Embora respondam por 27,8% da população brasileira, as negras seguem sub representadas na política. É o que apontam dados divulgados pelo Movimento Mulheres Negras, com base no resultado da última eleição municipal, em 2016.
Na disputa às prefeituras e às câmaras de vereadoras, a participação das mulheres negras é inferior à de homens brancos, homens negros e de mulheres brancas. Há, por regra, menos candidatas e menos eleitas que representem esse segmento.
Em 2020, o número de candidatas negras avançou, ainda que modestamente. O PCdoB, por exemplo, lançou mulheres negras na eleição às prefeituras de cidades tão diversas como Salvador (Olívia Santana), Campinas (Alessandra Ribeiro) e Carapicuíba (Dr. Amanda Horatório). Mas elas continuam a ser exceção.
“Nas eleições de 2016, 4,1% dos candidatos às prefeituras eram mulheres negras (691). Em comparação, os candidatos homens brancos somavam 57,7%, homens negros, 28,7% e mulheres brancas, 8,8%”, informa a Agência Brasil. “Das candidatas negras, 3,2% (180) foram eleitas. O maior percentual de eleitos foi de homens brancos, com 62,2%.”
A situação é parecida no raio-x das eleições proporcionais. Dos nomes que concorreram a vereador nas eleições 2016, somente 15,4% eram mulheres negras – pouco mais de 71 mil candidatas. Os homens brancos eram 33%, e os negros, 33,3%. Já as mulheres representavam 17,5%.
Entre os eleitos, porém, só 5% eram mulheres negras – o que equivale a 2.870 vereadoras. Os homens brancos respondiam por quase metade do total de vereadores eleitos: 48,7%.
Na opinião de Diana Mendes dos Santos, cofundadora e coordenadora do Movimento Mulheres Negras Decidem, é preciso “suprir a falta de representatividade de mulheres negras dentro das instâncias de poder”. Para isso, as candidaturas negras devem ser estimuladas e fortalecidas. “Somos o maior grupo demográfico do País e, consequentemente, a maior força eleitoral”, afirma Diana à Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário