O enredo é típico de bandidagem exposta à luz do dia, confessada sem meias palavras, mas acobertadas deploravelmente pela toga cúmplice e ágil na operação abafa.
E tudo registrado em tom natural na mídia cúmplice dos protagonistas dessa farsa ora vivida como redenção moralista, todavia eivada da mais abjeta delinquência.
Um assaltante é preso pela segunda vez, depois que seu nome apareceu como titular de uma conta onde era depositada a propina amealhada com o roubo dos cofres do governo de São Paulo.
São milhões de dólares que a justiça daquele estado, e o Poder Judiciário em geral, deixaram pra lá junto com o Ministério Público, apesar da documentação enviada pelo MP suíço confirmando o roubo.
Preso na 'operação compensação', aquela em que a toga bandalha entrega alguns comparsas irrelevantes politicamente para manter os desafetos partidários presos, o laranja declara com todas as letras que "se cair, não cairá sozinho". Ato contínuo à ameaça, é libertado pelo togado guardião da impunidade.
No entanto, fica no ar que o bandido só foi libertado porque ameaçou denunciar comparsas mais ilustres, daí o "não cair sozinho" ter clara denotação de confissão.
E assim os ladrões governantes, seus laranjas e os togados que zelam por sua impunidade deverão atravessar mais um ano em que irão a público fazer promessas, renovar mandatos, mandar aos adversários acusações como se fossem impolutos e zelosos cuidadores do dinheiro público. Não são.
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