A compra de votos continua correndo solta, incluindo também agora entre as moedas de troca a destinação das 5 mil ambulâncias que o Ministério da Saúde vai distribuir aos municípios, afora a liberação do trabalho escravo, esta nódoa para o Brasil. A falta de vergonha também é grande mas, no plenário, não será possível trocar deputados, como na CCJ.
Entre os 263 deputados que votaram contra o acolhimento da primeira denúncia, em agosto, sentiram o chicote de seus eleitores e agora dizem que vão se abster. Isso não ajuda a oposição a conseguir os votos necessários para aprovar a denúncia e garantir o afastamento de Temer. O que pode abreviar a tormenta é a compreensão, que só os cínicos não conseguem ter, de que, ficando mais um ano no poder, Temer e sua turma liquidarão com o Brasil: com suas riquezas, com suas instituições democráticas, com suas políticas públicas, com a soberania.
Se as elites econômicas mais responsáveis estiverem compreendendo isso, estarão se articulando com Rodrigo Maia para que ouse articular a maioria. Maia é farinha do mesmo saco? É. Sua agenda será a mesma, com certeza. Mas consumada a remoção do grande bode mal cheiroso deixado pelo golpe, outra conjuntura estará criada, e nela podem surgir as condições, como diz Emir Sader, para a exigência das diretas-já.
(Tereza Cruvinel/ 247)
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