Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 14 de maio de 2017

Roendo calcanhares



'Catitu fora do bando vira comida de onça', foi a frase usada pelo senador Jader Barbalho pra justificar o pulo do PMDB paraense do barco dilmista para o barco golpista.

Agora, Barbalho vem urdindo uma trama que relativiza  a sabedoria roedora estampada na dita frase, ao colocar uma casca de banana no caminho do chefe do bando. Prepara uma emenda à MP Nº766/17, alongando o prazo de quitação das dívidas previdenciárias dos municípios para 240 meses, ou seja, dobra o prazo atual de 120 meses.

Trata-se de golpe mortal na famigerada proposta de reforma previdenciária que pretende acabar com as aposentadorias, mais pelo que desnuda do que pela negociação da dívida.

Segundo dados apresentados pelo próprio senador, a dívida previdenciária de 4.950 municípios com o INSS está atualmente em estratosféricos R$100 bilhões, comprometendo tanto as finanças da seguridade social quanto a dessas unidades federadas que, inadimplentes, veem bloqueados os recursos do FPM, para muitos a maior receita.

À margem desse imbroglio, surge um número devastador para as lorotas contadas pelos golpistas coveiros da previdência pública, justamente esses cem bilhões de reais que devem para o INSS e que joga por terra a farsa do rombo.

Juntados os recursos acima citados, mais o débito de grandes empresas privadas, chegar-se-á à conclusão que, apesar da catastrófica taxa de desemprego legada ao país pelos assaltantes golpistas(fechamento de 14 milhões de postos de trabalho em um ano), a previdência social é credora, jamais devedora.

Reconheça-se, então, os méritos da iniciativa barbálhica pelo que pode acender de luzes nesse debate sempre travado sob as trevas dos números falseados, além de mostrar que apesar das semelhanças entre os quadros pemedebistas, há entre eles algumas diferenças que justificam o porquê de ter sido uma legenda sempre marcada por ferozes disputas internas.

Bem ou mal Barbalho, Renan, Requião e alguns outros estiveram nas ruas travando embates contra a ditadura militar/empresarial, apesar da moderação que, no limite, provocava a troca da combatividade pelo acerto palaciano, como no caso das emendas das 'Diretas, já!', pelo oportunista 'Tancredo, já!'.

De qualquer modo, algo a mais do que pode ofertar o boquirroto Temer, este sempre dedicando todo o seu tempo a conchavos e salamaleques ao poder, daí sua proximidade carnal com a privataria, esta dona da metade do governo golpista.

Esperemos, enfim, que a proposta de Jader Barbalho consiga unir ainda mais a oposição pemedebista no Senado às famigeradas propostas do golpismo temerário e assim fortalecer a luta pelo restabelecimento da democracia. Afinal, nesse momento qualquer atitude nessa direção deve ser valorizada.

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