A boçalidade governante não para de produzir sandices. Depois daquelas medidas liberalizantes da delinquência no trânsito, fim do horário de verão, da tomadas de três pinos pra breve vem aí a oficialização do fim do descanso semanal aos domingos.
Claro que isto já ocorre com diversas profissões, fruto da mudança das relações econômicas que atravessaram os séculos, ensejando novas normas regulamentadoras da relação capital/trabalho em um mundo onde a competitividade virou selvageria.
Mas é inegável que algumas profissões atravessam os anos com as características preservadas desde os tempos em que surgiram, tornando-se referências porque seus operadores sempre foram vistos exatamente como isto: Parâmetros sociais.
Uma dessas profissões é a de professor, cujo respeito advém muito do seu papel social e humanista, além do espaço onde é exercido, assim como marcante em gerações e decorrente de uma dedicação que ultrapassa os limites profissionais de espaço e tempo.
Por isso, quando o governo brasileiro a coloca entre aquelas profissões que a legislação libera para que seja exercida aos domingos, está apenas expondo toda sua ignorância a respeito das nuances no exercício dessa nobre profissão.
Parece até que os mentores dessa cretinice jamais tiveram contato com algum professor, daí ignorarem que eles corrigem provas, planejam aulas, estudam para poder ensinar, enfim, possuem uma jornada pessoal e intransferível que é marcante porque é fruto desse algo mais.
Ao roubar esse tempo sagrado para que os professores preparam sua contribuição para dar tudo de si por um mundo melhor, o governo dá mais um passo na contramão dessa tradição secular e nos empurra um pouco mais para o fundo abismo onde a barbárie nos aguarda. Lamentável!
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