Depois de uns dois ou três dias explorando a confissão de fracasso do prefeito Zenaldo, que passou a tesoura no dinheiro dos servidores municipais como se fosse seu, o jornal Diário do Pará há dois dias não toca no assunto.
Nada contra. Afinal, o jornal tem lá suas pautas e não pode comportar-se de forma monotemática, a não ser que o assunto seja candente a partir dos fatos que o compõe.
Não é o caso. A direção do sindicato dos servidores é composta por vassalos do prefeito e estavam apenas defendendo seus interesses particulares, tanto que aceitaram uma imposição imoral: a não divulgação dos nomes em Diário Oficial daqueles que continuam recebendo sinecuras.
Se fossem minimamente decentes, esses diretores teriam convocado uma assembléia geral dos servidores, dado informes da reunião que tiveram com o alcaide e aberto o debate a fim de que a categoria deliberasse, através da maioria dos presentes, que rumos tomar.
Como são vassalos dos interesses escusos do privata Zenaldo, fecharam-se no jeito imundo com que usam a entidade sindical pra delinquir e nada mais foi dito a respeito da canalhice executiva, que inchou o gasto com pessoal com apadrinhamento e agora está em apuros pra cumprir suas obrigações legais.
Pena, também, que o Ministério Público estadual também não tenha dado a mínima importância ao fato, muito menos o Tribunal de Contas dos Municípios, este contumaz em omitir-se a fazer cumprir determinações legais que flagram o prefeito Zenaldo fazer do dinheiro público instrumento de seus projetos políticos.
Bem que o jornal podia abrir, mais uma vez, espaço para que a população da capital paraense e os servidores municipais em particular pudessem conhecer a situação em seus detalhes, inclusive esclarecendo quem são os patifes que fingem representar um segmento, mas que usam essa simulação pra operar tenebrosas transações.
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