Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O voo de galinha dos que um dia se acharam aves nobres

Reprodução | Divulgação

No mundo das aparências, a decisão de ontem do Senado Federal consolidou entendimento comum da Casa e do STF a respeito da prerrogativa do Poder Legislativo em autorizar medidas do Judiciário contra seus membros.

Na prática, o que houve foi um conchavo político entre os bandos temerário e aecista, visando conservar o poder político do golpismo contra o golpismo, para isso dando a mais insólita adaptação do dito popular, agora transformado em 'uma mão suja a outra'.

Rodrigo Maia prepara o terno, o discurso e avia a receita daqueles que tramam sua unção igualmente golpista, todavia, a revogação do afastamento de Aécio Neves mantém parte do PSDB tão fiel a Temer como foi o deputado Bonifácio de Andrada, patriarca da velhacaria, ao rechaçar denúncia da PGR  a respeito dos trocentos malfeitos temerários.

Curioso ver que o desfecho político do golpe traz o retorno da privataria tucana ao modus operandi pemedebista, bem como o abandono definitivo do academicismo labioso que embalou o marketing falsário de FHC, escancarando-se a opção preferencial pelo mais anacrônico coronelismo de barranco.

Jader Barbalho, por exemplo, que fazia o jornal de sua propriedade esculachar Aécio dia sim outro também, com claro intuito de bater enviesadamente no PSDB paraense, foi o primeiro a discursar em favor do 'Mineirinho'.

Ora, Jader sabe que com Rodrigo Maia substituindo Temer é provável que Helder Barbalho, seu filho e candidatíssimo ao governo do Pará, quase certamente ficará sem a máquina ministerial que ora dispõe, o que seria trágico na medida em que trata-se de candidatura artificializada pelo uso desvairado dessa máquina.

É mais ou menos o que moveu o voto favorável de Renan Calheiros, que nacionalmente pode até optar por Lula, mas sabe que em Alagoas é fundamental uma aliança com o PSDB, por sinal, também simpático a Lula por questões de sobrevivência.

Em Minas Gerais também é fundamental essa aliança entre PMDBxPSDB a fim de derrotar o petista Fernando Pimentel, ou ao menos manter a representatividade no parlamento, principalmente Aécio Neves, que tentará a reeleição bastante enfraquecido.

Curiosamente, mesmo votando favoravelmente, claro, o primeiro a rebelar-se contra Aécio foi o coronel cearense Tasso Jereissati, aliado de Ciro Gomes, ambos empenhados na ressurreição do PSDBdoB, o que não está fácil porque o PT está forte, assim como o campo conservador está sendo ocupado pelo senador pemedebista Eunício 'Índio' Oliveira.

E por aí vão as tratativas regionalsitas moldando as relações entre tucanos e pemedebista, tudo dentro do mais autêntico figurino que FHC e mais alguns emplumados juraram renegar. De volta ao aconchego, percebem a dura realidade que mostra nunca terem tido a capacidade de alçar voos mais alto que isso, daí o retorno voando rés ao chão enlameado da atual conjuntura.

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