Jorge Paz Amorim
- Na Ilharga
- Belém, Pará, Brazil
- Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.
segunda-feira, 23 de outubro de 2017
Ministro noveleiro é um estorvo
Ministro do Supremo Tribunal Federal criticando conteúdo de novela só pode decorrer do seguinte: o ministro assiste a novela e a vê como paradigma social, algo aterrador para alguém que é integrante de uma instituição superior, que deveria ocupar seu pouco tempo intelectual com instrumentos mais complexos.
Com efeito, se tivesse mais noção do que lhe arranjaram não se daria ao desfrute de bater boca pelo twitter a respeito da abordagem popular que uma obra de ficção sem grandes pretensões oferta a um determinado público.
Isto só mostra o nível do governo que o ungiu a membro da Suprema Corte. Como criticado à época sua formação, os percalços teóricos, a falta de substância jurídica se confirmam diante da inédita estupidez de optar pelo bate boca quando terá que debater o tema do tráfico de drogas em um patamar intelectual mais elevado.
Despreparado, ao que tudo indica, ofertou uma entrada atroz do seu parco arsenal teórico à sociedade, contrapondo seu histórico truculento de repressor como secretário de segurança(SP) à discussão mais complexa envolvendo vários atores dessa cadeia produtiva de algo que angustia a sociedade e faz saltar aos olhos a hipocrisia governamental e da elite do país no seu trato.
Curioso que o ministro Alexandre Moraes não fez qualquer referência aos senadores Aécio Neves e Zezé Perrela, de Minas Gerais, alvos de suspeitas de ligações com o tráfico desde o dia em que um helicóptero do segundo foi flagrado com 400kg de pasta de cocaína e o caso em vez de esclarecido foi abafado pela mídia.
Também, Moraes não faz qualquer referência, minimamente sutil, ao fato de ter sido apreendido na fazenda do ministro Blairo Maggi, dando a entender que o togado do STF contenta-se com o jogo das aparências farsantes servidas ao grande público: a droga é produzida nos morros do RJ, os barões do tráfico moram todos naqueles morros, assim como continuar matando pretos, pobres e favelados em escala cada vez mais frenética soluciona o caso.
Enquanto o tráfico continua fazendo circular na economia mundial mais de U$1 trilhão por ano, de algo que é consumido em larga escala por pessoas do mais elevado poder aquisitivo. Por esse embuste, o ministro devia auto impor-se lei do silêncio.
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