Na engenharia do golpe não existe Temer sem Cunha e vice versa. Se o primeiro era o fiador do propinoduto que engendrou o sistema golpista, o segundo era o corretor que ia onde o dinheiro do suborno estava.
Nesse sentido, o que estamos assistindo não são meras delações. São descrições minuciosas dos detalhes sórdidos dessa trama que tinha na dupla em tela os mentores da safadeza, aliás, parida bem antes de 2014, provavelmente à época em que Dilma começou a botar o dedo no tumor da Petrobras, mais precisamente lá pelos idos de 2012.
Diante de tudo isso que está relatado, precisa ser muito mané ou patife pra acreditar que a Farsa Jato não tem conexão qualquer com a sacanagem que resultou no impeachment.
Como se recorda o argumento que produziu o roteiro imundo dessa pseudo investigação centrava, centrou e centra fogo no PT, alcançando alguns aliados deste como forma do vício homenagear a virtude.
No entanto, o discurso inicial tentava fazer crer que tudo começou a partir do momento em que o partido de Lula chegou ao governo sendo o principal responsável pela chusma de larápios que infestavam a diretoria da nossa petrolífera, desde os tempos da privataria tucana.
Agora que o discurso da cleptocracia, entoado pelos tucanos togados Gilmar Mendes e Sérgio Moro, foi acintosamente desmascarado não resta outra alternativa que não investigar os meliantes articuladores do estancamento da sangria.
Do jeito que o país está à deriva institucionalmente somente organismos internacionais da área dos direitos da cidadania serão capazes de monitorar o comportamento de nossos poderes constituídos a fim de que esses superem o estágio atual de cumplicidade com o sistema rapace que se instalou no governo.
Mas, até para isso é preciso que a população brasileira levante sua voz e exija o restabelecimento da democracia golpeada, caso contrários constataremos que muitas mazelas atuais atravessarão de uma etapa a outra mantendo esse armário fétido ainda repleto de esqueletos da vergonha ora vivida.
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