosso organismo jurídico.
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