
O meio é indevido e traduz toda a falta de noção para com o funcionamento das instituições republicanas, por parte do Chefe do Poder Executivo.
Com efeito, nenhum presidente da República afeito à convivência democrática e independência entre os poderes da República escreveria uma carta manifestando desejo pessoal de como aquela Casa de Leis deveria posicionar-se.
Só alguém tão intimamente ligado à truculência, simpatizante de período vergonhoso em nossa história e admirador descarado de um governante de potência mundial que briga para depor governos de nações soberanas age desse modo.
No entanto, sua postura nos induz pensar que a estapafúrdia carta pode significar que tratativas subterrâneas do mesmo nível da carta podem estar em curso, se juntarmos as pedras e relacionar a carta ao encontro do presidente do Brasil com os chefes dos demais poderes.
Nesse sentido, o céu é o limite estando sob ele a impertinência presidencial, a postura do ministro ora dirigente do STF e até o bedelho do vice presidente do país em assunto que não lhe diz respeito, a não ser que sua ânsia por opinar decorra de ato falho.
A sensação é de que vivemos, talvez, o último ato de ópera bufa cujo resumo nos levará à conclusão que o bufão é a plateia, enquanto os personagem, por mais bizarros que sejam, sairão de cena tão discretamente que provavelmente nem sejam notados e o enredo insólito encarado como um pesadelo do qual despertamos assustados, mas o alívio da constatação levará a o esquecimento. Infelizmente.

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