Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 19 de janeiro de 2020

A mídia segue defendendo a influência do poder econômico na vontade popular



A Folha de São Paulo adotou como base de sua argumentação contra o financiamento público de campanhas eleitorais a falácia dos esbirros golpistas de 1964, que justificavam o famigerado Colégio Eleitoral pra substituir o povo na escolha dos seus governantes alegando que o povo não sabia votar.

Adotaram e adaptaram seu posicionamento favorável à influência do poder econômico na vontade popular acusando os desvios de conduta, crime eleitoral, como fator do fracasso antecipado daquilo que o Supremo Tribunal Federal definiu como procedimento político a ser adotado daqui em diante.

Nada do que atribuem ao novo modelo surgiu agora. É, com efeito, prática recorrente que atravessa nossa história desde os tempos do voto de cabresto até a eternização no poder daqueles que mais dinheiro tinham para gastar, daí só perderem parte desse poder de 2010 até o golpe de 2016.

Candidatura laranja, degeneração na aplicação das cotas femininas de representatividade política, por parte dos partidos conservadores dominados por coronéis, distribuição desigual das prioridades internas em favor dos já consolidados como sócios ocultos dos donos do poder, nada disso é estranho.

Um pouco mais de honestidade jornalística e o Grupo Folha poderia mostrar, e não ocultar, que os partidos de esquerda têm representação feminina crescente, por exemplo, porque são defensores dessa presença feminina como conquista, e não como ardil, como fez o PSL impunemente.

E aí está o busílis da questão: se a justiça eleitoral, a justiça do país em geral, cumprirem o papel que lhes cabe essas práticas seculares e velhacas certamente diminuirão a um ponto tolerável, capaz de motivar o povo a voltar a participar, em 2018, mais de 31 milhões não votaram no 2º turno.

Claro que o financiamento público é uma conquista que precisa ser aprimorada. Mas isto implica um passo adiante, e não retornar ao modelo que permitiu a FHC, em pleno exercício da presidência, subornar parlamentares para que dessem a ele um novo mandato instalando a promiscuidade que ainda provoca nostalgia. Não dá!

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