Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Valeu, mestre Antônio Cândido!


Quando os milicos tomaram o poder, em 1964, financiados pelo dinheiro do imperialismo e abastecidos pelo armamento disponibilizado pelo Tio Sam, uma das primeiras medidas que tomaram foi estupidificar o país expurgando nossas melhores cabeças pensantes.

Frei Betto, durante os debates da SBPC, sempre repetia que a ditadura só não nomeou coronel para dirigir as dioceses. Fora isso, pra onde você se virava, lá estava um fardado deitando ordenamento de caserna como panaceia moralista à sociedade.

O país abriu mão de suas melhores cabeças como Paulo Freire, José Leite Lopes, Darci Ribeiro e Josué de Castro, dentre tantos outros intelectuais que contribuíam àquela altura pra sermos uma nação que vislumbrava um futuro.

Lembro especialmente de Josué de Castro e sua Geografia da Fome, que alertou o país para a vida miserável e devastada pela fome em que vivia aquela região dos manguezais, situação definida em uma frase por Josué, "95% não comem e 5% não dormem com medo da revolta daqueles 95%".

Josué dirigiu a UNESCO, ganhou prêmios mundo a fora por suas publicações a respeito desse tema: a fome. Só não servia para os governantes usurpadores da democracia em seu país e morreu no exílio, podendo regressar somente depois de morrer.

Lembro disso hoje, quando fico sabendo que morreu mestre Antônio Cândido, a quem minha geração deve muito por suas abordagens a respeito de nossa teoria literária, ensinando-nos principalmente a necessidade do papel social da literatura e seu comprometimento social.

Mestre Cândido foi fundador do PT e foi filiado até sua morte. Ora, quando nada, nos serve de consolo. Se estamos em companhia tão ilustre, que se lixem esses viralatas patifes que usam o aparato midiático pra nos difamar. Eles passarão e nós, junto com mestre Cândido, passarinhos. Valeu mestre!

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