Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 28 de março de 2017

Gilmar teria interesse na queda de Temer


Só há um jeito de Gilmar Mendes chegar à presidência do Brasil: de forma indireta. Mas, para que isso ocorra, Temer terá que ter seu mandato cassado.

Assim, não se pode apostar um tostão furado que Gilmar retardará o julgamento da chapa Dilma-Temer a fim de evitar que dois juízes claramente contrários à divisão dessa chapa saiam do tribunal. Ou, então, Mendes tem controle sobre os substitutos a ponto de encenar uma procrastinação que na prática não traria qualquer benefício ao consórcio temerário.

Serviria, com efeito, apenas para passar a ideia que o presidente do TSE fez o que estava a seu alcance para salvar Temer, garantindo pra si a simpatia pemedebista no Congresso, junto com a chancela ao seu nome, tanto na indicação quanto na hora da votação.

Por sinal, ao contrário do que possa parecer, essa fase da unção do nome de Gilmar parece ser a mais tranquila, desde que sejam fechados acordos regionais e legais com aqueles que continuarão no comando do PMDB, após uma possível queda de Temer.

Figuras como Barbalho, Renan, Jucá, Raupp, entre outros, comandariam o apoio ao nome aqui citado desde que a sangria continuasse estancada, algo que nem parece coisa de outro mundo, diante da perspectiva de mais poder nas mãos do ministro do STF.

Talvez, a parte mais difícil viesse das tratativas políticas regionais caso surgissem conflitos de interesses que obrigassem Gilmar a ter que fazer escolhas, logo, descartes também.

Por exemplo, Gilmar aceitaria as condições impostas pelo PMDB paraense para apoiá-lo em eventual eleição indireta no Congresso, caso o PSDB daquele estado resolvesse impor condições semelhantes? O mesmo valeria para os estados de Alagoas, Roraima, Rondônia, Paraíba, Pernambuco e sabe-se lá quantos outros estados.

Pra complicar ainda mais, o assunto sucessão estadual comprometerá mortalmente qualquer tentativa de adiamento das eleições de 2018, sabendo-se que em alguns dos casos citados há gente esfregando as mãos para confirmar seu favoritismo nas urnas, valendo-se da conjuntura golpista para a realização de seu sonho.

De qualquer modo, tudo indica que Gilmar deve ser de uma precisão ímpar para realizar esse seu sonho, caso contrário será mais um ambicioso tragado pela glória efêmera que em algum momento da conjuntura nacional parecia que ia durar uma eternidade. Esta, vitimada pela mudança radical dos desenhos das nuvens, tornou-se limitada ao mandonismo regional, resultante de uma trapaça da sorte que ensinou ser melhor uma toga na mão do que muito poder voando.

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